Sexta-feira treze, sozinha em casa, bateu uma vontade de dar umas voltas de carro, liguei para algumas amigas, não consegui uma sequer para me acompanhar.
E assim sozinha saí por ai, ao passar pela rua Augusta, já as tantas da noite, lá estava um amigo, o Carlos, convidou-me a acompanhá-lo no Chopp, era um amigo mesmo, nada de paquera. Estava ansioso, recentemente havia mudado de endereço, e a nova moradia estava assustando o casal, a casa parecia mal assombrada, sua esposa, resolveu não aceitar continuar por lá, foi para casa dos pais enquanto ele teria de resolver com a imobiliária os acertos da quebra de contrato.
Ao término da conversa ele estava tão tenso que me convidou a fazer-lhe companhia pelo resto da noite, fiquei tão penalizada com os temores do amigo que acabei aceitando o convite. Ao chegarmos a casa, entramos, ele dispôs duas redes na varanda e ficamos a papear, a luz da sala estava apagada, eu quase adormecendo escutei um grito de terror, enquanto eu já quase dormia, ele foi preparar algo para comer e foi surpreendido por um corpo esquartejado, cada parte envolvida em jornal, as pernas arrastavam-se pelo chão como se vida tivesse, ja desperta percebi que as pernas vinham em minha direção, gritei forte pelo amigo e nada... já estava sendo atacado pelos braços volantes e unhas afiadas que apertavam terrivelmente sua garganta, presenciei a cena , quando vi outra parte do corpo envolto em jornal rolando em minha direção, desmaiei.
Foi a pior noite da minha vida, tudo aquilo não passou d’um assombro por nós fantasiado. A mente é capaz de criar situações que Deus duvida.