O barulhinho de chuva na janela - Versão censurada

Capítulo 1 – Hora de dormir.

Eram 10:00h da noite, quando um homem de 26 anos de idade chamado Josival, pardo, com cabelos negros e olhos castanhos, com 1,70m de altura, magro e vestindo a costumeira bermuda velha verde-claro que ele usava pra ficar em casa, desligou sua TV e foi para o quarto da casa onde ele morava sozinho. Naquela noite, ele se preparava pra ir dormir mais cedo, pois tinha que acordar rigorosamente às 6:00h no dia seguinte e a recém chegada chuva era a melhor companhia daquele noite de sono. Então, ele tirou e pendurou a bermuda, como em todas as noites o fazia, jogou a cueca no cesto de roupas sujas, tomou seu banho, enxugou-se, pegou uma cueca limpa, vestiu e deitou-se na cama. Dormir com o barulhinho da chuva na janela era o maior prazer da vida daquele jovem pedreiro e ele não perderia tal prazer por nada neste mundo. Porém, minutos depois em que o rapaz encostou a cabeça no travesseiro, no momento em que ele quase começou a dormir, um grito feminino lhe deu um susto:

- AAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIII!

O rapaz saiu da cama, vestiu-se, calçou os chinelos, pegou um facão e foi no quintal de casa, pra ver de onde vinham os gritos. Pareciam sair da casa do vizinho. Ele chegou perto, mas então percebeu que os gritos vinham do outro lado da esquina. A mulher parecia estar sendo esfaqueada ou algo assim, pois os gritos eram muito altos e ininterruptos:

- AAAAAAAAAAAAAIIIII! AAAAAAAAAAAAAIIIII! AAAAAAAAAAAAAIIIII! AAAAAAAAAAAAAIIIII! AAAAAAAAAAAAAIIIII! AAAAAAAAAAAAAIIIII!

O jovem pedreiro então dobrou a esquina e viu que os gritos vinham de dentro de um beco. Ele agarrou firme o seu facão e foi olhar. Ao chegar ao beco sem saída, ele viu um homem aparentando 40 anos de idade estuprando uma menina que aparentava ter 10 anos de idade. A menina gritava tão alto de dor, que dava pra se ouvir do outro quarteirão! O estuprador estava tão envolto em seu prazer sexual que nem percebeu o pedreiro chegar por trás e dar-lhe um golpe de facão no pescoço, que separou-lhe a cabeça do tórax. A menina, uma loirinha de olhos verdes com cabelos longos e ondulados, aparentando ter 1,45m de altura, estava vestindo uma minissaia escolar azul marinho e uma camiseta de uniforme de escola. Ela demonstrava uma expressão facial que era um misto de dor extrema e pânico! Com o estuprador morto, e menina desvencilhou-se rapidamente daquela situação. Depois de ver o tórax de o seu agressor cair para a esquerda e a cabeça do mesmo cair para a direita e rolar pelo chão, a menina saiu correndo com as mãos nas nádegas, deixando uma trilha de gotas de sangue, perdendo a calcinha branca, que caiu pelas pernas e ficou no chão, um pouco suja do sangue dela e toda molhada pela chuva. A criança desapareceu pela noite adentro, ainda gritando de dor e aterrorizada com o que acabara de vivenciar e de presenciar. Josival, que até então, nunca havia matado nem mesmo uma galinha, ficou inerte, impressionado, apavorado e confuso pelo que acabara de fazer. Ele matou um homem pela primeira vez na vida. E isso o fez se sentir muito mal. Ele pensou: “Antes eu tivesse continuado a dormir.” Um trovão o acorda para a realidade. A chuva aperta, o fazendo perceber que estava passando da hora de voltar para casa. O jovem voltou correndo ao se lembrar de que deixou a porta de casa aberta. Ao chegar em casa, trancou a porta, verificou todas as janelas e a porta dos fundos. A imagem da cabeça do estuprador caindo no chão e a expressão de terror da menina ao ver aquilo não saíam de sua cabeça. Ao se olhar no espelho com a roupa toda molhada de chuva, viu que parte do sangue do estuprador estava em suas roupas, pois um jato de sangue espirrou do pescoço do agressor quando o tórax caiu. Outro trovão deu um susto no rapaz. A chuva fortaleceu outra vez. Ele lavou e guardou o facão na área de serviço, que era fechada e anexa à cozinha. Tirou e pendurou a roupa molhada no varal, ficando só de cueca outra vez. Voltou para o quarto, deitou na cama e tentou dormir. O barulho da chuva na janela, desta vez não tinha nada de confortável ou de prazeroso. Desta vez, aquela chuva cada vez mais forte, com esporádicos e assustadores trovões, parecia uma sinfonia sinistra, que cantava aos ouvidos dele: “Você agora é um assassino! E não há como voltar atrás!” Então ele lembrou-se da menina correndo tão apavorada que deixou sem perceber a calcinha caída pelo caminho. Ao lembrar-se daquela calcinha no chão, suja do sangue dela e “lavada” pela chuva, ele imaginou a forte chuva lhe gritando aos ouvidos: “Mediante uma testemunha! Você agora é um assassino! E não há como voltar atrás!” Ele não conseguiu dormir. Os acontecimentos daquela noite invadiram seus pensamentos durante toda a madrugada. Às 6:00h da manhã o rádio relógio tocou o alarme, fazendo-o acordar de seus pensamentos. O jovem então entrou no box, jogou a cueca no cesto de roupas sujas, como em todas as manhãs o fazia, mas dessa vez a imagem da cueca branca caindo no cesto de roupas, o fez lembrar da imagem daquela calcinha caída no chão no meio da chuva. Tentando esquecer os acontecimentos do dia anterior, Josival ligou o chuveiro, a água caindo em seu corpo nu o fez lembrar-se da chuva caindo em suas roupas, no momento em que o facão separou a cabeça do estuprador do respectivo tórax. Assustado, o pedreiro lavou-se rapidamente e saiu do box, pegou a toalha e foi para o quarto se enxugar. Colocou as roupas de trabalho e foi andando rápido até a padaria, que ficava do outro lado da mesma rua do seu local de trabalho. Ao ver o café no copo, ele lembrou-se da chuva sobre o chão escuro. Tudo naquele dia o fez lembrar-se do ocorrido. Para uma menina de aproximadamente 10 anos, ele era um herói, o que não lhe provocava nenhum orgulho porque para um homem de aproximadamente 40 anos, ele era um assassino. Durante aproximadamente 6 meses, o jovem pedreiro ficou atormentado por este pesadelo.

Capítulo 2 – Emprego novo, vida nova.

Quatro anos depois da fatídica noite de chuva, aquele era o ultimo dia da obra onde Josival estava trabalhando. Com o prédio pronto para morar, era hora de esperar pra ver se a firma que o contratou iria precisar dele em uma futura próxima obra, ou se ele estaria então, temporariamente desempregado. A firma estava passando por uma série de dificuldades e alguns funcionários seriam sumariamente demitidos. Como Josival já esperava, ele era um dos novos desempregados. Mas como nessa vida nem tudo são espinhos, naquela tarde um amigo o encontrou e o indicou para um novo emprego, justamente na obra da firma concorrente daquela que o demitiu. Ao entrar no escritório para fazer a entrevista, o rapaz levou um susto! A auxiliar da entrevistadora também! A menina da qual Josival salvou do estuprador há quatro anos, era a filha do dono da firma onde ele estava fazendo entrevista para entrar, parecia bem mais emancipada, com seios crescidos, aproximadamente 1,70m de altura, semblante e trejeitos de mulher adulta, trajando uma minissaia azul branca e camisa de malha verde claro, mas com o mesmo terror no olhar ao ver o sujeito que degolou com um facão o estuprador que a atacara há quatro anos. Ele não sabia o que dizer. Ela também não. Ambos ficaram paralisados olhando um para a cara do outro, com a mesma expressão de espanto, com o mesmo terror nos olhos! Até que a entrevistadora, a irmã da menina, uma mulher loira de 26 anos, com cabelos ondulados e bem compridos, corpo escultural, usando uma comportada saia azul marinho e uma camisa feminina bem decotada azul claro, olhou nos olhos do rapaz com seus belos olhos verdes por cima dos óculos de aro fino e fez a primeira pergunta:

- Nome?

Ainda em choque, o pedreiro tentava responder as perguntas da entrevistadora:

- Josival da Silva Pereira

- Qual é a tua experiência rapaz?

Nesse ponto da entrevista, e menina disse:

- Ér, Fatinha, eu... não tô legal... vou no banheiro, dá licença?

- Tá bem, maninha. Depois a gente conversa, me deixa entrevistar esse aqui.

Menos tenso, por conta da ausência da menina, Josival respondeu à entrevistadora:

- Eu trabalhei em quatro obras até agora, trabalho desde os 14 anos de idade. Na primeira obra, trabalhei de servente, nas outras três trabalhei de pedreiro. De vez em quando eu faço uns biscatinhos, faço de tudo um pouco. Entendo tudo de obra. Se precisar, eu sei trabalhar de pedreiro, bombeiro, eletricista, carpinteiro ou servente.

- Tem referências?

- Tenho sim. Mas todas de firmas concorrentes a esta.

- Isso não é problema. Você bebe?

- Só água, café e suco.

- Bom! Você tem religião?

- Sou católico, graças a Deus.

- Bom! Você faria sexo com uma menina de 14 anos?

- Hã!? Como assim!?

- Eu perguntei se você sabe que a nossa empresa está no mercado há 14 anos?

- Eu... não sabia, mas... eu deveria saber?

- Não, deixa pra lá. Está contratado. Você começa amanhã. Traga a tua carteira de trabalho às 7 da manhã e entregue à minha irmã, aquela menina que estava aqui comigo. Ela vai te fazer um sexo oral que você nunca mais vai esquecer.

- O que!?

- Eu disse pra trazer a carteira de trabalho amanhã de manhã às 7 em ponto! A minha irmã vai fazer a tua ficha!

- Ah! Sim! Claro! Muito obrigado, Senhora!

Quando Josival foi embora, a filha mais velha do dono da firma, que trabalhava para o pai como engenheira, e chefe do RH, pensou: “Esse rapaz é meio estranho...”

O jovem foi para casa, feliz com o novo emprego. Mas a imagem daquela menina, que agora aparentava ter o corpo de uma mulher adulta, não saída de sua cabeça. Naquela noite, ele sonhou com a menina um sonho perturbador, onde ela a acusava de homicídio diante de um tribunal. O pedreiro acordou incomodado, meia hora antes de o rádio relógio disparar o alarme, pensando: “Eu fiz o que foi necessário! Eu salvei a menina de um estupro!”

Capítulo 3 – O Reencontro

O jovem pedreiro estava tenso e sem saber direito o que dizer à filha do novo chefe. Uma fila de novos funcionários, o aguardava. Todos com a carteira de trabalho nas mãos. A menina, que estava aprendendo com a irmã como trabalhar com RH, para substituí-la quando estivesse formada, observou a fila e assim que avistou Josival, falou alguma coisa no ouvido da irmã e foi embora. Josival pensou: “Menos mal. Agora eu vou trabalhar em paz. Ela não é pedreira mesmo... Talvez só fiscalize a obra e em companhia dessa irmã, que pelo que entendi, não sabe de nada.”

Nos primeiros dias de trabalho, O pedreiro estava animado com o novo emprego e ao mesmo tempo tenso com a possibilidade de encontrar-se casualmente com a filha mais nova do chefe. Afinal, ela era a única testemunha de um homicídio. Com o passar dos dias, Josival foi ficando menos tenso, sempre trabalhando bem rápido, fazendo tudo e de tudo para que aquela obra acabasse de uma vez, para que ele pudesse deixar com que a lembrança de trabalhar tão perto daquela menina ficasse bem longe, no passado. No decorrer do tempo, ele viu várias vezes a menina ajudando a irmã a fiscalizar a obra e tanto ele quanto ela, foram se acostumando com a presença um do outro. Ele até descobriu o nome dela: Fernanda. Ela desde o início sabia o nome dele, o que era uma das obrigações dela como auxiliar de RH: Saber o nome de todos os funcionários da obra.

Um dia, depois de um ano de trabalho, Josival foi chamado ao escritório do chefe. Assustado, o rapaz recolheu suas ferramentas e foi ver o motivo do chamado. Ao ver Fernanda, agora com 15 anos de idade, lhe esperando sentada na cadeira do pai dela, o rapaz levou um susto! Quase chorando de medo de perder o emprego, ele disse:

- Érr....o.....é......a.....oo.....OI!

Ela deu uma risadinha e sorrindo, disse:

- Relaxa, Josival! Eu te chamei aqui de boas. Meu velho me disse que você manja tudo de obra, procede?

Com os olhos arregalados de espanto, o pedreiro disse:

- Sei sim, fazer qualquer trabalho de obra. Mas como você sabe o meu nome?

- O teu nome está cadastrado junto com o nome de todos os outros peões. Eu, minha irmã e o meu pai sabemos o nome de todo mundo. Mas vamos ao que interessa: O mestre de obras se demitiu, porque aceitou uma proposta melhor da firma concorrente. Quando eu vi na tua ficha, que você manja tudo de obra, conversei com meu velho e ele então está te oferecendo a vaga de mestre de obras, pelo dobro do teu atual salário. Você aceita?

- Sim, aceito sim!

- Ótimo! Então, a partir de amanhã, você é o novo mestre de obras. O João Alberto vai te substituir na vaga de pedreiro.

- Ótimo! Muito obrigado, Senhora!

A menina deu uma risadinha e disse:

- A Senhora tá no céu! Eu tenho só 15 anos. Chama-me só de Fernanda, ok?

- Ok, Fernanda. Muito obrigado.

Josival saiu da sala do chefe sorrindo e feliz como há muito tempo não ficava. Era aliviador ao extremo saber que aquela menina não o denunciaria pelo homicídio que a mesma testemunhou. E no fim das contas, certamente ela queria iniciar uma amizade com o sujeito que a salvou de um estuprador. Mesmo pensando assim, o pedreiro tomava todo o cuidado para não perder o emprego: Sempre a cumprimentava com um sorriso, porém, só conversava se ela puxasse o assunto. A “Princesinha” como era conhecida na obra, almoçava com os peões, conversava com todos, apertava a mão de um pedreiro ou de um servente como apertaria a mão de qualquer outra pessoa. Era sempre sorridente e simpática com todos. Às vezes alguns um pouco mais atrevidos pegavam na cintura dela e ela levava na brincadeira. A irmã dela, Dra. Fátima, era conhecida como “A Demônia Loira” era o exato contrário dela. Não falava com ninguém. Só falava pra dar sermão em quem cometesse algum erro, ou pra dar um “pití” com quem se atrevesse a olhar para o seu belo corpo. Era o tipo da “Dama” de alta sociedade que tinha nojo de pobre. Só falava em tom de voz normal com um peão de obra qualquer na hora de entrevista-lo para entrar na firma. Todos tinham medo dela, pois sabiam que se ela chegasse perto, ninguém podia olhar pra ela, pois até um olhar mal interpretado, poderia causar uma demissão por “assédio sexual”.

A obra prosseguiu, os dias passaram rápido. Josival começou a usar o dinheiro extra para aos poucos ir fazendo pequenos reparos em sua casa, deixando-a aos poucos em estado de nova. Construiu até mesmo, um pequeno depósito anexo a casa para guardar ferramentas pesadas e produtos químicos que não queria guardar em casa, como querosene ou thinner. As coisas iam às “mil maravilhas” até que algumas surpresas começaram a acontecer.

Capítulo 4 – Surpresa n.º 1!

Depois de dois anos trabalhando como mestre de obras e vendo a obra quase terminando, Josival pensou: “Em poucos dias, estarei procurando emprego outra vez. Mais uma obra concluída, mais um cliente satisfeito.” De repente, uns gemidos baixinhos o acordam de seus pensamentos. Gemidos de mulher, que denotavam prazer sexual. Era incontestável o fato de que aquela ERA a voz de Fernanda! O som vinha do banheiro de um dos apartamentos do primeiro piso. Ele foi silenciosamente até a porta, que estava encostada e olhou por uma pequena fresta pra saber se ela estava sendo estuprada e caso fosse, ele a salvaria outra vez. A cena que ele viu o deixou chocado! Fernanda estava fazendo um ménage à trois com o Pedreiro Alberto e o Servente Manoel. Josival ficou paralisado ao ver aquilo. Pensou: “Se for estupro, eu não tenho como sair na mão contra esses dois. Mas peraí, se fosse estupro, ela poderia gritar por socorro ao invés de gemer de prazer!” A verdade o chocou ainda mais! Aquele sexo grupal era consensual! Aquela menina, agora com 17 anos de idade estava fazendo sexo com dois homens ao mesmo tempo e ao que tudo indicava, ela estava adorando! Como era fim de expediente, Josival se resumiu a ir pra casa, impactado com o que acabara de presenciar pela fresta da porta do banheiro daquele apartamento. No caminho, ele encontrou o dono da firma, que lhe perguntou:

- Você viu a minha filha por aí?

- Deve ter ido ao banheiro.

- Vou verificar. Até amanhã Josival!

- Até amanhã, chefe!

Ao chegar em casa, o jovem pedreiro ficou pensando na resposta que deu ao chefe. Ele pensou: ”Se for estupro, pelo menos fiz a minha parte. Se não for, posso dizer aos dois que não sabia de nada, portanto, como eu ia adivinhar o que estava acontecendo no banheiro, certo?”

Naquela noite, Josival não conseguiu dormir de jeito nenhum, preocupado com o que certamente aconteceria. Ele estava ciente de que seus dois colegas de trabalho seriam sumariamente demitidos e talvez presos por estupro, pois aquela adolescente não iria dizer na cara dura ao seu pai que o sexo com aqueles dois homens era consensual. O jovem pedreiro ficou atormentado a noite inteira. Amanheceu. Mais uma vez despertado dos seus perturbadores pensamentos pelo alarme do rádio relógio, ele entrou no banheiro, tomou o costumeiro banho, vestiu-se e morrendo de medo de “sobrar pra ele”, foi trabalhar.

Ao chegar no local de trabalho, tudo estava estranhamente na mais perfeita ordem. Ao ver Alberto e Manoel trabalhando normalmente, Josival levou um susto! Ele pensou: “O que aconteceu? Será que a menina confessou para o pai que aquele sexo era consensual, ou talvez, assim como eu, ele percebeu isso pelo jeito em que ela se entregava a eles e gemia de prazer?” De repente, a adolescente beliscou a bunda do mestre de obras e toda sorridente chegou-se do lado dele dizendo:

- Bom dia, Josival! Que cara de espanto é essa, homem?

- É...que....eu...deixa pra lá!

- Você parece assustado. Parece que viu um fantasma. O que aconteceu?

- É que eu tenho estado tenso ultimamente, afinal estamos no término da obra e eu fiquei analisando que em breve estarei procurando emprego outra vez.

A menina deu uma risadinha e disse:

- Relaxa, menino! O meu pai adorou o teu trabalho como mestre de obras. Ele está a fim de te contratar pra todas as próximas obras. Não se preocupe com isso.

- Que bom! É muito bom ouvir isso!

- Mesmo assim, você ainda tá meio tenso, né?

Fernanda abraçou Josival e falou baixinho no ouvido esquerdo do rapaz:

- Vem comigo que eu vou fazer você relaxar.

O pedreiro ficou excitado e confuso, com medo de cair em uma cilada, mas mesmo assim, acompanhou a jovem até o mesmo banheiro onde ele a viu transar com Alberto e Manoel. Ele trancou a porta para garantir que ninguém o flagrasse. Ela abriu o zíper da calça do rapaz e começou a fazer sexo com ele de todas as formas possíveis e imagináveis. Depois que ele não aguentava mais de tanto fazer sexo, e menina toda sorridente, perguntou:

- Gostou?

- Adorei, mas você arrasou comigo.

- Ha! Ha! Ha! Ha! Ha! Ha! Eu tenho essa mania, de esgotar qualquer homem que faça sexo comigo. Amanhã de manhã se você quiser tem mais, ok?

- Ok.

Josival estava espantado como uma menina de apenas 17 anos de idade arrasou sexualmente com ele como nenhuma mulher o tinha feito antes. Nem mesmo as duas prostitutas que ele conhecia, uma de 23 anos de idade e outra de 19, tinham o potencial sexual que Fernanda tinha. Chegava a ser assustador como ela o convidava para fazer o mesmo no dia seguinte, pois Josival não sabia se aguentaria com o espaço de apenas um dia, outra “arrasada” daquela. O novo mestre de obras ficou o dia inteiro pensando nela. Naquela noite, ele dormiu tão cansado, que quase perdeu a hora no dia seguinte, pois acordou morrendo de sono.

Capítulo 5 – Surpresa n.º 2!

Na manhã seguinte, Josival percebeu que enquanto tomava banho, viu pela janela as luzes de um carro de polícia. A princípio ele se lembrou da “arrasada” que levou de Fernanda. Mas automaticamente ele pensou: “Pela experiência que ela tem, deve transar com todos os peões da obra. Então, se forem me prender pelo abuso sexual de uma menor, vão ter que prender todos eles.”

Assim que o mestre de obras saiu de casa, dois policiais o cercaram e um deles perguntou:

- Qual é o teu nome todo?

- Josival da Silva Pereira

Um policial falou para o outro:

- É ele mesmo! Vamos levar!

Desconfiado de que alguém o denunciara pelo abuso de uma menor, Josival perguntou só pra ter certeza:

- Mas o que aconteceu?

Sem responder à pergunta do rapaz, os policiais o algemaram, o colocaram na viatura e um policial disse ao outro:

- Espertinho ele, hein?

- Aliás, espertinho não. Bem burrinho, pois tinha uma carreira pela frente como mestre de obras, mas resolveu estuprar justo a filha do dono da firma. Jogou a vida fora em troca de alguns minutos de prazer sexual.

Josival disse em tom elevado de voz:

- Espera aí! Ela fez porque quis! Aliás, foi ela quem me levou pro banheiro me dizendo que ia fazer eu relaxar e depois arrasou comigo!

Os dois policiais caíram na gargalhada. Um deles disse ao outro:

- Esses estupradores inventam cada estória ridícula! Vê se uma menina linda, filhinha de papai, podendo fazer isso com um menino riquinho da idade dela ou talvez até menos, vai fazer com um peão de obra!

Chegando na delegacia, os policiais levaram o pedreiro ao Delegado. Este foi logo o intimidando:

- As provas de que houve um estupro são cabais! Há amostras do teu DNA em vários lugares do corpo da menina. Portanto, eu só tenho UMA pergunta a fazer: O que faz um sujeito que tinha toda uma carreira de mestre de obras pela frente, estuprar a filha do dono da firma? Vingança? Inveja? Alguma coisa que o teu chefe fez ou disse e você não gostou?

- É como eu disse a estes policiais, Doutor. Foi ela quem me levou pro banheiro depois de dizer no meu ouvido que ia me fazer relaxar e...

- Para de mentir, seu safado! Você realmente acredita que alguém vai acreditar nessa tua estorinha ridícula e absurda!? Se ainda fosse uma mulher feia, velha! Mas aquela menina de 17 anos de idade! Aquela loirinha linda com corpinho de sereia! Nem se ela estivesse totalmente bêbada ela faria sexo com um, UM MERDA igual você! Sargento! Leva ele pra cela, já que ele não quer dizer o motivo do crime.

O sargento da PM levou Josival pelo braço até a cela que estava cheia de outros bandidos. Depois de trancar a porta, o policial disse:

- Esse aí estuprou uma menina de 17 anos. Façam a festa com ele.

Prontamente, os bandidos o agarraram e o estupraram durante algumas horas, sob socos na testa e tapas na cara. Revoltado com a situação, Josival mordeu o órgão genital de um dos seus agressores e foi duramente espancado por isso. Perdeu todos os 36 dentes e ficou com os dois olhos tão inchados que não enxergava. O nariz sangrava tanto que parecia uma torneira aberta. No dia seguinte, Josival estava desmaiado pelas fortes dores no sistema excretor e no rosto. Estava também debilitado devido à perda de quase dois litros de sangue pela surra e pelos estupros que sofreu no dia anterior. O carcereiro o encaminhou a um hospital público, onde ele ficou duas semanas. Um dia antes de sair do hospital, com os olhos ainda um pouco inchados, os dentes todos quebrados e com o nariz todo deformado, Josival se olhou no espelho e pensou: “O que aconteceu? Será que a menina me chamando pro banheiro era uma armadilha? Por que não aconteceu a mesma coisa com Alberto e Manoel, que certamente também deixaram muitos vestígios de DNA nela?”

Capítulo 6 – A revelação!

Naquela noite, ainda com muitas dores em várias partes do corpo, Josival tomou seu anti-inflamatório, o seu analgésico e tentou dormir. Ciente de que no dia seguinte seria transferido novamente para a prisão, o pedreiro começou a chorar ao perceber o fato de que poderia levar toda aquela surra outra vez e ser estuprado daquele jeito brutal e animalesco de novo. Tal possibilidade o aterrorizava e o fazia imaginar algum jeito de fugir daquele hospital, enquanto ele ainda estava vivo. Olhou para a porta do quarto e lembrou-se do policial que ficava do lado de fora o dia todo, pra garantir que ele não fugisse. Olhou para a janela e lembrou-se de que estava no terceiro piso, o que impossibilitava uma fuga pela janela. Além disso, as luzes da viatura que ficava a madrugada inteira na porta o hospital, ao refletirem na janela aberta, gritavam silenciosamente o fato de que caso ele conseguisse fazer uma corda de lençóis e saísse pela janela, seria automaticamente preso na porta do hospital. Naquele momento, quando ele ainda estava deitado na maca, olhando para a janela, analisando alguma possibilidade de fuga, o policial que ficava na porta do quarto, abriu a porta e disse:

- Visita pra você.

Fernanda entrou no quarto, toda sorridente, vestida com uma camiseta de malha branca com estampa de coraçõezinhos cor-de-rosa que deixava transparecer o sutiã azul-marinho que ela usava por baixo e uma microssaia azul-claro curtíssima. Confuso, Josival disse:

- Fernanda... O que aconteceu?

- Sssshhhh!

A menina então falou bem baixinho para que o policial, que estava do lado de fora porta, não pudesse escutar:

- Deixa eu te explicar uma coisinha. Lembra-se do primeiro dia em que a gente se viu?

- Sim! No escritório do teu pai!

- Ssssshhh! Fala baixo! Eu tô falando da noite em que você matou aquele cara.

- Claro! Eu te salvei de um estupro! Você ainda era criança!

Fazendo um gesto negativo com a cabeça, a menina continuou falando bem baixo:

- Você é muito burro, Josival. Eu tinha 10 anos de idade. E desde meus 10 anos de idade, eu sempre percebi que aqueles peões da firma do meu velho sentiam um forte tesão por mim. Meu pai naquela época me dava mesada, mas era tão pouquinho que eu queria arrumar um jeitinho de ganhar meu próprio dinheiro, pra ostentar coisas que as minhas amigas da escola também ostentavam com as mesadas delas, que eram muito maiores do que a minha. Aí eu resolvi usar o tesão que aqueles homens tinham por mim à meu favor. Já que eu não era mais virgem mesmo, porque perdi a virgindade aos 9 anos pra um primo meu que na época tinha 14, resolvi começar a me prostituir pra eles. Fui tomando todo o cuidado pra não esbarrar em alguém que pudesse me entregar pro meu pai. Naquela noite, eu ia ganhar R$750 de um pedreiro pra fazer só sexo anal com ele. Eu já estava planejando dizer pro meu pai que fui estuprada e que não conseguia reconhecer o agressor. Saí à noite com o uniforme da escola porque ele sentia tesão em meninas com uniforme escolar. Encontrei-o naquele beco, pra ficar bem longe da obra onde ele trabalhava, onde alguns colegas de trabalho dele poderiam reconhecê-lo e ao mesmo tempo bem longe de casa, onde alguns vizinhos meus poderiam me reconhecer. Mas você apareceu e fez com que a minha dor descomunal fosse em vão, pois ele iria pagar depois. Eu fiquei sem meu dinheiro por tua culpa. Depois que eu te reencontrei no escritório do meu pai, fiquei com muito medo de você me entregar. Até o momento em que eu percebi que você realmente acreditou que eu estivesse sido estuprada. Isso me acalmou bastante. Tanto que cantei o meu pai pra te colocar como Mestre de Obras. O que eu não contava é que você me flagraria no banheiro de um dos apartamentos dando pro Alberto e pro Manoel ao mesmo tempo. Fiquei morrendo de medo de você me entregar pro meu pai. Antes de terminar aquele sexo, os alertei de que alguém havia nos visto. Rapidamente, nós três levantamos dali, nos lavamos com o esguicho e nos vestimos. Perdi mais um dinheiro, eu ia ganhar R$300 naquela noite, R$150 de cada um. Quase fomos flagrados pelo meu pai, que bateu na porta dez segundos depois de nos vestirmos. Eu disse então a ele que estava explicando detalhes sobre o final da obra. Ele ficou meio desconfiado, mas não disse nada. Eu não sei o que você disse ao meu pai, mas desde aquele dia, ele me olha torto e não fala direito comigo. Só fala o necessário e mesmo assim evita olhar pra mim. No dia seguinte, eu percebi o quanto você é perigoso pros meus negócios e que eu poderia perder, entre outras coisas, a amizade do meu pai se você continuasse trabalhando com a gente. E o jeito que eu tive de te afastar permanentemente da firma e da convivência do meu pai foi esse. Nada pessoal, Josival. Mas o meu ganha-pão alternativo pra mim é sagrado. E eu tirarei do caminho qualquer pessoa que oferecer risco ao meu negócio, entendeu?

Depois de dizer isso, a loirinha friamente virou-se, deu um “tchauzinho” com a mão esquerda fazendo balançar algumas pulseirinhas de ouro que estavam em seu fino braço de menina, abriu a porta e foi embora, deixando Josival perplexo e paralisado de medo. Aquela menina linda e aparentemente frágil e indefesa tinha o poder de condenar qualquer homem, por mais forte que fosse à tortura e à morte, bastava ela querer. Desesperado, o pedreiro começou a imaginar um jeito de se livrar do policial que estava na porta do quarto e fugir pela a porta dos fundos.

Capítulo 7 – Pela sobrevivência de um inocente.

Eram 4 horas da manhã quando Josival foi ao banheiro e percebeu que alguém havia esquecido uma vassoura ali. Ele pensou em usar a vassoura como arma, mas desistiu e analisou outra maneira de se livrar do policial. Abriu as quatro gavetinhas que ficavam debaixo da pia e viu na primeira delas um rolo de esparadrapo, uma pequena tesoura e algumas ampolas. A segunda e a terceira gavetas estavam vazias. A quarta tinha uma seringa descartável. Ele pegou a seringa e olhou o que estava escrito nas ampolas da outra gaveta: “Penicilina” – “Diazepan” – “Diclofenaco Sódico” – “Morfina”. O pedreiro não tinha ideia do que significava três daqueles nomes, mas um ele conhecia bem: “Morfina”. Se ele usasse uma injeção de morfina injetando diretamente na veia jugular daquele policial, possivelmente o atordoaria o suficiente para ele sair correndo. Mas teria que ser algo certeiro, ou ele poderia literalmente ser vítima do próprio remédio. Josival pegou a seringa, quebrou a ponta da ampola, colocou o conteúdo da ampola na seringa, deixou a seringa na pia. Tirou o avental hospitalar, pegou suas roupas sujas e encardidas de sangue e vestiu. Pegou a seringa, aproximou-se da porta. De repente, um pequeno ruído lhe deu um susto: O rádio do policial deu um toque curto. O pedreiro ficou branco e encostou-se na parede, analisando a possibilidade de uma possível câmera escondida ter flagrado ele se vestindo ou preparando a injeção. O policial pegou o rádio e disse:

- O que é?

- Acabou o teu turno, o Gonçalves vai te render.

- Mas não é melhor eu esperar o Gonçalves chegar? E se o prisioneiro foge?

- Fugir pra onde? Tem duas viaturas, uma na frente do hospital e outra atrás. E tem outra, as roupas dele estão cobertas de sangue e o hospital tem câmera pra tudo quanto é lado.

- Eu posso até sair agora, mas eu não me responsabilizo.

- Deixa de ser medroso, homem! “Vombora”!

- Tá legal.

Desconfiado de que tinha alguma coisa errada, o policial começou a sair de perto da porta. Mas andou só até o final do corredor. Ainda mais porque o turno dele só acabaria mesmo às 06h00min e não às 04h20min. Havia algo muito estranho naquela chamada do rádio, a voz, por exemplo, era diferente da voz de todos os seus colegas de trabalho e ele sabia que aquele era o último dia do prisioneiro naquele hospital e que certamente algum parente ou algum amigo dele tentaria facilitar a fuga dele de algum jeito. O agente da lei então ficou olhando para a porta do quarto, do outro lado do corredor, só aguardando o prisioneiro tentar fugir.

Ao ouvir a conversa no rádio, Josival percebeu que até mesmo se ele alcançasse a rua, ficaria facilmente reconhecível, mesmo a grandes distancias, com aquelas roupas sujas de sangue. Ele pensou em roubar as roupas de um enfermeiro qualquer, mas como ele o dominaria? Sem saber direito o que fazer, Josival ficou ali em pé ao lado da porta durante mais alguns minutos. Quando o relógio marcou 04h49min, ele ouviu uma pancada. Alguém deu uma paulada na cabeça do policial por trás e foi correndo para o quarto onde Josival estava confinado. Quando o sujeito abriu a porta, Josival sorriu e com alívio nos olhos, disse:

- Mano do céu! Como é que você me achou aqui?

- Não dá tempo de explicar agora, irmão. Eu trouxe uma muda de roupa pra você. Troca de roupa e vem comigo, rápido!

O pedreiro não pensou duas vezes e cumpriu as ordens do seu irmão mais velho, Josiel, a qual não via há mais de 10 anos. Os dois desceram correndo as escadarias do hospital e Josival olhou perplexo a viatura que ficava na frente do hospital, com os policiais desmaiados. Josiel levou o irmão para um carro estacionado ao lado da viatura e assim que os dois entraram, ele ligou o carro e fugiram para outro Estado, onde Josiel morava com a mãe, a esposa e dois filhos. Espantado com o fato de o irmão que até então estava afastado dele desde quando discutiram, ainda adolescentes, e por conta disso Josival decidiu tentar a vida em outra cidade, o pedreiro perguntou:

- Mas como é que você sabia o que aconteceu?

- Internet, irmãozinho. Tá na rede todinha a notícia de que um mestre de obras chamado Josival da Silva Pereira estuprou uma adolescente de 17 anos, foi preso, espancado e estava no hospital.

- E por que você não me salvou antes?

- Eu levei tempo pra descobrir em qual hospital você estava. Essa cidade é grande pra caramba. São dezenas de hospitais. Passei duas semanas te procurando. Mas aí, quando finalmente eu vi um hospital que tinha duas viaturas, uma na porta da frente e outra na porta de trás, eu pensei: “Só pode ser esse! A menos que eu tenha muito azar de existir outro prisioneiro hospitalizado!” Arrisquei e me dei bem. Graças a Deus você tá salvo. Mas como é que você entrou numa furada dessa?

- Aquela menina era prostituta desde os 10 anos de idade. E quando soube que eu estava descobrindo que ela era prostituta ela ficou com medo de eu contar ao pai dela, e aí ela armou essa pra mim. Aos 17 anos, ela tinha muito mais experiência sexual do que muita mulher adulta por aí. Ela fez sexo comigo de tudo quanto é jeito e depois me acusou de estupro.

- Cara, que mancada! Agora vamos ter que te esconder até a poeira baixar e depois dar um jeito de provar a tua inocência. Mas por enquanto, vamos ter que esconder você até a poeira baixar.

O carro estacionou na garagem de um prédio, no centro de uma cidadezinha de interior. A porta abriu sob o comando do controle remoto acionado por Josiel, o carro entrou e Josiel foi logo apertando o botão para fechar a porta atrás de si. O carro estacionou em uma das vagas e Josiel disse:

- Aqui estamos. Vamos pro meu apartamento.

- Você comprou um apartamento nesse prédio?

- Sim, mas eu não moro aqui, aqui é o meu cantinho quando a minha mulher enche demais o saco e eu acabo indo pra cá pra esfriar a cabeça. Vai ser o lugar perfeito pra te esconder, justamente porque eu não moro aqui e ninguém que me conheça sabe que eu tenho isso aqui. Nem mesmo a minha mulher e meus filhos.

Depois de subirem pelo elevador até o 4º piso, Josiel pegou a chave e abriu o apartamento n.º 402.

Ao entrarem no apartamento, Josival viu que por dentro era uma espécie de quitinete. Um banheiro bem apertado e um quarto de 4x3 metros. Uma pia, uma geladeira e um fogão em uma das paredes formavam uma quase cozinha. Uma cama no meio e um armário na outra parede. Josiel foi logo advertindo o irmão:

- Não olhe pela janela. Quanto menos gente souber que tem gente morando aqui, melhor.

- E a nossa mãe, como está?

- Tá morando comigo naquela mesma casa em que a gente morava quando você foi embora. Todo mundo avisou pra você não se aventurar longe de casa, né? Mas o bicho é teimoso. Olha no que deu. Agora você vai ter que ficar aqui escondido até a gente dar um jeito de provar a tua inocência.

- Mas foi a firma em que eu trabalhei que foi viajando de cidade em cidade, aí quando não precisaram mais de mim, me demitiram, só que aí eu tinha um dinheiro junto e usei pra comprar uma casinha na cidade onde eu fiz alguns amigos e tinha conhecimentos pra não ficar desempregado. Eu estava até financeiramente muito bem, até isso acontecer.

Colocando a mão esquerda na esta, Josival olhou pra ele e disse:

- Tá bom, irmão. Agora o que está feito, está feito. Aquela casa que você comprou já era.

- Era nada! Quando eu provar minha inocência, vou voltar pra lá!

- É mesmo? Você é inocente em todos os sentidos mesmo, né? Você não se tocou que quando você foi preso, eles tiraram os teus documentos e as chaves da tua casa? Pois é! Não adianta chorar, aquela casa você perdeu. A menos que você se apresente com todas as provas nas mãos da tua inocência. Só que se você fizer isso, eles não vão prender aquela menina, filhinha-de-papai por calúnia não. Eles vão é dar um jeito de te eliminar. Então se você dá valor à tua vida, irmão, prove a tua inocência diante do Ministério Público, nós, tua família, vamos te ajudar a fazer isso. Isso vai fazer você deixar de ser um foragido. Mas nunca mais chegue perto daquela cidade.

Josiel foi embora, deixando o irmão sozinho. As chaves o lado de dentro da porta garantiam que o pedreiro pudesse fugir em caso de emergência. Como os dois irmãos tinham as mesmas medidas de calça e camisa, as roupas deixadas pelo irmão lhe serviriam perfeitamente até ele conseguir roupas novas. A geladeira estava farta, ou seja, de fome ele não morreria. Começou a chover e então, ele fechou a janela, apagou a luz e foi dormir. O barulhinho de chuva na janela desta vez não era tão confortável, pois o fazia trazer à mente, lembranças que ele preferia esquecer.

FIM

Eduard de Bruyn
Enviado por Eduard de Bruyn em 04/12/2018
Código do texto: T6518754
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