Mata-me de dor
— Não! – eu respondi.
Dei-lhe um murro na boca.
Ela limpou o sangue.
— É porque você não me ama – ela disse.
— Mentira!
— Tem medo, não é? Mariquinha.
Ergui o punho e ela sorriu.
Saí e fui até loja de construção. Comprei um pedaço de lixa. Passei no supermercado e comprei vinagre.
Rasguei a roupa dela e joguei-a no chão e dei vários chutes na boca do estomago.
Lixei as costas dela até ficar em carne viva.
Molhei as feridas com vinagre.
— Mais! Eu quero mais! Arranque as minhas unhas!
Arranhei suas unhas uma por uma com o alicate.
O cheiro de sangue me dava enjoos.
Caí no chão.
Acordei e a vi diante do espelho. Nua, toda esfolada e cortada.
— Você é linda.
Ela quebrou o espelho com a cabeça e rolou por cima dos estilhaços como se rolasse sobre a grama macia.
Veio para mim com suas feridas e sangue.
— Estou cheia de tesão, faça amor comigo. Agora!
No último suspiro, ela me pediu para corta-lhe a orelha com o pedaço do espelho quebrado.
Quando acabou, ela morreu nos meus braços.
Pensei em jogar a orelha no rio, mas plantei-a no meu jardim e reguei com lágrimas.
Quando a primavera chegar, talvez eu colha um novo amor.