SUSSURROS TERROR FINAL - DE PAULO FOG E IONE AZ
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Áurea ali segurando as mãos do filho, já se passara mais de 6 minutos e ela ali, nenhuma palavra é dita, só as lágrimas conversam, na cama Celso todo entubado, respiração por aparelho, o coração ainda bate só que em velocidade reduzida.
A doutora entra com a enfermeira.
- D Áurea, ja ássou o tempo.
- Por favor, eu sou a mãe, me deixe ficar?
- D. Áurea eu nem podia ter deixado.
- Eu sei, entendo.
- Então sabe que...
- Sim, obrigada.
Ela sai junto de outra enfermeira, no corredor Laura a aguarda, Paulo o caseiro da fazenda com a mão no ombro da mulher.
- E ele mana, meu sobrinho?
- Nada Laura.
- Como assim?
- Eu sinto que vou perde-lo.
- Não.
Ali o choro impera, o corredor é tomado por aquele forte sentimento, de certa forma Áurea sabe que seu filho não irá retornar para ela.
- Ele é muito jovem, promissor.
- Eu sei mana, eu sei.
- Por quê Áurea, por que?
Celso caminha com o pai ali naquele lugar tomado por vários buracos, de onde um calor infernal exala seu odor, um odor enegrecido, grotesco, melancólico.
- Nossa como eu senti falta desse lugar.
- Que bom meu garoto.
- Pai eu quero ver os outros.
- Já iremos.
Descendo as escadas de pedras milenares chegam a um local escaldante onde um ser não aguentaria, ali diversos tipos acorrentados uns aos outros, batem uma espécie de martelo feito de ossos na parede de cor púrpura, pedaços de material de mesma cor caem no chão, outros levam estes em carriolas de madeiras para abastecer as fornalhas, são criaturas que em algum tempo foram pessoas hoje se tornaram uma espécie de semi monstros.
- Eles estão mais obedientes?
- Claro filho meu, somos os donos deles.
Celso olha para eles e um sorriso maligno lhe toma os lábios.
- Quer fazer as honras?
- Sim meu pai é o que mais quero.
Ele pega de seu pai um chicote cujo o suporte é feito de osso com pedras encravadas, segue um fio preto de mais de 3 metros com diversos pregos e metais presos neste, ele não pestaneja, rodeia aquilo em si e lança ferindo as costas e outras partes dos corpos daqueles cativos.
Gritos horripilantes são ouvidos naquele lugar seguidos de risos mais aterrorizantes.
- Vai ficar meu filho?
- Sim meu Lord pai.
Em outro ponto, numa sala toda feita de pedras médias cristalizadas alguém corta um fio azul.
Áurea e Laura ali na sala de espera, Paulo fora á procura de café, balas, água quando retorna traz para elas os pedidos, laura agradece, Áurea fica ali trancada em seu silêncio, Francisco chega com Mauro, José, porém ela nem levanta a cabeça para olha-los.
- Tem noticias.
- Do mesmo jeito.
Mauro vai até a mãe, abraça ela que chora em certo grau de desespero.
Ouvem um barulho, correria e minutos depois o pior é noticiado.
- Ele morreu.
- Tem certeza?
- Foi há pouco.
Áurea desmaia, é levada para um quarto, Laura também passa mal, os irmãos ali é só tristeza.
Familiares, amigos, clientes e boa parte da sociedade Paranaense ali no salão social de instituição filantrópica a qual Laura sempre deposita em teor de donativo uma boa quantia.
Ali esta o caixão com CElso, os colegas da escola, faculdade, curso técnico, todos vieram.
- Nem parece que esta morto.
- Pois é, parece que esta sorrindo.
Áurea sob fortes doses de calmantes esta ali em uma poltrona de couro preto ao lado do caixão, acaricia o rosto do filho, segura-lhe as mãos.
- Mãe vamos comer algo?
- Não, quero ficar aqui do lado do meu filho.
- Mais mãe.
- Não, já disse. Laura vem a Mauro o levando, José olha tudo ali e fica junto da esposa e filhos a um canto do salão.
Já pelas quase meia noite, Aparecida entra trajando um longo vestido branco simples, com uma fraca maquiagem caminha a passos lentos, do seu lado uma enfermeira e Mauro, ela chega perto do caixão cumprimenta Áurea e olha fixo em Celso ali, profere uma reza bem baixinho mais assistida pela mãe do falecido.
- Vá em paz meu querido garoto.
Áurea olha para a mulher e sente uma corrente de ar gélido lhe percorrer as costas.
- Nossa o que foi isso?
- É o adeus de teu filho.
- Será?
- Sim.
Áurea abraça Cida e as duas ficam ali por uns 2 minutos.
Depois a mulher senta em uma cadeira posta ao lado de Áurea, elas ficam ali á velar Celso.
Após 1 hora ali, Cida pede a enfermeira que a leve embora sendo atendida de pronto, na porta ela olha para trás e pisca em direção ao caixão, sem que ninguém perceba.
Fora dali ela olha novamente para o prédio que abriga o velório.
- Agora é minha vez.
- O que disse D. Aparecida?
- Nada, coisas minhas.
Elas caminham para o carro, os olhos de Cida se enegrecem e começam a brilhar, logo muda para um vermelho púrpura, retornando ao normal.
Celso termina a sua refeição á base de carnes em uma mesa grossa de madeira, seu pai ali do lado dá fortes gargalhadas, mulheres esqueléticas vem á todo momento com mais carnes, todas apáticas, as carnes bem mal passadas e ainda a verter sangue.
- Esta bom meu filho?
- Delicioso.
- Logo provará a mais deliciosa de todas.
- Não vejo a hora.
O homem solta um forte grunido seguido de mais gargalhadas infernais.
- Pai e a mãe?
- Ela teve de viajar.
- Foi fazer o trabalho?
- Sim.
Celso sorri diabolicamente.
Ali em seu quarto, após os medicamentos, a sopa e uns goles de água, Cida vai para a varanda privativa de seu quarto, olha as rosas vermelhas, lírios, orquídeas e retorna para o quarto, vira todos os porta retratos e senta frente ao espelho, passa batom púrpura e picela os olhos num azul noite, fecha os olhos e quando os abre ali ao seu lado uma jovem mulher.
- Pensei que não viria.
- Oras somos fiéis aos nossos tratos.
- Agora acredito.
- Pois pode acreditar.
- Estou pronta.
- Qual será o primeiro serviço?
- Gostaria que fizesse este. Aponta Cida para um dos porta retratos virados na cômoda.
- Pois que seja.
- Muito bem. Após um riso cheio de péssimas energias, as cortinas do quarto são balançadas por uma forte corrente de vento.
Ao passar esta, nada das duas, no chão o porta retrato caído, a foto de Pedro com cara horripilante como que diante a morte, logo deste escorre sangue.
20181701 ...................... FIM
MUITO OBRIGADO POR ACOMPANHAREM MAIS ESTA EMOCIONANTE ESTÓRIA, SEMPRE DESEJANDO A TODOS TUDO DE MELHOR SEMPRE.
OS FATOS E PERSONAGENS AQUI DESCRITOS SÃO TOTAL FICTICIO.