O ataque dos germes sereia CAP 04

Capítulo 04 - Nem tudo é o que parece ser

- Gabrielaaaa, corre venha ver o noticiário.

- O que foi pai ?

- Veja. Aconteceu a pouco, o PET sereia de uma família aqui em Campinas se rebelou e matou a todos, menos essa menina, ela está contando tudo o que aconteceu. Veja como ela está assustada e ninguém acredita nela.

- Nossa pai, mas o PET fez isso ?

- Sim filha eles se rebelaram, como nós não temos o nosso não estamos em transe psicológico. Eles são um perigo. Vamos ligar para o titio, ele precisa ser avisado.

Lembro detalhadamente de como tudo começou, saímos para avisar nossos familiares, em vão. Ninguém acreditava que aqueles bichinhos lindos, fofos, pudessem se transformar nessas criaturas bizarras, saídas de um filme de terror B e assassinar seus donos. Lembro de uma cena, não sai da minha cabeça; um rapaz, jovem, dar seu braço de almoço ao seu PET e ainda "achar" tudo normal. Vários se doaram seus corpos para seus PETs. Como protegemos nossos filhos, os hospedeiros defendiam com sua vida, como faço hoje pela Gabi. Preciso proteger ela de todos, não posso perde-la, perderia minha esperança, seria como um dos sobreviventes do dia E, moribundos transeuntes. Vivendo sem causa, sem expectativa. Prontos para a morte. Nesse instante o Home Truck me chama.

- João na escuta ? Cambio

- prossiga, Cambio

- O Lopes e o Gonçalves estão agindo de forma muito estranha. Cambio.

- Foram os dois que comeram a carne Alienígena Jack ? Cambio.

- Sim João. Cambio.

- Estranho como, Jack ? cambio

- Eles estão comendo toda nossa comida, todo nosso suplemento e ainda gritam que estão com fome. Não param de comer, estão descontrolados. Cambio.

- Vamos precisar parar Jack. Quando me ver encoste. Cambio.

Logo o Home Truck, estava a vista do retrovisor. Já perdemos um Home em um ataque surpresa, onde fazíamos os leitos. Sobraram o apoio com nossas munições, equipamentos elétricos, geradores, bombas hidraulicas, onde vem o Maicon e agora essa. Nosso suplemento. O que aconteceu com esses dois ?

- Maicon, copiou ? Cambio

- Sim João. Cambio

Ao aproximar do comboio, todos reunidos, viramos presas fáceis, não podemos perder tempo. Os dois comeram carne alienígena e não sobram muitas alternativas de contra-indicações que podem ter ocorrido. Essa fome que o Jack descreveu. Ao pararmos mandei ele entrar.

- Rápido Jack, entre conosco. Não podemos perder tempo.

Jack entrou em nosso carro e partimos. Não esperei para ver os dois infelizes que se transformaram em monstros alienígenas. Ele foi feliz em decidir não repartir a refeição misteriosa, agora tenho outro problema, estou com um condenado homicida em meu carro com minha filha, mas estou sempre um passo a frente desses monstros. Na próxima parada ele desce. O Rádio chama.

- João.

- Quem fala ? Cambio. Uma voz deformada, tive medo de perguntar.

- Você nos abandonou aqui.

- Lopes ? cambio

- Sim João, agora estou maior, mais forte. Posso defendermos todos nós. Volte João. Não precisamos mais fugir.

- Cadê o Gonzales ? Cambio.

- Bem, digamos que tivemos um pequeno desentendimento. Ele está indisposto.

Certamente o Gonzales virou a janta de Lopes, ele agora quer atrair a todos para um banquete canibal a moda extraterrestre. Agora tenho mais esse problema, além de perder toda nossa providência, perdemos mais um carro apoio e dois dos nossos. Agora uma simbiose humana-extraterrestre ao nosso encalço.

- Venha João, não tenham medo. hahahahahahaha. Sua risada sinistra já demonstrava toda sua intenção.

- Atenção a todos. Precisamos nos livrar do Home, atirem aos pneus e se virem Lopes atirem, ele não é mais um de nós. Parada em 100 km.

Não foi difícil livrar-nos de Lopes. Não o matamos, mas não nos segue mais e nem ouvimos mais sua voz sádica ao rádio, mudamos o canal para o 3. Não acredito na sua sobrevivência nesse mundo, mesmo como ele se tornou. Após a parada estratégica para reagruparmos e tirar o Jack do meu carro, vamos para Buenos Aires, pelo mapa estamos há uns 500 km de distância. Não estávamos preparados para uma parada, mas devido as novas circunstâncias precisamos. A estrada está deserta, nenhum movimento, como sempre. Nenhum alado, nenhum velocista. Isso me assusta. Não saber onde está o inimigo é muito pior. Mas não temos opção, precisamos repor nossas perdas.

Chegamos a Buenos Aires, ao nos aproximar das grandes cidades os carros abandonados dificultam nossa locomoção. Temos que ser rápidos em tudo e sempre ficarmos atentos. Os prédios podem esconder o perigo, são muitas janelas, muitos telhados e cruzamentos. Cada um tem seu repertório a seguir. Maicon segue com o sargento a procurar combustível e as Blazer equipadas com 0.5. Eu e Gabi vamos atrás de comida, providências. Precisaremos de outro veículo grande e rápido para transportar suplementos. Vamos direto aos centros de alimentação, como supermercados. Nesses locais precisamos ter o máximo de cuidado, ficamos muito expostos saindo de nossos veículos. Quando de repente.

- Paaaaiii, olhe. Gritou Gabi

- Filha fale baixo, ou vai denunciar nossa posição.

- Eu vi pai era um rapaz, ali naquela janela.

- Filha isso é impossível, haver sobreviventes, aqui.

- Pai, é você sempre quem os procura, agora vai ignorar, eu sei o que vi, pai. Sua expressão demonstrava, ela tinha visto algo.

- Ok filha, vamos dar a volta. Precisamos ser cuidadosos.

Fizemos a volta, o que nunca devemos fazer, voltar por onde viemos é marcar o território com nossos cheiros e pedir para sermos atacados. Mas precisava ver se havia um sobrevivente, preciso de mais pessoas para nosso comboio, preciso de um noivo para Gabi, para o recomeço do mundo.

- Ali pai, olha. Gabi gritou expressivamente.

- Filha, estou vendo. É um rapaz. Temos que ir até ele.

Paramos em frente ao prédio, deixei o carro ligado para uma fuga, com os vidros e portas fechadas, não queremos surpresas se precisarmos voltar rapidamente. Subimos os 7 andares onde ele tinha sido visto. Segurando firmemente a mão da Gabi, não posso soltá-la, nunca a expus a tamanho perigo. Não sei se estou ficando louco ou perdendo as esperanças. Quando chegamos ao andar tudo estava vazio, nada além de uma porta semi-aberta. Entramos, eu com o rifle calibre 12 apontado a frente e minha filha com o sinalizador. Transpirando de nervosos, meu coração batia muito rápido e o medo estava quase me dominando, quando encontramos o rapaz e não pude acreditar no que vi.

- Hola, tudo bien ?? perguntei com meu portunhol.

- Oi. Respondeu o garoto.

- O que é isso com você ??? como pode ??? Eles são perigosos. O garoto aparentava ter uns 18 / 19 anos. E para minha surpresa total ele estava com um Alienígena ainda em fase PET.

- Ele é inofensivo. Esse é o Been.

Apesar do garoto estar falando comigo em português isso não foi o que me estremeceu as pernas. Como aquele garoto sobreviveu e ainda com um bichos desses. Como ?????

Gabriela encantada pelo rapaz, ignorou o fato dele estar com um PA.

- Oi tudo bem ? Meu nome é Gabriela, meu pai me chamava de Gabi antes do mundo acabar. Você fala português ? Qual seu nome ? Você é Argentino ?

Oi Gabi, meu nome é Peréon, esse é o Been. Sim falo português, morei alguns anos no Brasil.

- Calma aí garoto, vamos embora agora, depois faremos as apresentações. - Primeiro afaste-se, preciso matar esse bicho assassino. Gritei ao rapaz. Ele como imaginei, protegendo-o com seu próprio corpo.

- Saia da frente, esse bicho é assassino. É um alienígena, não é um animal de estimação.

- No, por favor no maten elle. Gritando em espanhol. - Ele me defende, estou vivo por causa dele, o Been me ajudou a sobreviver. Ele me avisa do perigo, mudamos de lugar para nos proteger. Ele é amigo.

- Paaaai, você não sabe tudo sobre esses bichos. Precisamos dos dois, ele ainda é pequeno e inofensivo. Disse Gabriela e com razão.

- precisamos sair daqui, gritou a Gabriela

- Vamos embora, por aqui. Peréon vem conosco. Puxando a mão de Gabi e do rapaz que acabamos de conhecer. Quando o PET do rapaz ficou nervoso, eufórico..

- Não podemos descer as escadas, é perigoso. O Been está avisando. Disse o rapaz e não podia acreditar que um bichos desses poderia ter razão. Não seguiria suas ordens, pensei. Seria uma armadilha dele ?

- Vamos por aqui, precisamos descer e voltar ao carro. Rápido. Gritei.

- Não senhor, o Been me avisa, temos um contato simbiótico, eu sinto o que ele quer me dizer e ele está dizendo que estamos sendo cercados e precisamos fugir pelo telhado. Insistiu o rapaz. Mas como ? Pensei.

- Pai, ele sobreviveu sozinho TODO esse tempo. Precisamos acreditar nele. Retrucou Gabriela.

Como cheguei a esse ponto ? Agora estou a receber ordens desse animal assassino ? não acredito que cheguei a isso. Mas tenho meus instintos, preciso segui-los e Gabi pode estar certa, como ele poderia ter sobrevivido. Subimos ao telhado.

- Vejam, é um quadrupede gigante. Disse Peréon do alto do telhado. O bicho estava a cheirar nosso carro, arrancando as portas com sua boca e sentindo os nossos cheiros. Não parecia ser um animal veloz, mas sim muito forte e com mandíbulas gigantes.

- Como vamos fugir daqui ? Indaguei Peréon

- Been, distraia-o. Disse o garoto para o seu PA.

Ele, rapidamente desceu o prédio pelo lado de fora, se agarrando a parede. Estamos no 15 andar, ele é bem rápido. Peréon habituado a fugir disse.

- Vamos, agora é nossa chance.

Tudo estava mudado, o mundo havia mudado e não conseguia entender como aquele rapaz franzino, sozinho podia ter sobrevivido a meses de ataques desse animais e ainda ter um PA. Mas não havia muito tempo para pensar, descemos rapidamente as escadas, sabendo da proximidade de um animalescos a possibilidade de outro dentro do prédio seria pequena. Ao saímos entramos no carro, sem a porta do motorista que fora arrancada pelo feroz animal e partimos.

- Esperem, gritou Peréon. O Been, precisamos pegá-lo.

- Escuta aqui rapaz, não vou voltar para pegar seu PA.

- Precisamos, estamos conectados. Não posso deixá-lo senhor.

- Paaaaai. Precisamos voltar e pegar o Been. Exclamou Gabi

Não podia acreditar nisso. Como seria possível, se me contassem 1 h atrás que eu voltaria arriscando minha filha a salvar um PET alienígena nunca acreditaria. Fizemos a volta, o Peréon indicava onde entrar e a poucas quadras o bicho muito velozmente entrou ao veículo.

- Senhor, o Been está dizendo que precisamos trocar de carro, esse está sem a porta e exalamos muito mais nossos cheiros.

- Me diga algo que não sei. Respondi ao garoto.

- Vire aqui, eu guardei uma Land Rover com tanque cheio próximo ao Wallmart, com suprimentos, mas podemos pegar mais se estiver seguro, o Been nos avisa.

- Obrigado garoto. Pode me chamar de João. Respondendo a ele, o que eu não sabia.

Esse garoto é esperto. Sobreviveu sozinho todo esse tempo e ainda com ajuda de um simbionte alienígena. Ele tem muito a responder. Mas primeiro precisamos nos abastecer, nos reagrupar e sair da cidade, ir sentido sul. Nunca retornamos por onde viemos, por causa de nossos rastros. Ali estava a Land Rover, abandonamos a Mercedes CLK, retirei o rádio e trocamos de carro. Como perdemos o controle do mundo ? Nunca paro de pensar como podemos ser enganados por esses bichos extraterrestres ? Será que agora existe uma esperança ? E esse Been ?? um deles, um PET ALIENÍGENA ajudando-nos ? Seremos agora amigos ? Quando pensei que tivesse as respostas, tudo muda. Nem tudo é como parece ser. O mundo não é mais o mesmo, não é seguro, mas vamos sobreviver. Vou dar essa chance para minha filha. Viver sua vida e reconstruir tudo, do zero.