Costumes(Miniconto)
Como era de costume, ele trancou sua vítima no porão; Uma estudante da USP que voltava para a casa depois de um longo dia letivo. Com a frieza detalhista de um sádico, privou a garota de comida e água por três dias consecutivos. Ele sentou-se em sua poltrona colocada especialmente de frente para a tela que exibia, através do monitoramento interno de câmeras, a jovem moça presa com alças em uma cadeira. E com uma taça de vinho cheia, emocionava-se de tanta felicidade ao ver a moça perder as forças gradativamente enquanto as horas passavam-se lentamente no cativeiro maldito.
No fim do prazo da privação das necessidades básicas era a hora de terminar o serviço. Com um pesado martelo em mãos, ele adentrou no porão e com um golpe certeiro, afundou o crânio da estudante sem dar a ela uma mísera chance de clamar misericórdia. Sorriu ao ver os resquícios de massa encefálica e pedaços de ossos espalhados em volta do que restava da cabeça da jovem.
E como era de costume, levou o corpo para os fundos de sua velha casa e o queimou em uma enorme fogueira. Depois recolheu as cinzas e depositou em uma urna, que foi colocada metodicamente em sua estante na sala de estar ao lado de quinze outras urnas caprichosamente enumeradas...
(Guilherme Henrique)