O preço de uma caminhada
Andreia corria o mais rápido que podia. Estava escuro e as ruas desertas. A luz da lua era a única a iluminar seus angustiados passos. “Maldita hora para uma caminhada!”, pensava enquanto corria desesperadamente. Sentia uma dor incômoda embaixo das costelas, mas não se permitiria parar.
Olhou rapidamente para trás, seus cabelos compridos bloqueavam parcialmente sua visão, um homem robusto a seguia alguns metros de distância. Ela dobrou a esquina, um dos poucos postes de iluminação estava ligado, mas a luz se apagou assim que ela passou. Torceu o pé em um buraco e por muito pouco não caiu.
“Por que você foi sair de casa justo hoje? Não podia ter ficado jogada na cama embaixo das cobertas?” Um pastor alemão começou a latir e a pular no portão da casa ao vê-la. Passou ao lado de dois garotos, um deles acendia um cigarro e o outro lançava a fumaça no ar. Eles olharam dela para o rapaz e voltaram a conversar como se nada tivesse acontecido.
Sentiu uma pedra a acertar na nuca e titubeou algumas vezes, o suficiente para que ele a alcançasse. A agarrou pelos cabelos, fazendo-a girar. Ele tinha a aparência rude.
- Eu não vou falar nada, prometo.
- Não posso correr esse risco. – Sua voz era ríspida.
- Por favor, não me mata. Eu juro que não conto o que vi.
- Pontas soltas são como um tiro no pé.
Sentiu um nó se formar em sua garganta. Com um movimento ligeiro ele quebrou seu pescoço e observou seu corpo estirado no chão, impassível.
- Agora vou ter que abrir uma nova cova. – Jogando o corpo de sua vítima sobre os ombros. – Acho melhor começar a cobrar mais caro.
Olhou ao redor rapidamente e desapareceu pela escuridão da noite.