Do que se há para fazer após a morte, das atividades, do empenho e do cotidiano
Quando eu morrer, irei para um céu estereotipado tocar harpas? Ou irei para um inferno ser atormentado pela eternidade? Ou será que ficarei esperando a minha vez na fila de um purgatório habilmente inventado?
As respostas a essas perguntas podem suscitar mais dúvidas do que esclarecimentos, mas essas outras questões fazem parte do processo de amadurecimento e crescimento das ideias.
Primeiramente, suas ideias, expectativas e crenças moldarão a sua realidade. Elas moldam a sua realidade aqui, moldará lá também. Claro, céu e inferno não existem objetivamente. Não há um lugar reservado a um tormento eterno, ou ventura eterna. Certos conceitos ofendem até mesmo o seu intelecto humano. Tal eternidade, centrada num único fator de comportamento, realmente seria insípida e morta, em seus termos. O gênero humano parece esperar uma eternidade egotista, centrada numa única personalidade, que envergaria sobre si o peso da eternidade, sendo que mesmo aqui, na sua vida atual, você muda substancialmente de forma, comportamento, pensamentos e ideias.
Mesmo se você encontrasse um céu segundo as suas crenças, você não demoraria muito tempo nele, pois a Consciência é móvel, expansiva, curiosa e ativa. A Alma é uma energia em constante experimentação e mutação, essa é a verdadeira natureza do Ser. Ele não é extático, está em constante aprendizado e aperfeiçoamento. Se você encontrasse um inferno, logo a sua Consciência, com a expansão natural dela, perceberia que o mal e os tormentos por ventura encontrados, são produtos da sua própria psique, e nada pode ser criado com um único intento de atormentar, por exemplo. Seus medos, seus demônios, seus complexos, são criações psicológicas de sua espécie, e isso já é entendido mesmo hoje, pois já cresceram em conhecimento e sabedoria para perceberem isso.
Agora, o que você precisa entender, é que, por causa da natureza do tempo, você já está morto, em seus termos. Você visita a si mesmo muitas vezes, e talvez, muitos fantasmas que pode achar que viu, pode ser você mesmo olhando por você, ou matando a saudade, por assim dizer, vindo de um reino pós mortem. Muitos sonhos que você tem, embora a maioria seja esquecida de manhã, são incursões que você fará após a morte, em seus termos, e que você agora, rememora na simbologia dos sonhos físicos. Por causa dessa natureza, a maioria, se não todas as pessoas, sabem e pressentem quando irão morrer. Embora você não manifeste isso cotidianamente em sua consciência desperta, pois o ego não se interessa, por hora, neste tipo de informação. Mas a Alma, que é maior que o ego, vê e sabe.
Nestes outros reinos de percepção e consciência, você seguirá a sua inclinação. Você poderá ajudar outros, se essa é sua inclinação. Se você é um aventureiro legítimo, poderá se aventurar por ambientes desconhecidos. Poderá explorar cada nuance de possibilidade. Poderá "estudar". Descobrir coisas que sempre quis saber sobre determinados temas. Por que, se você parar para pensar, é isso o que você faz no seu dia a dia, enquanto você se considera vivo. Você explora, aprende, se aventura, de acordo com a sua inclinação natural.
Lá, você terá mais liberdade, é claro, por causa da natureza flexível da consciência liberta. Se você leva consigo o otimismo, encontrará ambientes otimistas. Se levar consigo um senso de exploração e aventura, encontrará vastos mundos, cheios de locais para se explorar e descobrir. Se levar consigo um senso de convalescença, pode de repente, descobrir-se num hospital. Em todas as suas peregrinações, seja quais forem, será levado a descobrir ações e conhecimentos novos, a descobri-se enquanto Ser, e a perceber que cada ato seu afeta a você mesmo e ao outro. Nada é sem propósito ou inútil. Você "sonha" as suas aventuras em seus descansos noturnos, onde a mente está livre do tempo e do espaço, e se você se pegasse tendo consciência disso, nunca precisaria perguntar como ou o que é morrer. Foi dado a você o privilégio de "ensaiar" a sua morte todas as noites enquanto dorme, só para você descobrir e entender que não se precisa temer o desenvolvimento natural da Consciência. Você está tão morto agora, quanto estará daqui a alguns anos.
O núcleo central que você é, o Você verdadeiro, a partir do qual irradia todas as suas probabilidades de vida e de aventuras, não está preso no tempo como seu cérebro físico está. De lá, ele assiste tudo o que você é, foi ou pode ser. Criativamente e livremente criando e recriando perpetuamente Tudo o que a Consciência deseja para se expressar.
A Expressão de do Ser é a Alma do universo. Use o seu melhor para se expressar, guarde esse desejo, e ele se irradiará através das dimensões infinitas do seu Ser, tocando tudo o que você é. E não importará se será hoje, ontem ou amanhã. Se o seu foco está aqui ou lá... Você será sempre o melhor que você puder Ser.