O Parque
Não sei por que tinha chegado tão cedo naquela noite na delegacia, muitos dos acontecimentos de sempre reclamação de vizinhos, bêbados que fizeram confusões, pequenos furtos.
Abro a porta de minha sala, ainda escura, que por sacanagem o construtor me exigia que fosse até o fundo dela para acender aquela luz amarelada. O cheiro normal dali já não era dos melhores. Bebados insistiam de vomitar no hall de entrada, mas naquele momento um cheiro conhecido de cadáver invadiu a sala, indo até a porta perguntei quem não havia tomado banho após o serviço.
Sentando na escrivaninha ouço um movimento da cadeira a minha frente, levanto os olhos e ali sentada uma menina de cabelos negros, pálida com um semblante perdido no horizonte, cumprimentei ela, mas nem se movia, levantei e na distração de olhar para o chão ela desapareceu da sala.
Acho que não tomei café pensei ou o uísque do dia anterior me fez mal, pensei.
A máquina de café como sempre lotada e só com um tipo. ao chegar minha vez olho para o reflexo no quadro na parede, a menina ali atrás de mim novamente. Olho rapidamente sobre o ombro e nada vejo.
Já estava incomodado com aquilo e não comentei com ninguém, achariam loucura.
Sai um pouco na calçada para espairecer, olho para outro lado da rua e vejo ela correndo em direção do parque, fico em dúvida e como estava curioso resolvi segui-la. Ela entra no parque e desaparece em meio aos balanços.
Tento olhar melhor a dias a chuva deixou a areia encharcada e uma poça enorme de água existia ali onde as crianças se balançavam. O cheiro de morte novamente me deixou intrigado vinha dali, resolvi chamar ajuda.
Depois de escavarem um pouco encontramos uma mulher morta a poucos dias, enterrada ali mesmo, quando a retiraram dali observei ja no amanhecer na cova rasa um pedaço de tecido.
Continuamos a cavar, e ali mais profundo havia um cobertor antigo com um esqueleto de uma menina com as mesmas roupas daquela que estava em minha sala no começo da noite.