A MOÇA ESTRANHA...

Erick estava na festa de aniversário de um amigo. O som de tão alto chegava a ser estridente e causava-lhe fortes dores de cabeça, ainda mais que já havia bebido todas e mais algumas. Já entediado dirigia-se ao aniversariante para despedir-se quando viu na varanda uma moça. Diferente das demais da festa ela não vestia roupas apropriadas para aquela festa, parecia uma vestimenta antiga. Sim, parecia algo fora de época.

Sentindo-se estranhamente curioso por aquela moça bonita, pálida, cabelos negros e lisos e com vestes tão diferentes, sozinha na varanda, indiferente a todo alarde daquela festa, passo a passo dirigiu-se a ela.

Perguntou seu nome, ela respondeu: "Amanda!"

Erick perguntou sua idade, porém não obteve resposta, tampouco ela lhe respondeu quando ele perguntou seu signo.

"Pois é, as mulheres não gostam mesmo de expor sua idade" - ele pensou consigo mesmo.

Então a moça respondeu a pergunta seguinte, por que estava sozinha na varanda e não se divertia com os demais. ela disse que apesar de gostar de festas, estava querendo ficar sozinha naquele momento. Erick aproveitando a deixa respondeu que ele também. E ofereceu-se para caminhar um pouco ao lado dela ao redor da grande praça que ficava de frente a casa de seu amigo.

Ela caminhava tão suavemente que parecia levitar. e sua voz era macia e reconfortante. Sem contar seus olhos azuis que mais lembravam um pedaço do céu. E a caminhada rendeu muita conversa. parecia que aqueles poucos minutos duraram horas, tanto que conversaram. Amanda disse que iria pra casa, pois estava tarde e precisara acordar pela manhã. Erick, como um bom cavalheiro, ofereceu tua companhia ao lado da moça para leva-la para casa. ela aceitou.

Andaram algumas quadras e então ela parou de frente a uma casa antiga e grandiosa. "Eu moro aqui" ela disse. Despediu-se e entrou na casa. Estranhamente Erick não percebera ela abrindo o portão. "Acho que realmente estou embriagado."

Aquela noite as asas do sono demorou a leva-lo para o mundo dos sonhos. ele realmente havia se interessado pela Amanda. Ela era diferente a todas as garotas que conhecera até então. Inteligente, tinha uma visão do mundo pela qual ele nunca havia ouvido de nenhum outro lábio feminino, muito menos de seus amigos que só falavam em bebidas e mulheres.

Decidira que no dia seguinte levaria flores a ela. E adormeceu.

A manhã nascera bonita. era primavera e o colorido das flores anunciavam um sia maravilhoso. e aproveitando a beleza 9 e a gratuidade) de algumas flores na praça, as colheu e caminhou em direção a casa de Amanda. parou de frente ao portão, o mesmo que tamanha embriaguez não o permitira ver a moça o abrindo para entrar. Procurou a campainha, não encontrou. Então Erick pos as flores ao lado do muro e bateu palmas, Clap, clap, clap...

Uma senhora de meia idade abriu a porta e veio atende-lo.

- Pois não?

- Bom dia senhora, eu poderia falar com a Amanda?

A mulher o olhou de maneira estranha, fazendo uma cara de quem não acreditava no que ouvia.

-Moço você disse que quer falar com quem?

-Amanda, senhora, a conheci na festa de um amigo ontem.

-Festa? e a trouxe para cá ontem você disse?

Ela parecia incrédula com o que ouvia daquele rapaz que já se assustava com aquela cena. Os olhos daquele senhora pareciam querer saltar da órbita. Uma cena realmente dantesca e horrenda. Sem entender nada Erick começou a se arrepender de ter ido bater palmas naquela casa.

-Rapazinho não sei que palhaçada é esta, na verdade se for piada é uma piada muito da sem graça, brincar com uma família que já sofreu tanto e ainda sofre é algo desumano.

-Minha senhora, mas... mas eu não entendo. o que eu disse demais? Conheci Amanda ontem na festa de aniversário de meu amigo, O Renato. Ela estava sozinha na varanda, passeamos pela praça, conversamos e a deixei aqui. ela disse que era sua casa e entrou. Vim trazer estas flores como um ato gentil, não sabia que ia ofender a senhora. peço-lhe perdão.

Então a mulher baixou a cabeça em dores e lágrimas furtivas rolaram de teus olhos. e foi numa voz baixa, lamentosa, tal como um murmúrio, ela disse algo que deixou Erick congelado de horror:

-Meu rapaz, Amanda é minha filha. Sim esta era sua casa. Digo era porque durante uma festa de aniversário, onde ingeriu bebida alcoólica quando tomava remédios fortes, passou mal. Ela morreu. E ontem fez exatamente 1 ano da sua morte. E ela gostava de vestimentas antigas, tanto que foi enterrada com um vestido de outras épocas.

Erick sentiu seu sangue congelar. Teus cabelos arrepiados e seu olhar de espanto olhavam incrédulos a senhora que chorava emotiva e trêmula. Mas o que veio a seguir fez com que ele saísse dali feito um louco, correndo desesperadamente: Ele percebeu alguém na janela daquela casa a lhe espiar. Era Amanda.

Poeta imaginário
Enviado por Poeta imaginário em 28/05/2018
Reeditado em 28/05/2018
Código do texto: T6349045
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