O Sistema

Surgiam de repente, nas ruas, nas estradas, nos campos, principalmente onde havia muitas casas, pequenas vilas e até onde não tinha nada. Aquelas naves tinham a forma arredondada, ovalada, com braços mecânicos parecidos com esses braços de escavadeiras e onde paravam, desciam de seu interior, dois ou três seres estranhos, com três braços em cada lado do corpo, um olho na testa, orelhas desproporcionais em forma de corneta e emitiam um grunhido ininteligível. Seus corpos eram cobertos com uma espécie de escama de peixes e andavam rápido, como se estivessem afobados, apressados ou sendo perseguidos por um líder implacável. Inexplicavelmente as pessoas eram dominadas por uma estranha força, não reagiam, não demonstravam medo, não fugiam. Como se entendessem o significado daquele som emitido por aqueles estranhos seres.

Em cada lugar onde as naves pousavam as pessoas eram imediatamente reunidas como se aqueles seres as dominassem telepaticamente, fazendo com que se aproximassem das naves de forma servil sem medo, sem receio. Quem estava de carro, simplesmente paravam seus carros, nem sequer desligavam seus motores, desciam e se reuniam docilmente nas proximidades da nave. Depois de um certo tempo reunidas elas eram abduzidas uma a uma para dentro daquela nave e eram colocadas em uma máquina estranha onde essa máquina sugava o sangue das pessoas que era substituído por outra substância esverdeada. As pessoas que eram submetidas a esse estranho processo, não morriam, mas mudavam para uma cor semelhante às cores dos seres.

Em vários salões, auditórios, ou locais abertos, onde era possível reunir um grande número de pessoas, havia uma das naves cuja função era abrigar uma equipe de doutrinadores que se revezavam no trabalho de palestra, ou doutrinação daqueles seres agora com o sangue dos alienígenas sem vontade própria, mas que estranhamente entendiam a linguagem dos alienígenas. As vítimas, recolhidas pelas outras naves, eram despejadas nesses locais para, numa segunda etapa, serem doutrinadas.

Tentaram me pegar, eu não quis me submeter àquele processo, corri desesperado, escondi-me em um pequeno bosque próximo, desistiram de me perseguir e continuaram a submeter as pessoas restantes naquele lugar diferente e estranho. Me borrava de medo, não entendia por que as pessoas não reagiam. Tentei sair correndo desesperado dali pois de uma hora para outra os alienígenas poderiam me encontrar pois estavam em toda a parte. Consegui chegar em uma casa grande, e entrei num salão enorme que também estava cheiro de gente. Tentei me comunicar com outras pessoas que estavam no local e elas não me respondiam, também estavam num estado de letargia semelhante aos que eu havia visto antes. Tentei sair e não consegui mais, as portas tinham sido trancadas. Uma equipe de seres horríveis, iguais aos que vi antes do lado de fora, já estavam dentro do salão tentando doutrinar aqueles que estavam presos. Corri desesperado em direção a uma das portas, mas um dos seres alienígenas me pegou pelo braço e tentou me enfiar um objeto metálico na boca. Comecei a gritar desesperado:

- Socorro! Socorro! Pelo amor de Deus, me largue! – Esperneando que nem louco.

Quando acordei minhas cobertas estavam todas no chão, minha esposa tentava me acordar, me dando safanões tapas e gritando comigo. Acordei, finalmente! Que alívio!!! Pensei que ia morrer com aquele ferro enfiado na minha garganta.

Que sonho horrível!!!!