Tese de doutorado
Paulie Klauss já tinha reunido as cobaias (homens, mulheres e crianças do sexo masculino e feminino) para a experiência. Por 3.000 euros, os participantes, refugiados oriundos da Síria, estavam dispostos a fazer qualquer coisa, desde que não colocassem suas vidas em risco. Psicóloga forense há dez anos, a alemã de origem austríaca, Paulie Klauss, acreditava que sua tese de doutorado seria eternizada na história pelo seu pioneirismo e relevância.
No dia 20 de abril de 2222, com o apoio do PRA (Partido da Reconstrução Alemã), o experimento teve início. A amostra era composta de: 100 mães e suas respectivas 100 filhas; outras 100 mães e seus respectivos 100 filhos homens; 100 pais e suas respectivas 100 filhas e outros 100 pais e seus respectivos 100 filhos homens, ou seja: um total de 800 pessoas, sendo 400 de cada sexo. Este universo de pessoas deveria comprovar o que é mais importante para a raça humana: o instinto de sobrevivência ou a perpetuação da espécie. Cada mãe e cada pai foram avisados, minutos antes da experiência começar, que receberiam um revólver carregado com uma bala letal. Letal e não festim. Mãe (ou pai) tinha que fazer uma escolha decisiva: matar seu (sua) filho (a) ou se matar. As mães e os pais tinham apenas 1 minuto para tomar a decisão. Se não o fizessem, ao fim deste tempo, a mãe (ou o pai) seria executado junto com sua respectiva prole (filho ou filha). Apesar da revolta dos pais e das mães, eles foram obrigados a ceder, pois se não o fizessem todos (pais, mães e crianças) seriam mortos imediatamente pelos seguranças do partido. Era portanto uma escolha de Sofia, já que para o pai (ou mãe) sobreviver o filho (ou filha) tinha que morrer. O experimento teve o seguinte resultado:
1) Pai e filho homem: 70 pais mataram o filho e apenas 30 pais se mataram;
Sobreviveram: 70 pais e 30 filhos
Morreram: 30 pais e 70 filhos
2) Pai e filha mulher: 60 pais mataram a filha e 40 pais se mataram;
Sobreviveram: 60 pais e 40 filhas
Morreram: 40 pais e 60 filhas
3) Mãe e filho homem: 90 mães pouparam o filho. Apenas 10 o mataram.
Sobreviveram: 10 mães e 90 filhos
Morreram: 90 mães e 10 filhos
4) Mãe e filha mulher: 80 mães pouparam a filha. Apenas 20 a mataram.
Sobreviveram: 20 mães e 80 filhas
Morreram: 80 mães e 20 filhas
Conclusão do experimento: As mulheres privilegiam a perpetuação da espécie no lugar do instinto de sobrevivência, já com os homens ocorre o contrário.
A psicóloga, Paulie Klauss, não recebeu seu título de doutorado como esperava. Ela e todos os membros do PRA foram presos pela polícia, após uma denúncia anônima, pouco tempo depois da experiência nazista se encerrar, por serem os responsáveis diretos pela barbárie que dizimou 400 vidas por um motivo fútil e pseudocientífico.
FIM