8ª. Zona Morta Uberaba - Em Busca De Suprimentos Parte 3

Dia 7 de Setembro de 2004, quarta feira 9:09 AM – Em Busca De Suprimentos Parte 3

Não demorou muito para chegarmos até a casa do Jan, desci algumas ruas, cai na avenida principal, que antes era um ambiente com muitos carros nos horários de pico, as árvores nos e canteiros todos bem organizados, as pessoas andando e fazendo compras nas lojas, agora é um cenário de guerra “abandonado”, carros batidos por todos os lados, outros simplesmente largados, som de alarme tocando ao fundo bem distante.. e eles.. vários deles... por aí com seus corpos deformados. Subi o morro até chegar na rua dele, praticamente em linha reta, e como o motor da Blazer é meio silencioso não fomos muito notados pelos zumbis. A rua do Jan é uma alameda, com 4 casas somente, e do outro lado da pequena rua apenas algumas árvores e uma grama baixa recentemente cortada, a rua dele estava deserta naquele momento, exceto pelo detalhe de um corpo deito no final da mesma, com um jaleco e roupas brancas poderia ser um médico ou dentista, mas sua cabeça estava completamente esmagada no asfalto como se um carro tivesse passado exatamente na cabeça dele. Quando terminei de virar a rua vi o Jan se levantando do chão da sacada da casa dele, levantando as mãos pra cima naquele sinal de “até que enfim!!!”, abriu o portão da casa dele que estava repleto de madeira pregada e parafusada(portão eletrônico) subi pela calçada longa de pedra até entrar na garagem coberta pelo segundo andar. Após o portão se fechar, todos nós descemos e ficamos olhando a garagem, espaçosa com decorações de diversos tipos, as portas principais da casa eram de madeira e parecem bem rígidas. Jan e Kelly abrem a porta devagar, o ranger dela parece estrondoso por causa do silêncio que corre a rua. Ele faz sinal para que entremos.

Jan: Venham rápido

Jones: Oks vamos pessoal

- Dentro de casa-

Jones: E ai cara como que vocês ficaram aqui?

Jan: Seu bosta ta afim de matar a gente de angustia, pensei que estivessem mortos

Jones: Cara por pouco não fomos mesmo, mas depois eu conto é uma longa história.

Jan: Tudo bem cara... Ei vejo que você trouxe mais alguém, quem é ele? – Apontando para o garoto.

Jones: Faz parte da longa história... Esses aqui são Ângela, Gabriel, Matheus e Leila

Todos: oi

Jan: Sintam-se em casa, Kelly vai mostrar onde ficaram, você também garoto.

Kelly: Oi, por aqui. – Atravessaram a sala do Jan que era por sinal espaçosa e decorada, porém ninguém reparou, estavam muito abalados, inclusive eu porém não sei como estou rígido a isso tudo, graças aos ensinamentos de auto controle do exercito que ainda funcionam.

Jan: Vamos dar um jeito de buscar comida. Fique bem amor, e os outros também.

Kelly: Muito cuidado, por favor, não quero que se machuque. Nem o Jones.

Jones: Até mais amigos, fiquem bem... Cara tenho algumas armas na Blazer ela é blindada e qualquer coisa estaremos seguros dentro dela, você dirige, afinal você sabe onde é o supermercado.

Jan: Ok, me de uma arma e vamos agir.

Saímos da casa dele, devagar entramos na Blazer, ele abriu o portão eletrônico de dentro do carro mesmo com um controle preto e botões cinzas. Enquanto ele dirigia eu carregava a minha arma e a dele, descemos alguns quarteirões desse bairro, os mais próximos da casa de Jan estavam calmos como se nada estivesse acontecendo, a destruição começava apenas atravessando uma pequena avenida com canteiro, o que deixava ela menos ainda, como sempre carros, pessoas caídas no chão, e um silencio dos diabos, como se alguém seguisse a gente com os olhos, com certeza isso estava acontecendo...

Passamos por mais duas ruas e chegamos à praça onde estava o supermercado, demos uma volta na praça, que era bem grande e arborizada, com brinquedos de Playground no centro, e uma quadra de futsal danificada e pichada, uma banca de revistas em uma ponta e Trailers de cachorro-quente, fechados, na outra ponta. A única diferença com a normalidade é que a praça estava cheia de corpos abatidos pelo chão, como se alguém já tivesse passado por lá, não havia ninguém vivo e nem “morto” em pé, o odor era horrível, nauseante. Finalizamos a volta e paramos na porta do supermercado. Pegamos nossas armas e devagar descemos,

o fraco sol que fazia aquela manhã devido as nuvens dava um ar temebroso ao local, eu entrei primeiro com a M16 em mãos, percorri os olhos por todo o local, Jan entrou logo depois. Olhei intrigado para o local, estava completamente deserto, tem todos os sentidos, não havia nada nas prateleiras a não ser filtros de papel para coar café, alguns produtos de limpeza e outros produtos supérfluos.

Sussurramos......

Jones: .....Mas o que está acontecendo, não tem nada aqui.....

Jan: .....Estou vendo, as pessoas devem ter saqueado antes de tudo.....

Jones:....Mais como? Não deu tempo nem do presidente avisar sobre a gripe que essas coisas já estavam em nossas portas.....

Jan: .....Estranho e misterioso, vamos ver no depósito.....

Caminhamos vagarosamente até o depósito, o qual tinha uma porta vermelha grande. Empurrei a mesma, que somente fez um rangido daqueles de filme de fantasma, estava quase totalmente vazio se não fosse por um caminhão baú vazio, uma caminhonete S10 modelo antigo azul quase se encostando ao caminhão, e duas vagas vazias, talvez antes ocupadas, pois a porta do depósito de saída para as cargas estava entreaberto e com as correntes no chão, partidas como se tivessem sido rasgadas no meio. A saída dava para rua de trás. Aproximamo-nos até a porta de saída, Jan espiava o lado de fora, estava tudo tranqüilo de acordo com o sinal de positivo que ele fez para mim enquanto eu verificava os caminhões e a caminhonete. Os baús dos caminhões estavam vazios, porém a caminhonete estava pela metade cheia de caixas com logomarcas de produtos conhecidos, abri uma, para minha felicidade estava totalmente abastecidas com mantimentos que não estragavam facilmente, olhei mais 2 delas, no total haviam 14 caixas, provavelmente todas cheias com o mesmo conteúdo. Não sabia como nem por que de tudo estar daquele jeito. Chamei o Jan, ele também ficou espantado.

Ainda sussurrando.....

Jan: ..... Mais como cara?......

Jones: ..... Não tenho idéia, e não vamos esperar a resposta, vou fazer uma ligação direta nessa caminhonete e nós iremos sair daqui abastecidos.....

Jan: .....Ok.....

Jones:..... Fique na Blazer qualquer coisa buzine duas vezes.....

Jan: .....Não quer ajuda?.....

Jones:..... Tudo bem eu consigo.....

Jan:..... Ok.....

Ele saiu lentamente com a Win 12 nas mãos. Eu abri a porta da caminhonete que estava bem velha, ao abrir rangeu, por estar em total silêncio o ruído emitiu um som considerável. Coloquei a M16 no banco do passageiro, deitei-me no assoalho do carro, retirei a tampa no painel com cuidado, os fios caíram, comecei a trabalhar... De repente um ruído, talvez o vento, continuei... Novamente outro ruído, mais forte e mais próximo, elevei meu olhar até o portão estava mais aberto do que estava antes...

Jones: MERDA!!!! ELES ENTRARAM!!!!

Começaram com poucos, um depois o outro, e outro, até quando pude ver eram mais de 10, não seu de onde vieram, só tive tempo de puxar a porta e as janelas. Esses zumbis são lerdos e fracos, mais em grandes quantidades poderiam até virar a caminhonete comigo dentro. Detesto trabalhar sob pressão mais me vi forçado a fazer isso.

Jones: Verde no amarelo ou no vermelho, droga nunca me lembro!!!!!!!

Eles começavam a entrar cada vez mais rapidamente. Estava me desesperando, respirei fundo e encontrei a combinação de fios certa. Enfim encontrei e comecei a fazer o rotor do motor girar.

Jones: Vamos droga pega!!!!!!! Pega!!!!!!!!

De repente ela ligou, agradeci aos céus, o tanque estava quase na reserva mais acho que daria para chegar até a casa do Jan.

Engatei a primeira e arranquei com vontade, senti o baque das caixas na traseira quando as mesmas bateram contra o fundo da caçamba. O que restava do portão fechado agora estava escancarado. Dei a volta na praça e vi a Blazer onde Jan estava, fiz sinal para que ele me seguisse, ele viu uma multidão me seguir ficando para trás, quando viu posicionou-se na minha frente e acelerou. Em pouco tempo chegamos em sua casa, havia apenas uns 3 zumbis na rua do Jan. Ele acionou o controle do portão, que se abriu, estacionamos e ele fechou o portão. Conseguimos a comida necessária para alguns dias, mas aquilo que aconteceu na praça foi muito estranho, irei conferir aquilo, Jan irá me ajudar como ele mesmo disse. Falamos com o pessoal que estava na casa, sobre o que aconteceu e partimos para a minha. Minha avenida estava sem problemas graves por enquanto. Iremos descansar aqui, restabelecer os nervos e voltaremos lá à noite.

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O Iguana
Enviado por O Iguana em 30/08/2007
Reeditado em 01/09/2007
Código do texto: T631489