COMO ME TORNEI UM VAMPIRO

Nervoso, já fumei cinco cigarros, isso em menos de quinze minutos eu acho. Mas é difícil até calcular o tempo. O nervosismo e a ansiedade me cegam. A garganta seca, suando frio. Em pouco tempo me tomou os ânimos essa euforia sufocante, um aperto no peito. Depois daquele convite. Mandaram o mordomo pessoalmente. Sim, eles ainda têm mordomo e na era da tecnologia, onde um whatsapp é bem conveniente pra qualquer possibilidade de comunicação imediata, eles optaram pelo garoto de recados, ou seja, mordomo de recados. Ele bateu à porta exatamente as 15h. Eu tava sentado no sofá, sem muita coisa pra fazer. Via os classificados no jornal, procurando emprego pra variar. A televisão ligada em um canal qualquer. Latas de cerveja jogadas, uma caixa de pizza com uma fatia adormecida. Peguei e dei uma mordida indo atender a porta. Pensei que fosse, sei lá, qualquer um dos desocupados dos meus amigos. Fiquei sem reação quando vi o mordomo naquela pose sisuda como se quisesse levar um soco. Encarei ele com aquela cara que diz: “Qual é”? Sabe? Ficou engraçado dizendo assim! Mas ele não disse nada. Então eu lembrei, porque já assisti novelas, que deve ser um desses momentos que quem recebe o filho da puta educado tem que dizer alguma coisa pra que ele possa falar. Um lance de hierarquia ou educação, sei lá, nem me pergunte. Ai eu mandei um:

– Fala ai, pinguim dos trópicos! Não tá com calor com essa roupa? Quer entrar? Só não repara a bagunça. – Era o máximo da educação que eu conseguia. Chutava as latas do chão abrindo passagem. Aquilo era mesmo uma bagunça. Fazia um tempo que tava nessa. Parecia o fundo do poço, mas enfim, era como eu vivia.

– Obrigado, senhor. Serei breve. Tenho aqui um convite para um jantar na casa dos Gonçalves. Sua presença é imprescindível. Irão tratar de assunto do seu interesse. Interesse financeiro se me permite dizer. – A figura era engraçada. Talvez vocês ainda não me conheçam bem, mas o suficiente quem sabe pra saber que eu não topo com sujeitos assim toda hora. Não fazem parte do meu convívio social. Então quando o mordomo de uma família riquíssima, a mais rica da cidade, atravessa a rua e vem na minha casa pra fazer um convite desses, óbvio que vou ficar desconfiado. E desconfiado pra caramba.

– Tá certo. Isso é um convite? – Perguntei puxando da mão dele. – Precisa de convite pra um jantar? Quanta besteira! Mas é outro nível, né? A high society! Tá certo amigo. Diga que eu vou. – Abri o convite e li: – Às 19h, estarei lá. 19h em ponto. Valeu!

Apertei a mão do sujeito, que assustado ou enojado, vai saber, puxou rapidamente a sua, como se eu tivesse uma doença. Eu ri. A cara de assustado dele olhando em volta do lugar como se tivesse em outro planeta, estava embasbacado. Saiu tropeçando.

Tomei um banho demorado, coloquei minha melhor roupa. Um terno que não me cabia muito bem mas era o que eu tinha. Usaria amanhã pra procurar emprego, mas quem sabe nem precise, julgando pelo que o mordomo disse. Passei gel no cabelo, naquele estilo jogado pra cima no topete à Elvis. 18h45, ainda dá tempo de fumar um cigarro aqui fora. Afinal é só atravessar a rua. Os presunçosos, sempre me viraram a cara e agora me convidam pra casa deles. Esse mundo não é mesmo cheio de surpresas? O que acham?

19h, toco a campainha. Depois de uns minutos sai um carro. Um desses carrinhos de golfe. O mordomo dirige. O portão de ferro abre e eu entro no carro. A propriedade é enorme. O mordomo começa a falar e eu nem presto atenção no que ele tá falando. Fico de boca aberta. Andamos em círculo em volta de um jardim paradisíaco, o qual nem sei descrever de tão lindo. Exótico, com orquídeas, rosas, hortênsias, arbustos bem podados e algumas árvores como o ipê amarelo. A casa era um palacete, arquitetura europeia com certeza, mas não entendo de arquitetura então não sei dizer de qual país. Mas a escadaria era enorme e só de pensar em subir todos aqueles lances de escada já desanimei.

O mordomo tinha parado de falar comigo depois da terceira pergunta dele que ignorei. O fascínio pelo lugar, o luxo, as estátuas do jardim, arte clássica grega com certeza, isso eu estudei na escola. Reconheci Vênus na fonte com seu filho Eros e uma sereia esculpida numa pedra. Então imaginei aquele belo jardim iluminado pelo radiante sol e não pela cor pálida da lua cheia, como eu via.

Quando subimos a escada o mordomo me alertou para prestar bem atenção no que o seu patrão me diria, que seria uma decisão séria pra se tomar e teria que pensar bem nos prós e nos contras. Fiquei com o pé meio atrás mas tudo bem. Quem não arrisca não petisca. Entramos na mansão luxuosa. Depois que meus pés passaram a soleira da porta eu senti um arrepio difícil de descrever. Me atingiu forte bem na coluna e subiu arrepiando os pelos até a nuca. Nunca tinha sentido essa sensação até agora e quando vi o tal patrão, o senhor Antônio Petri Gonçalves meu sangue pareceu congelar. Já tinha visto o velho antes, mas nunca tão de perto e não tinha percebido certas coisas que me incomodavam. Não sei como descrever isso da forma que você me entenda. Eu careço das belas palavras de um escritor garboso que escolhe e se dedica às letras, mas vou me esforçar. Ele tinha uma expressão dura, como se fosse feito de pedra, a sua pele parecia uma couraça e suas feições escondidas debaixo duma camada grossa de amargura, frieza. Ao lado dele Lady Dorotéia Gonçalves, esbelta, olhinhos pequenos e curiosos, dava pra notar neles uma gana por querer que nada a escapasse e também a menina, Ana Maria, 6 anos, vestidinho azul céu, lacinho dourado enfeitando a cabeça, os cabelos encaracolados e lourinhos, amarelos como a palha seca e doces olhos azuis. A menina era a única que não me assustava. Sentia uma candura, qualquer sensação boa inexplicável.

Agora é a parte que tento colocar com minhas palavras o que o velho começou dizendo. Peço desculpas por não ser tão fiel a tudo exatamente como aconteceu, mas me falta algum preparo nisso, um afinamento.

– Senhor Martin – começou. Meu nome é Martinho na verdade, meus amigos mais chegados me chamavam de Martin, mas deixei passar, queria ver logo onde isso ia dar. –, o motivo da sua vinda não é outro senão oferecer-lhe um emprego. Meus empregados tem insistentemente comentado comigo sua situação, um em particular, o Diego, é amigo seu, não é? – Pensei, esperei pra responder, mas sim claro, Diego é meu grande amigo e trabalha pra eles, é um dos motoristas, dirige pra Lady Dores. Quis mais é fazer um charme, acho que isso sempre funciona.

– Diego é amigo meu sim, só que ultimamente não temos nos visto muito.

– Sim. Esses dias, as últimas semanas pra falar a verdade, têm sido bastante conturbada pra todos nós e Diego tem sido uma valiosa ajuda. Porém a demanda de trabalho aumentou ainda mais e precisávamos de uma pessoa de extrema confiança. Quando chamei Diego pra conversar é porque já vinham me falar do senhor como eu disse, com bastante apreço por algumas das suas habilidades e por ser uma pessoa leal e sigilosa. É disso que precisamos senhor Martin. O senhor é leal? – “O senhor é leal”? Isso foi como se soasse aquele gongo e depois tudo vibrasse, como se abalasse as estruturas da realidade. Eu sentia desconforto ali. Algumas coisas aconteciam que deixavam meu espírito agitado.

– Eu sou leal meu senhor. Onde eu tô ganhando meu salário e onde pago meu aluguel sempre respeitei. Não vai ouvir queixas de mim quanto a isso. Mas do que se trata o serviço? – Perguntei curioso. A menina Ana Maria, depois de tanto puxar o vestido suntuoso da mãe cansou e saiu correndo pela casa, uma empregada esforçada corria atrás dela.

– Daqui alguns dias, se aceitar o serviço saberá exatamente o dia e a hora, chegara uma encomenda das Índias. São caixas, virão de navio e assim que chegar terão de ser despachadas imediatamente. Você ficaria encarregado de conferir a mercadoria, e saberá seu conteúdo em particular no meu escritório quando fecharmos o contrato e também terá de transportá-las com a carreta que mandaremos para o porto até a mansão. Por enquanto é o que você precisa saber. Só precisa dizer sim ou não.

– Devido à situação que me encontro não vejo como recusar apesar de não termos nem mesmo falado de salário...

– Você receberá R$ 740,00 por semana, meu jovem. Mais custos com moradia, alimentação e transporte e não vai mais precisar morar naquele albergue fétido. Pode escolher para onde quer ir. – Bem direto e acelerado na sua última afirmação o velho Antônio Gonçalves pareceu ofendido. Eu perguntei numa boa, esses ricos, se ofendem fácil. Foda-se, não dá pra vacilar, principalmente com esses ricos. Se acham mais espertos que a gente. Mas eu fiquei de boca acerta, tentando fazer os cálculos. Não era muito bom em matemática, mas R$ 740,00 semanais, um mês tem 4 semanas, só multiplicar... Dá, R$ 2.960,00 por mês. Meu último salário da oficina mecânica era de R$ 1.800,00, nada mal. Concordei, apertamos as mãos. Combinamos amanhã de manhã no escritório dele para acertarmos os detalhes.

Ah, já ia esquecendo, só pra constar mais uma esquisitice da família Gonçalves nesse dia. Foi Lady Dores, ali sempre imóvel, parecendo querer fazer parte da mobília, ou brincando de estátua com o mordomo que agia igual, mas isso é coisa dos mordomos. Mas ela foi além, passando a língua nos beiços como se tivesse mel espalhado neles, com os olhos fechados se deliciando com o que a sua imaginação mostrava. Quando abriu os olhos deu de cara comigo, envergonhada escondeu o rosto com a mão. Depois cochichou algo com uma das empregadas e saíram juntas.

Isso tudo antes do jantar. O senhor Gonçalves disse que não discutia negócios nas refeições, por isso fizemos o antepasto na sala, seja lá o que signifique, mas tava gostoso. O jantar em si foi uma chatice. O senhor Gonçalves fala da vida dele infinitamente, como se já tivesse vivido duzentos anos.

Pra encurtar a história vou direto pra minha conversa com o então meu patrão, o senhor Gonçalves. Eu parecia um desses magnatas sentado naquela poltrona de couro preto, bebendo champanhe, cercado por todos aqueles livros antigos nas prateleiras altas feitas de carvalho que circundavam todo o escritório. Fiquei sabendo depois que eram de carvalho, pelo mordomo, que se tornou um grande amigo enfim. Mas aquele champanhe não me descia, parecia muito doce, suave, queria algo mais forte, pedi uísque. O senhor Gonçalves pediu pro mordomo pegar uma garrafa na adega. Sim, eles tinham uma adega e antes que o mordomo saísse Gonçalves falou: – Traz logo duas garrafas, Rudolf.

Nós bebemos, conversamos, aos poucos fui perdendo aquela primeira impressão ruim que tive do cara. Ele me disse que o conteúdo das caixas era água, sim, água. Eram 6 caixas d´água de mil litros contendo água do rio Ganges da Índia, mas que sobre a utilidade da água nada podia revelar. Então fui pra casa curar a bebedeira e me preparar para o primeiro trabalho. As 15h estava na mansão. Nos preparamos pra ir pro porto, Rudolf foi comigo.

No porto os estivadores colocaram as caixas na carreta usando os guindastes. Foi um trabalho demorado que dependia mais dos estivadores, do motorista da carreta e do seu ajudante do que de mim. As caixas eram pesadas e por conterem água eram de difícil transporte, poderiam facilmente tombar, felizmente não aconteceu ou causaria minha demissão logo no primeiro dia. Saímos com as carretas carregadas as 19h15, foram depositadas no depósito da mansão as 19h45. Era uma área nos fundos da casa, no subsolo, paredes de pedras recortadas, perfeitamente encaixadas umas as outras, não via nenhuma argamassa. Oito janelas pequenas dispostas de duas a duas ao longo da circunferência que era a edificação subterrânea. Tinha uma rampa e uma porta dupla com 4 metros de largura, sustentada por um pé direito de 3 metros. Colocamos cuidadosamente as caixas, o que levou mais umas três horas, dessa vez sob a atenta supervisão do senhor Gonçalves. Eu dava uma olhada no local. Tinha muita coisa antiga lá, mais parecia um museu. Um piano de calda, uma mesa de jantar com um castiçal em cima, cadeiras em volta, até uma cama com um dossel, dessas bem antigas. Tinha outras coisas lá, mas confesso que me incomodava o jeito que o velho Gonçalves me encarava às vezes e não queria arriscar meu emprego então ia lá, brigava com os caras, inventando que alguma coisa estava errada, que não era assim e eles riam disfarçadamente, porque eu já tinha combinado que faria isso quando chegamos ali.

O primeiro dia tinha sido bem cansativo e como o senhor Gonçalves tinha dito que eu podia escolher qualquer lugar pra eu ficar eu escolhi uma casa umas duas quadras depois da minha. Não era nada demais, mas era uma casa grande, confortável e eu não tava pagando o aluguel. Eu sempre saia a noite e claro ficava com algumas mulheres. O problema é que o senhor Gonçalves tava querendo os meus servidos cada vez com mais frequência e o mordomo sempre aparecia antes que eu pudesse despachar as minhas garotas pra casa. Tava valendo mais a pena eu morar na mansão de uma vez. Ia perder minha liberdade. Comecei a achar um saco aquilo. Se não fizesse nada não ia ter fim. Sem falar que nem uma vez encontrei com meu amigo Diego, embora perguntasse bastante dele sempre desconversavam. Até que o mordomo Rudolf me disse ao pé do ouvido querendo forçar uma intimidade que ele estava na Inglaterra fechando um grande negócio para o senhor Gonçalves, que tinha se tornado homem de confiança dele e por isso tratava de alguns assuntos fora do país.

Então fui pra conversar com o velho Gonçalves, era meu dia de folga e final de tarde. Tinha passado o dia em bares e bebendo, o que é costume. Fiquei com as chaves, que tinha de devolver nas folgas, mas acabei esquecendo, ninguém deu por conta. Percebi uma movimentação estranha vinda dos fundos do velho galpão no subsolo. Quando olhei bem, por que parecia que via coisas. Vi mulheres nuas correndo pra lá. Elas vinham do mato, por que tudo ali era cercado pela encantadora mata atlântica. O mordomo segurava um portão baixo de ferro aberto, enquanto fazia sinal paras mulheres correrem para o galpão. Contei doze mulheres, fora as que já tinham entrado. Me escondi, percebi o mordomo se virar, não sei se ele tinha me visto, fiquei escondido por alguns minutos e fui me esgueirando pelas estátuas e paredes, atrás dos arbustos, até que o mordomo entrou. Eu espiava pela janela pra ver o que estava acontecendo lá dentro.

O que eu vi me deixou chocado. Vai chocá-los também, espero. Fizeram uma piscina dentro do galpão, contendo as águas do rio Ganges. Dentro da piscina, todos nus. O senhor Gonçalves, sua mulher Lady Dores e o mordomo Rudolf, junto com as, deixa eu contar... 17 mulheres, todas jovens mulheres brancas como leite, algumas louras, outras ruivas e morenas, tinham uma beleza sem comparação. Eu que conhecia as mulheres, podia dizer que cada uma delas era mais bonita que qualquer mulher que eu já tinha visto na vida e talvez jamais veria, porque elas nem pareciam humanas, eram a devassidão da pureza, sublimes infernais. Entre elas se beijavam e se acariciavam.

O senhor Gonçalves depois de se fartar com uma delas a segurou tão agressivamente que achei que a espancaria, quando na verdade a atacou no pescoço cravando seus dentes e assim ficou até chupar a quantidade de sangue que achou suficiente. A Lady Dores fez a mesma coisa com o mordomo. Sim, Lady Dores e o mordomo, vocês ficariam em choque como eu se vissem o que eu vi. Lady Dores era uma bonita dama, alta, loura, pele clara, uns olhos da cor da lua cheia e lábios pequenos e bem feitos e o mordomo era mais velho que o senhor Gonçalves e careca, com aquele nariz redondo e grande. Depois as 17 que até ali só tinham servido de alimento manifestaram suas presas também e urravam estufando o peito e jogando os braços para trás como animais.

Vi o senhor Gonçalves fazer um corte no braço direito com uma unha que mantinha maior que as outras, eram as unhas dos dedos indicadores, eram como garras pontudas, e do corte jorrou sangue que uma bebeu, depois veio outra e outra e elas se banhavam com o sangue e se beijavam com as bocas encharcadas passando de uma pra outra.

Eu tava adorando aquilo, até tinha perdido o pavor inicial e dei bobeira, sem perceber fui visto. Não sei como mas aquelas criaturas apareceram atrás de mim e me agarraram. Quando percebi estava em outro lugar, era um cemitério, o que ainda parecia ser a residência dos Gonçalves, só que numa área bem mais afastada.

Cemitério da família. Via pelas lápides onde o sobrenome Gonçalves era unânime. Aquelas vampiras me mordiam nos braços, pescoço, peito, barriga, todas as partes. Meu espírito deixava meu corpo eu sentia. As insaciáveis e apetitosas deusas do inferno me extinguiam e eu gostava mas estava me apagando, ia morrer.

Depois disso eu apaguei, não me lembro de nada. Só de ter acordado numa cama. Uma empregadinha bem bonita, de uns 18 anos, que eu não tinha visto ainda na casa cuidava de mim. Um pano molhado na minha cabeça. Foi quando percebi que estava febril, suava frio, sentia uns tremores. Meus olhos, eles não eram meus. Eu enxergava tão vivo e nítido qualquer ponto em que focasse minha visão. E a audição, passei a ouvir vozes, os empregados cochicharem na cozinha. Até Lady Dores dando ordens ao mordomo. E de repente a jovem empregada que cuidava de mim se virou e seu pescoço se tornou bem visível iluminado pelo sol da manhã. Ela riu pra mim maliciosamente, como se previsse que eu a beijasse ou quisesse paquerar, mas foi mais que isso. Pareceu que a chamei em pensamento. Ela se aproximou, já estava bem perto, foi só questão de se inclinar um pouco e a peguei em volta dos braços. Ela tombou o corpinho e eu cravei meus dentões de vampiro, novinhos em folha. Primeiro uso. Uma jovem virgem de 18 anos, deliciosa.

O virgem eu soube depois. Cuidei disso também. Vivi momentos incríveis naquela mansão. Eu caçava para os Gonçalves em troca da minha imortalidade. Me batizaram com seu sangue. Todo o vampiro tem uma dívida com aquele que o batiza com seu sangue.

Anderson Roberto do Rosário
Enviado por Anderson Roberto do Rosário em 22/02/2018
Reeditado em 21/11/2021
Código do texto: T6261586
Classificação de conteúdo: seguro