Noite do terror

Houve uma época em que, em uma pequena cidade do interior houve um apagão durante um dia, até que, com o passar do tempo isso foi se tornando frequente. Eram noites que o tempo demorava para passar e o terror parecia tomar conta, juntamente com criaturas sobrenaturais onde muitos duvidavam de sua existência. Dizem que foi originado de certos rituais que costumavam realizar no local e deu origem a uma onda de escuridão, que crescia aos poucos. Outros dizem que de fato, aquilo foi o fim do mundo. E realmente foi verdade.

Valéria estava indo para uma casa de festas, entrou no seu carro e foi pegar uma amiga em casa, que havia sumido misteriosamente, lhe deixou apenas um bilhete para encontrá-la na festa, pois já estaria lá. Valéria estranhou. Foi seguindo a estrada e estranhou as luzes do trânsito piscarem. Chegou no local, tinha uma quantidade boa de pessoas, aparentemente ali dentro estava tudo bem, todos alegres, bebendo e dançando. Minutos depois, resolveu ir para o banheiro e de repente apagou tudo. Foi um choque para as pessoas, surgiram gritos logo em seguida, ainda no banheiro Valéria ouvia barulhos de pessoas correndo e grande movimentação, imediatamente saiu dali, indo em direção a saída. Parece que alguma coisa estava queimando e ainda assim, havia pessoas que ainda estavam pela pista de dança ou nas mesas de comer. Não sabia se era melhor realmente se arriscar até a saída escura ou escapar por outro lugar. Estava sozinha e com medo, pois não sabia o que estava acontecendo. Sem pensar duas vezes, voltou para o banheiro, sabendo que tinha uma pequena janela alí, fez uma razoável força para abri-la, subiu encima do vaso e com dificuldade foi se puxando para fora. Caiu no chão e via de dentro as pessoas desesperadas que infelizmente não tiveram a mesma sorte que ela de sair. Estava ainda mais assustada. A cidade estava completamente escura e o tremor foi tão grande que nem havia notado o que estava pelas suas costas. Um jovem mais ou menos da sua idade que também havia pulado as janelas estava assustado, e logo depois ouvia diversas pessoas escapando pela pequena porta dos fundos.

-Precisamos sair daqui o quanto antes, parece que tem um vampiro lá!

-Mas preciso achar minha amiga primeiro. - em seguida, ouviram pessoas gritando, e imediatamente o jovem puxou-a para saírem dalí.

-Vamos para o meu carro!

Valéria ia com o jovem que mal sabia o nome para sua casa. Andava devagar e com medo devido a escuridão. A cidade estava estranha. Um acidente de carro havia acontecido mais pra frente e era possível ouvir lobos uivando de longe. Se deu conta que era uma sexta feira 13, mas nunca levava isso a sério. Não até chegar esse dia.

Tudo estava uma escuridão total, sem luzes das ruas, etc. Havia apenas a luz do carro e alguns ruídos estranhos: lobos uivando, gritos...

-Qual o seu nome? -perguntou o jovem, interrompendo os pensamentos de Valéria.

-Valéria. E o seu?

-Alex. Estou aqui faz pouco tempo. Em torno de um mês. Me mudei recentemente para esse estado e estou visitando essa cidade, mas hoje estou surpreso... Parece que tem alguma coisa errada acontecendo, parece cena de Halloween dos filmes.

-Estou com medo. Até mesmo pra voltar pra cas... Meu Deus, o que é aquilo? -Nesse mesmo instante viu uma mulher que parecia uma vampira andando lentamente nas ruas. Coincidentemente parecia sua amiga pelas roupas e rosto, mas estava muito diferente. -Acho que ela é a minha amiga, não sei o que aconteceu com ela. Não tinha tempo para mais pensamentos e palavras, seguiu o comando de Alex e acelerou o carro.

-Isso parece o fim do mundo! O celular está sem sinal! - falou Alex.

-Vou para minha casa ver se meus pais estão bem. - disse Valéria preocupada.

Essa sexta feira 13 marcou o início de tudo. Mas claro que alguns apagões e estranhos acontecimentos já passavam a algumas semanas. Ouviam-se gritos e ruídos estranhos. Valéria entrava em casa com medo e cautelosa devido a escuridão, sem aguentar foi clamando pelos pais. As janelas estavam trancadas e com móveis bem em frente para impedir entrada de inquilinos.

-Valéria, minha filha! Que bom que está bem.- falou a mãe fechando e trancando a porta em seguida, enquanto o pai empurrava os móveis.

-Mãe, estou com um amigo, vou chamá-lo para ele ficar aqui também. A cidade está um caos!

-Muito cuidado, parece que estamos no fim do mundo! Vi a vizinha sendo mordida por um vampiro, tem criaturas sobrenaturais por aí! - nesse instante, Valéria chamou Alex, dando sinal para ele entrar rapidamente, e ele foi.

-Gente, precisamos sair dessa cidade. Tem algo estranho acontecendo. A TV está funcionando? - perguntou Alex

Conseguiram ligar a TV, que anteriormente estava sem sinal. Havia acontecido vários desastres próximos a região, e por incrível que pareça, tudo havia se iniciado ali na cidade por causa de um curioso e macabro ritual obscuro. Ficaram passados.

''É como se todas as criaturas das trevas tivessem acesso ao nosso mundo. Precisamos fechar esse portal descobrindo onde foi feito o ritual e criando um novo ali.'' -Disse um religioso na TV.

-Então a saída é encontrar esse lugar para continuarmos vivos. -disse Alex

-Cuidado, pode ser perigoso. Não temos certezas, mas de que algo obscuro aconteceu concordo...- falou o pai de Valéria

-Se continuarmos assim com certeza iremos morrer. Poderíamos sair agora mesmo para um lugar mais tranquilo... - disse Valéria. Eram 4h da manhã e de repente, as luzes voltaram. Estava amanhecendo. Espiaram pela frecha da janela que o carro estava lá e a rua deserta. Resolveram sair e ir o mais longe que puder dalí. O posto estava vazio e parecia abandonado, porém tinha gasolina. Todos acharam estranho. Algumas pessoas estavam aproveitando o momento para fazerem o mesmo: fugirem para bem longe.

Iam em uma velocidade um pouco acima do normal já que as ruas estavam tranquilas, passaram por uma, duas, três cidades até atravessar o estado e depois outro. Já estava de noite e todos estavam assustados. A ''onda obscura'' estava se expandindo aos poucos. Muitos aos poucos morriam ou se transformavam em alguma criatura.

-Entre fugir ou morrer, é melhor fugir... - disse Valéria, enquanto observava a janela e seu pai ia dirigindo rumo ao norte, com seu amigo que a pouco tempo conhecera do lado, que estava pálido e sério. Mal esperava que em breve ele iria se tornar um vampiro em alguns minutos.

Amanda Passos
Enviado por Amanda Passos em 15/06/2018
Reeditado em 05/07/2022
Código do texto: T6365439
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