Costumes(Miniconto)

Como era de costume, ele trancou sua vítima no porão; Uma estudante da USP que voltava para a casa depois de um longo dia letivo. Com a frieza detalhista de um sádico, privou a garota de comida e água por três dias consecutivos. Ele sentou-se em sua poltrona colocada especialmente de frente para a tela que exibia, através do monitoramento interno de câmeras, a jovem moça presa com alças em uma cadeira. E com uma taça de vinho cheia, emocionava-se de tanta felicidade ao ver a moça perder as forças gradativamente enquanto as horas passavam-se lentamente no cativeiro maldito.

No fim do prazo da privação das necessidades básicas era a hora de terminar o serviço. Com um pesado martelo em mãos, ele adentrou no porão e com um golpe certeiro, afundou o crânio da estudante sem dar a ela uma mísera chance de clamar misericórdia. Sorriu ao ver os resquícios de massa encefálica e pedaços de ossos espalhados em volta do que restava da cabeça da jovem.

E como era de costume, levou o corpo para os fundos de sua velha casa e o queimou em uma enorme fogueira. Depois recolheu as cinzas e depositou em uma urna, que foi colocada metodicamente em sua estante na sala de estar ao lado de quinze outras urnas caprichosamente enumeradas...

(Guilherme Henrique)

PássaroAzul
Enviado por PássaroAzul em 23/08/2018
Reeditado em 23/08/2018
Código do texto: T6427948
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