O ULTIMO IRMÃO
 
 
Oito prisioneiros
 
    Eram 05h00 horas da madruga quando tocaram a campainha. Iago meu filho levantou-se da cama e correu até meu quarto assustado. Tinha ouvido alguma coisa tocar, mas naquele horário poderia ser o papa que não sairia da cama. Então, tocaram novamente a campainha, desta vez deixaram o botão apertado, saltei da cama assustado e fui até janela do quarto, mas não havia ninguém na porta, literalmente ninguém.
     — Fique no quarto filho.
     Desci as escadas na ponta dos pés, não posso dizer que não tenha pensado em não atender, afinal poderia ser qualquer um. Ainda assim continuei. A porta nunca havia me parecido tão distante.
      — Quem está aí?
      Infelizmente não tive resposta. O vento lá fora fazia com que a persiana das janelas rodopiasse entre as fendas na janela. Ao chegar na porta ouvi um assovio baixo cantarolando do lado de fora, num tom um tanto agradável, mas que pode me deixar amedrontado naquele estado sonolento.
       Olhei pelo olho magico da porta, mas novamente não enxerguei ninguém. A luz da varanda estava acesa. A rua deserta completava o cenário. Parecia estar num filme de terror. Peguei um guarda-chuva que estava ao lado da porta e no momento que o fiz, a campainha soou pela terceira vez. Levei um susto tão grande que cai para trás batendo a cabeça no umbral da escada. Fiquei desmaiado acho que por uns cinco minutos, quando abri os olhos a porta estava aberta, Tiago estava do lado de fora, na varanda, com uma caixa nas mãos.
       — O que está fazendo aí Tiago. Eu não mandei ficar no quarto!!!
       Quando amanhece tratei de conferir as câmeras da varanda, mas tudo que capitaram foi um carro de entrega parando na calçada, um homem de chapéu desceu e deixou a caixa na frente da porta.
       Tiago já saíra para a escola quando pensei em abrir a caixa. Relutei por um momento, mas o que poderia ser. Não posso acreditar que alguém tenha posto uma bomba, quem poderia fazer isso aqui no Brasil, sou só um supervisor de vendas, ganho menos de dois salários mínimos e o seguro que Elisabeth me deixou após morrer só deu parar quitar as parcelas atrasadas da casa.
        A caixa tinha um formato retangular, e era revestida de pó prata. Abrindo-a encontrei um bilhete escrito em tinta vermelha. — Eu sou a chance da sua vida. Coloque-me no pulso.
        Só mesmo um tarado para pensar numa mensagem tão intima assim. Tendo tirado o bilhete da caixa encontrei um tipo de relógio estranho. Não tive coragem de colocá-lo no braço a princípio, mas o que poderia acontecer, só era um relógio e estava sozinho. Antes de colocá-lo verifiquei suas dimensões, e qualquer indicio de algo que pudesse me ferir. Não encontrei nada que não fosse suspeito. Após ter lhe colocado no pulso, o visor do relógio ascendeu, então senti uma dor insuportável, era como se uma agulha estivesse penetrando no meu pulso. Tentei arranca-lo, mas de repente uma voz radiou na minha mente.
       — Gabriel, você selecionado, a partir de agora deve seguir tudo que dissermos, ou o este relógio no seu pulso vai injetar uma toxina mortal no seu organismo, matando dolorosamente em poucos minutos.
       Não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo. Tentei bater com o relógio na parede para quebrada, mas então senti uma carga elétrica descarregar-se por todo meu corpo, deixando-me quase desacordado e com uma incrível dor de cabeça.
       — O que você quer? — Gritei babando, enquanto ofegava.
       — Vá para a Avenida Paulista, ao lado do metro Trianon-Masp. Terá uma hora e quarenta e cinco minutos para chegar no local indicado. Se não cumprir sua tarefa dentro do prazo seu filho irá morrer.
       Me levantei momentos depois, o relógio havia entrado em contagem regressiva. Estava desesperado e tonto pelo choque, não sabia o que fazer. Pensei em ligar para a polícia, mas eles poderiam chegar primeiro a meu filho.
       — Vá logo droga. Vai deixar eles pegaram seu filho. — Pensei.
       Sem pensar direito, desci até a garagem e liguei o carro, esperei um minuto para ligar o motor, não conseguia decidir o que deveria fazer e aquele relógio só piorava as coisas. Deixei minha casa e parti para a Radial Leste. Devo ter furado o sinal uma doze vezes, ultrapassado o limite de velocidade e batido numa caixa de correio.
        — Olha a hora Gabriel. Quer mesmo se atrasar, quer mesmo perder seu único filho. — Não conseguia parar de pensar.
       Cheguei no local que havia dito dentro do horário, faltavam três minutos. Estacionei o carro em local proibido e corri até a entrada do metro, mas era a entrada errada. Naquele momento faltavam apenas um minuto e meio e uma multidão estava entre mim e o ponto final. Desviei o olhar do relógio, e avancei n direção do meu destino, empurrando quem estava no caminho, e sem poder esperar o sinal abrir, atravessei a avenida no meio dos carros, quase foi atropelado cinco vezes em menos de dez segundos, um dos carros ainda brecou quase em cima da minha perna.
       Tendo chegado na entrada da estão encontrei uma maleta encostada na mureta da entrada do metro. A maleta era prateada e tinha um sistema de tranca por senha.
        — Digite 8310...
       Não conseguir entender os números.
        — Digite 8310....
     No momento que digitei os números na maleta, o timer no relógio parou, faltando dois segundos para o termino do tempo. Dentro da maleta havia um GPS, marcando um outro destino, agora para fora da cidade a cerca de sessenta quilômetros. 
      — Siga as coordenadas ou seu filho morrerá. — Soou a voz na minha cabeça.
      Não tinha escolha, todos estavam me olhando como se fosse um louco. Quando voltei ao carro haviam três multas grudadas no para-brisa, não dei muita atenção aquilo, só queria salvar meu filho seja do que fosse.
      O endereço levou-me até uma cabana num campo aberto. Chegando lá encontrei mais sete pessoas, todas pareciam me esperar, estavam cada um parado ao lado de seu carro.
       — Você é o último. — Gritou um homem alto e musculoso, vindo na minha direção.
       — Como assim, eu não sei, alguma coisa pediu para que viesse aqui. — Respondi, com ele já apertando meu colarinho.
       — Fase um finalizada, abram o compartimento sob seus GPS e retirem o conteúdo, cada um terá uma parte de uma chave, usem-nas para abrir a porta. — Disse novamente voz. Acredito que os outros também tenham ouvido aquilo.
       O homem musculoso tirou-me o GPS a força, abriu-lhe ao meio e retirou o pedaço da chave. O resto dos outros o entregou seus pedaços que se encaixaram como um quebra-cabeça, a chave era de um modelo antigo. O homem musculoso então aproximou-se da porta da cabana, colocou a chave na fechadura e abriu a porta.
 
Em breve próximo capitulo.
Vinícius N Neto
Enviado por Vinícius N Neto em 27/01/2018
Código do texto: T6237402
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