À ESPERA

Meus pais me disseram que iam viajar e que voltariam em poucos dias, tinha seis anos, hoje tenho trinta anos e até hoje não sei o paradeiro deles, às vezes sonho com eles voltando, naquele fusca vermelho, felizes me tomando em seus braços me abraçando e me beijando, acordo, caio no choro. Há anos em vão os procuro, como outros filhos de desaparecidos políticos, nada de resposta, continuam insepultos em uma vala comum, mas quanta dor isso me causa!

Geovane Morais
Enviado por Geovane Morais em 17/01/2018
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