O ÚLTIMO OLHAR
Brasil afora, os relatos de momentos de muito medo, fazem parte do imaginário popular... Será somente imaginário mesmo? A maldade vive ao seu redor, ao redor de todos nós, pode ser qualquer um, qualquer coisa... Um vizinho, um amigo, um parente, um observador distante, um homem pacato. A morte tem face, basta ter coragem de ver.
Mas fique mais atento, e trate de não descobrir da forma como descobriu Dagmar... Em seu último olhar.
Dagmar... Apesar do nome sonoro e de ser uma moça de beleza ímpar, tal como a sua... Dagmar apesar de tudo, em nada fazia jus ao nome que recebera ao nascer. Dagmar era tímida, e o minimo que podia-se dizer dela, misteriosa...
Sua timidez, fazia com que ela buscasse relacionar-se com as pessoas, através das redes sociais, muitas delas...
Dagmar também lia muito, preferencialmente, romances de cavalaria, aos olhos daqueles que somente veem à "flor d'Água", mas para um único observador atento, Dagmar lia muito mais, Dagmar lia sobre um mundo só seu, obscuro.
Um dia, em um de seus aplicativos de namoro via celular, Dagmar recebeu um convite de amizade que lhe chamou a atenção de forma singular: Era um perfil sem fotos, sem muitas informações, que fazia-lhe uma pergunta direta e estranhamente íntima, "Você lavou tudo com detergente com oxigênio ativo?"
A pergunta a desestabilizou... A tal ponto que, imediatamente bloqueou aquele contato e saiu daquele aplicativo. Sentiu medo. Sentiu-se invadida... Atraída... Naquela noite, Dagmar não dormiria... E sabendo de sua condição de insone, resolveu sair, ver as luzes da cidade.
Já era quase meia noite quando Dagmar saiu de casa e pegou um corujão, como o ônibus faz somente pequenas e breves paradas, e sem saber exatamente onde ir, Dagmar foi ficando, ficando, ficando... Ali, sentada naquele onibus enquanto a madrugada avançada e o frio também. Mas isso não a incomodava, Dagmar gostava de frio, de coisas frias.
A certa altura, Dagmar recebe uma chamada em seu watt's up uma chamada sem face... O número estava lá, mas ela não sabia quem era... Sentiu medo e resolveu não atender. Mas a pessoa da ligação insitia, insistia, até que, pareceu que havia desistido...
Não. Não desistiu e, mandara a seguinte frase: " Não tenha medo... Somos almas afins... Eu, sou igual a você!"
Dagmar ficou muito assuatada com aquilo, Dagmar, ficou literalmente muito excitada com aquela situação e já não contendo-se de seu misto de excitação e prazer, resolveu mandar uma resposta: _Quem é você e o que deseja de mim?
Dagmar imaginara que a resposta viria logo, mas não veio. Isso a deixou ainda mais curiosas... Quando ela já não esperava mais que a resposta viesse, finalmente ela chegou: " Você está se aproximando do Castelinho da rua Apa, encontre-me lá..."
Dagmar sabia da fama do castelinho, ainda assim não se demorou a chegar ao local. ficou por alí, bem em frente por um certo tempo, afinal, entrou.
E lá estava ele, exatamente como ele dissera que era no aplicativo de paquera que Dagmar tanto gostava. Dagmar sorriu em ver aquele belo rapazola que veio ao seu encontro sem exitar, ela ensopou-se de tesão. Abraçou-o e beijou-o longamente enquanto apertava suas partes íntimas e suavemente obervava o último olhar do rapazola enquanto ela deslizava sua navalha de prata suavemente por sua jugular.
A lua dessenhando formas nos escombros do castelinho davam so sangue do rapaz um lindo tom de negro, que pingava sobre os crisântemos que cresciam naturalmente em meio a devastidão urbana.
Dagmar ficou alguns minutos ali, olhando os olhos azuis e sem vida do rapazola... gostou de seu último olhar.