O MILHARAL
A safra do mês passado tinha sido a pior em onze anos. Quase todos nossos vizinhos já haviam vendido suas terras e estávamos prontos para conversar com o banco se não fosse o milagre que ocorreu no início do mês, as pragas que desolavam o milho tinham morrido e a plantação atingira o auge, conseguimos na primeira semana um abastecimento equivalente a produção de um ano. Eu sabia que algo estava errado e João, começara a agir estranho desde que aquilo começou. Certo dia, ao entardecer, o vi entrando no celeiro abandonado no fim de nossas terras, próximo de um lago, o celeiro havia sido abandonado por conta da infestação de ratos. João era meu irmão mais velho, e o mais responsável de nós oito. Após tê-lo seguido até o celeiro, aproximei-me da janela e o observei por uma fenda. João vestira com um manto vermelho escuro, as luzes estavam apagadas e pouco conseguia ver naquele breu, ainda assim, ouvi quando alguma coisa relinchou dentro do celeiro, em seguida ouvi cascos batendo no chão, e então uma coisa grande e escura surgiu, eles começaram a conversar numa língua ininteligível, da qual só tinha ouvido em lendas, então a coisa grunhiu como um porco, João puxou um saco preto de trás do feno e o entregou a besta que começou a comer. Não pude mais ver aquilo, voltei para casa e nunca mais retornei naquele celeiro.
Tendo passado aquele mês, João desapareceu. Meu pai informou seu desaparecimento, mas ninguém o encontrou. Às vezes, quando estou acordado a noite, sem sono, pensando naquela noite, ouço uma voz longínqua, um grito de horror, suplicando por ajuda.
A safra do mês passado tinha sido a pior em onze anos. Quase todos nossos vizinhos já haviam vendido suas terras e estávamos prontos para conversar com o banco se não fosse o milagre que ocorreu no início do mês, as pragas que desolavam o milho tinham morrido e a plantação atingira o auge, conseguimos na primeira semana um abastecimento equivalente a produção de um ano. Eu sabia que algo estava errado e João, começara a agir estranho desde que aquilo começou. Certo dia, ao entardecer, o vi entrando no celeiro abandonado no fim de nossas terras, próximo de um lago, o celeiro havia sido abandonado por conta da infestação de ratos. João era meu irmão mais velho, e o mais responsável de nós oito. Após tê-lo seguido até o celeiro, aproximei-me da janela e o observei por uma fenda. João vestira com um manto vermelho escuro, as luzes estavam apagadas e pouco conseguia ver naquele breu, ainda assim, ouvi quando alguma coisa relinchou dentro do celeiro, em seguida ouvi cascos batendo no chão, e então uma coisa grande e escura surgiu, eles começaram a conversar numa língua ininteligível, da qual só tinha ouvido em lendas, então a coisa grunhiu como um porco, João puxou um saco preto de trás do feno e o entregou a besta que começou a comer. Não pude mais ver aquilo, voltei para casa e nunca mais retornei naquele celeiro.
Tendo passado aquele mês, João desapareceu. Meu pai informou seu desaparecimento, mas ninguém o encontrou. Às vezes, quando estou acordado a noite, sem sono, pensando naquela noite, ouço uma voz longínqua, um grito de horror, suplicando por ajuda.