O DEMÔNIO DA ESCRITA
Quase toda criança tem um amigo imaginário. Como todas, sempre achei que meus brinquedos tivessem alma e sentimentos. O que me diferia das demais, era não ter tais amigos, mas ver seres de outras esferas. Tinha medo, muitas vezes gritava. à noite, dois gêmeos, crianças também, com sorriso maligno, saiam por detrás do guarda-roupas para me assustar.
Já ia para o quarto com pavor. Via uma mulher entrar e sair de lá, mesmo as portas estando fechadas, ela as atravessava. Branca, magra, ruiva, de cabelos longos e soltos, ligeira, muito bonita, meio curvada, por volta dos 25 anos.
Saia comprida de tecido escuro, blusa de tecido clara, com botões grandes, babados e mangas compridas.
O móvel foi comprado junto com o imóvel. Diante dos meus relatos, minha mãe acabou se desfazendo dele e quando, pôs incenso para afastar os maus fluídos, voltando da escola, escapou o cheiro e fumaça, ao abrirem a porta, eu e minha irmã vínhamos felizes, cantando, pegamos uma briga insana que quase parti a cabeça dela com uma lancheira.
E sempre foi assim: visões de anjos, de ciganos, sonhos apocalípticos, proféticos, contato com elementais, seres intraterrenos.
Tanta tormenta que tudo o que eu gostaria era de ser mais normal, não ser tão sensitivo, porque as energias atrapalham muito a vida e o pensar. Porém, tendo nascido deste jeito, não custava nada distribuir avisos de proteção aos outros.
Fui até a um Centro espírita e fiz um tratamento para ver menos coisas do campo astral, confesso, foi por causa do medo do desconhecido. Porém, esta é uma peculiaridade minha, é uma qualidade do meu ser que está ligada ao campo das artes, mais especificamente à literatura e à música.
Tenho, até hoje, dois mentores. De vez em quando, não sei o porquê, eles "dão um tempo", afastam-se e entro em desespero, porque penso que a qualquer hora, vão me deixar de vez. Mas se me acompanham desde criança, não desaparecerão é nunca! O medo que tenho é de sentir muitas saudades e também o de nunca mais produzir arte.
Se eles são heterônimos? Creio que não, e nem fruto de esquizofrenia. Na música, tenho influências de um músico europeu que faleceu na década de 70 do século XX e na literatura, um personagem que saiu de um livro famoso. Nunca existiu como pessoa de carne e osso, mas faz parte do imaginário humano, através de um grande clássico. Um personagem que adiquiriu força e vida própria, influenciando milhões de leitores.
Quer saber mais sobre o meu processo de escrita? Criamos juntos, o mote sempre vem de mim, mas já com um sopro de ideias dela sim. Sim, é ela, a mulher que me inspira. Ela já até me questionou, perguntando se em algum pensamento remoto eu já havia cogitado a hipótese dela ser também a jovem senhora que saía do armário, nos tempos da minha infância.
Um mago me alertou, recentemente, sobre a possibilidade deste ente ser um demônio.
Outro dia, senti um sono insuportável enquanto escrevia. Deitei na rede, dormi e sonhei que continuava a digitar o conto. De repente, acordei num sobressalto de felicidade, corri para o computador e lá estava ela, de frente para a tela, com as mãos pousadas sobre o teclado, tinha escrito todo o corpo e a alma do texto. Ao me ver, deu um leve sorriso, piscou para mim e sumiu, ainda deixando seu delicioso e inconfundível perfume no ar.
Muito obrigada pela leitura!
Quase toda criança tem um amigo imaginário. Como todas, sempre achei que meus brinquedos tivessem alma e sentimentos. O que me diferia das demais, era não ter tais amigos, mas ver seres de outras esferas. Tinha medo, muitas vezes gritava. à noite, dois gêmeos, crianças também, com sorriso maligno, saiam por detrás do guarda-roupas para me assustar.
Já ia para o quarto com pavor. Via uma mulher entrar e sair de lá, mesmo as portas estando fechadas, ela as atravessava. Branca, magra, ruiva, de cabelos longos e soltos, ligeira, muito bonita, meio curvada, por volta dos 25 anos.
Saia comprida de tecido escuro, blusa de tecido clara, com botões grandes, babados e mangas compridas.
O móvel foi comprado junto com o imóvel. Diante dos meus relatos, minha mãe acabou se desfazendo dele e quando, pôs incenso para afastar os maus fluídos, voltando da escola, escapou o cheiro e fumaça, ao abrirem a porta, eu e minha irmã vínhamos felizes, cantando, pegamos uma briga insana que quase parti a cabeça dela com uma lancheira.
E sempre foi assim: visões de anjos, de ciganos, sonhos apocalípticos, proféticos, contato com elementais, seres intraterrenos.
Tanta tormenta que tudo o que eu gostaria era de ser mais normal, não ser tão sensitivo, porque as energias atrapalham muito a vida e o pensar. Porém, tendo nascido deste jeito, não custava nada distribuir avisos de proteção aos outros.
Fui até a um Centro espírita e fiz um tratamento para ver menos coisas do campo astral, confesso, foi por causa do medo do desconhecido. Porém, esta é uma peculiaridade minha, é uma qualidade do meu ser que está ligada ao campo das artes, mais especificamente à literatura e à música.
Tenho, até hoje, dois mentores. De vez em quando, não sei o porquê, eles "dão um tempo", afastam-se e entro em desespero, porque penso que a qualquer hora, vão me deixar de vez. Mas se me acompanham desde criança, não desaparecerão é nunca! O medo que tenho é de sentir muitas saudades e também o de nunca mais produzir arte.
Se eles são heterônimos? Creio que não, e nem fruto de esquizofrenia. Na música, tenho influências de um músico europeu que faleceu na década de 70 do século XX e na literatura, um personagem que saiu de um livro famoso. Nunca existiu como pessoa de carne e osso, mas faz parte do imaginário humano, através de um grande clássico. Um personagem que adiquiriu força e vida própria, influenciando milhões de leitores.
Quer saber mais sobre o meu processo de escrita? Criamos juntos, o mote sempre vem de mim, mas já com um sopro de ideias dela sim. Sim, é ela, a mulher que me inspira. Ela já até me questionou, perguntando se em algum pensamento remoto eu já havia cogitado a hipótese dela ser também a jovem senhora que saía do armário, nos tempos da minha infância.
Um mago me alertou, recentemente, sobre a possibilidade deste ente ser um demônio.
Outro dia, senti um sono insuportável enquanto escrevia. Deitei na rede, dormi e sonhei que continuava a digitar o conto. De repente, acordei num sobressalto de felicidade, corri para o computador e lá estava ela, de frente para a tela, com as mãos pousadas sobre o teclado, tinha escrito todo o corpo e a alma do texto. Ao me ver, deu um leve sorriso, piscou para mim e sumiu, ainda deixando seu delicioso e inconfundível perfume no ar.
Muito obrigada pela leitura!