Múltiplas personalidades, esquizofrenia, pensamento mágico.
O pensamento lógico que o seu cérebro criou, serve ao seu mundo ponderável, e é, entre outras coisas, mais uma adaptação dele para sobreviver à realidade fática que ele encontrou. Como você vê um mundo dimensional de formas e distâncias, seu cérebro físico, claro, tem de se adaptar a isso. O pensamento lógico, mensurável, analítico, claro, não é a melhor adaptação para o seu mundo, mas apenas uma das possíveis. Em outras probabilidades de existência, a humanidade encontrou subterfúgios melhores para lidar com a realidade tridimensional. Mas, neste seu agora, devemos tratar do pensamento lógico, que lhe é tão familiar.
Primeiramente, a lógica é um fenômeno puramente humano, como a filosofia o é. Criados para isso mesmo, lidar e tentar entender o que o cerca. Tão deslumbrado é o gênero humano com as infinitas gradações de estímulos sensoriais de que é cercado, que ele hipnotizado, tenta mensurar para entender o que vê. Nisso, talvez a sua lógica arranhe e explique parcialmente a estrutura do que vocês veem. A matemática é boa para redesenhar distâncias e padrões. A biologia para classificar sistemas biológicos. A química, para combinar elementos, e descobrir relações de pesos e semelhanças entre eles. Mas até certo ponto. Como dito linhas atrás, a lógica descreve o que pode ser visto. Mas, e o que não pode?
Deve entender, que enxergar aqui, não tem a ver com as dimensões das coisas. Mas com a capacidade perceptiva geral da mente humana, enquanto cérebro. Vocês tem treinado ao longo da história para entenderem e estudarem aquilo que podem ver (admitir que existem para si mesmo). Mas, e aquilo que não podem ver? Aquilo que sobrepuja a capacidade de entendimento do cérebro humano, que vai para além das suas dimensões conhecidas?
Claro, a filosofia, a psicologia e outras escolas do pensamento humano arranham essa superfície. Mas, só arranham bem superficialmente, por que aqui, ainda, temos de lidar com o "problema" do cérebro humano, e sua pouca capacidade de ler além das estruturas especificas que ele está tão acostumado.
Claro, este é um desafio que você mesmo se impôs, em tempos esquecidos de sua psique. E, ao tentar descobrir tais problemas, você trará novas estruturas à sua mente física, que futuramente, em seus termos, poderão ler essas novas nuanças da realidade, e expandi-la para você.
"Doenças" mentais, e mesmo físicas, catalogadas por sua ciência atual, merecem o crédito que se dá a elas? Deve perguntar a si mesmo, como era a ciência e o conhecimento humano alguns anos atrás, e a mudança que se operou nelas, tanto em acumulo de informações novas, quanto em classificação de males físicos e mentais, e se perguntar de novo, se o conhecimento é absoluto e definitivo. Se o conhecimento está livre de interesses econômicos e políticos, e de novo, se o conhecimento é livre e democrático, como você pensa em seu pequeno mundo pessoal.
Cada geração humana, tende a se achar que está no ápice de desenvolvimento físico, mental e intelectual. E muitos cientistas de renome no passado, decretaram por mais de uma vez, que nada mais haveria de se descobrir nos ramos da ciência. E cada dia novo que se nascia, novas e surpreendentes "descobertas" alçavam o conhecimento humano a patamares insondáveis. A sua geração sofre esse mesmo mal, ao achar que a sua tecnologia e ciência sabem e desenvolveram tudo o que se há para saber e desenvolver, ou que pelo menos, alcançaram um ápice ótimo, e que os segredos do universo estão prestes a serem desvendados na próxima curva do século.
Na verdade, desenvolvimento científico e intelectual nada tem a ver com ciência ou lógica propriamente dita. Tem a ver com o que a mente humana ACREDITA que pode ou não ser possível! Cada geração tem a sua crença, apoiada na crença da geração anterior, e assim vão desenvolvendo a sua realidade. Pois, já dissemos, a realidade é mental e baseada em suas crenças e expectativas acerca de si mesmos e da totalidade da experiência de cada um.
Dentro disso, múltiplas personalidades, esquizofrenia, pensamento mágico, são nomes que você dá, a manifestações do pensamento humano, que você pode ou não entender, mas que precisa pelo menos, nomear. Pois como já dito também, quando você nomeia, você classifica, e define (dar fim).
O cérebro físico pode sim, sofrer panes e interpretar a realidade de modo diferente da de um cérebro "normal". Agora, lembre-se, toda a sua realidade é apenas um modo pelo qual você mesmo interpreta os estímulos. E muito dessa sua interpretação tem um viés todo particular. Por isso entre vocês há tanta diferença. A realidade nunca é a mesma para indivíduos diferentes.
Toda a humanidade, e todos os seres que existem, sofrem de uma alucinação geral que forma a realidade da massa, e uma alucinação particular de um indivíduo não é mais válida ou menos válida do que a que sofre a massa em geral, mas é apenas a dele em particular.
Assim, como a alucinação de massa que a humanidade atravessa, diz muito sobre ela, (você vive e atrai para si aquilo que acredita e espera), a alucinação privada de um individuo, diz muito sobre ele. Quer você classifique isso como doença, quer não.
Vocês só tem esse comportamento, porque o ego não quer admitir nada além dele. A realidade tem de ser apenas aquilo que ele "vê" e pode interpretar. Ele não faz isso por mal, faz porque essa é a sua atual fase de entendimento. Ele mesmo, o ego, quando estiver mais flexível e desenvolvido, comandará mais tarde, a Consciência em suas eternas viagens pelas teias que unem todas as realidades e consciências.