OS DEMÔNIOS DO BOSQUE
Meu fascínio pelo desconhecido sempre foi de cerca maneira, conhecido entre os habitantes da cidade de São Vicente. No dia 14 de dezembro de 1991, enquanto fazia uma excursão junto a um grupo de colegas compenetrados na causa de desvendar o paranormal do bosque, conheci o indescritível terror de a muito procurara.
Estávamos a duas horas da cidade e conforme penetrávamos no bosque, sentíamos que algo estava errado. Marcos filmar tudo com sua câmera. Não entendi até aquele dia, porque queria tanto capturar os desgraçados. Diferente de mim, ele queria registrar um fenômeno, mesmo tendo o avisado que tal atitude poderia acabar por ocasionar sua morte. Os demônios do bosque não gostam de câmeras ou filmadoras. Dizem em certas culturas indígenas, que quando tiramos uma foto de alguém, subtraímos uma parcela de sua alma, gravamos a na foto para sempre.
Quando a noite se abateu sobre nós, sabíamos que deveríamos acampar, já que noite era ainda insólita que o dia e mais perigosa já que era esse período em que os demônios saiam do escuro. Dayane nossa médium previu ao redor da fogueira que encontraríamos o fim naquele bosque. Todos rimos dela. Se falar que não ri, estaria sendo mentiroso.
Nossa primeira noite no bosque foi marcado por um som tremendamente algo e monstruoso, de timbre funesto e maligno que parecia rir de nós do que estávamos buscando. Só quando o som passou que notamos que Daniel, um dos entes do grupo havia desaparecido, seu anel estava a alguns metros da fogueira ao entorno de uma poça de sangue fétida e uma pegada de bode. Criamos esperança que poderia estar vivo, mesmo diante do obvio.
De manhã, quando conseguimos nos recompor da noite, procuramos o sangue e o anel dele, mas ambos haviam desaparecido. Marcos quis voltar, mas seria um dia inteiro de viagem sozinho pela trilha e talvez não gostaria de passar esse tempo sozinho, não com os demônios do bosque ao seu encalço.
Embora Nicolas quisesse continuar, demonstrara claros sinais de medo e Dayane sabia o que estava para acontecer. Quando chegamos a gruta por volta do meio dia, achei um tipo de boneco de palha feito a mão e escondido atrás de algumas pedras. Decidi não contar a nada a ninguém, poderiam ficar ainda mais relutantes em continuar.
— Ele disse que se continuarmos, vai nos matar. Por favor, faça essa parar, faça ele parar gritar. — Falou Dayane, enquanto segurava o boneco de palha que não sei como foi aparecer em suas mãos.
— Astaroth. Ele está chegando...
Os olhos de Dayane dobraram-se dentro de suas orbitas e ela começou a golfar um liquido negro pela boca. Acordou minutos depois, sem se lembrar de nada. Uma vez, um pastor havia me dito que Astaroth era um demônio, para ser mais claro, disse que se tratava na hierarquia demoníaca, o grã-duque do inferno e disse que a ele fora dado a permissão de subverter e encher a terra de caos. E seus domínios tornaram-se como fogo e todos que o ameaçavam eram tragados pela morte.
— Não podemos continuar. — Gritou Marcos.
— Não podemos parar agora — Respondi.
— Você é louco. Se queres mesmo morrer, vá sozinho ao abismo e se jogue da beira, porque eu não quero morrer e vou sair daqui, com ou sem vocês me ouviram.
Desconfiava que Marcos havia perdido sua obsessão.
— Se você voltar. Ele vai te achar. — Disse Dayane, nos braços de Nicolas.
Marcos entreolhou ela com veemência, escarnecendo suas palavras e virando o rosto, então, sumiu de nossa visão, após cruzar o lago que havíamos passado.
— Temos que voltar... temos que voltar... temos que voltar... ele vai morrer sozinho. Ele vai morrer se não o ajudarmos.
Quando Dayane terminou, um grito de horror ecoou da mata. Os pássaros que vigiam das arvores altas explanaram fugiram para o mais que conseguiram. Ele continuou gritando e ouvíamos sons estranhos, como porcos guinchando e aves grasnando.
— Socorro! — Ouvimos num quase inaudível, vindo de perto.
Precipitei-me ao entrar na trilha de novo e Dayane berrou alto.
— Não... não... deixe. Ele já está morte.
— Socorro! — Gritou Marcos, com mais força, parecendo estar sofrendo.
— Ele está vivo, não está ouvindo. Está pedindo ajuda.
— Não é ele. São os demônios. Estão tentando nos atrair. Devemos seguir em frente.
Peguei a câmera que ele havia deixado no chão. O visor havia racho ao meio, mas ela ainda funcionava, portanto, voltei a registrar nossa incursão.
Dayane não conseguia andar direito e percebi por seus inchados e cavos que estava provavelmente doente e não conseguiria chegar até o coração do bosque, nosso destino.
A segunda noite foi marcada por eventos indescritivelmente obsoletos e de caráter ominoso. Acordei por volta das duas da madrugada e ouvi um som fraco e débil vindo do outro lado da fogueira. Daniel estava em cima de Nicolas rasgando sua mandíbula com os dentes. Nicolas não estava mais vivo. Parte da sua jugular também estava rasgada e um de seus olhos havia sido estouro, por provavelmente uma garra.
Acordei Dayane e Daniel que mais parecia um animal veio para cima de nos. Lutei contra ele, mas sua força era demasiado superior e logo conseguiu me dominar. O cheiro do seu corpo era putrefaço e via por seu semblante necrófago que estava apodrecendo. Não tenho dúvidas que estava morte.
— Saia de cima dele.
Dayane surgiu atrás de Daniel e acertou-o com uma pedra, em seguida, sacou uma arma do coldre na cintura e matou-o com um tiro na testa.
— Precisamos ir... precisamos ir...
— Mas está de noite. Eles não são mais poderosos a noite.
— Foda-se a noite. Estaremos mortos até amanhecer. Eles não nos deixaram chegar lá... eu vejo... eu vejo...
Enquanto Dayane gritava ao lado do corpo de Daniel, algo a derrubou, uma força indiscreta e invisível que a puxou para as sombras, fazendo-a desaparecer. Escondi-me com a câmera de Marcos em uma arvore oca até que a manhã seguinte chagasse. Foi difícil encarar aquela noite, tão desesperado como estava.
Quando o sol nasceu naquela manhã fria, estava morrendo de dor nas costas, por conta do jeito que havia passado a noite naquela arvore.
Tinha cerca de cinco quilômetros até o objetivo final, mas comecei a pensar que talvez não conseguiria realmente e o medo da morte me seguiram vorazmente. Ouvia o chamado de Dayane, sua voz pedindo ajuda no mato, ela e de Daniel e de Marcos, todos gritando, pedindo que o ajudavam. Que estavam morrendo...
Eu sabia que era uma armadilha, mas ouvi-los gritando, urrando de dor e sofrimento não me fora algo desejável já que tinha muito carinho por todos os meus companheiros. Comecei a chorar durante o caminho até que minhas secassem e meu rosto enrijece.
— Você não conseguir!
— Deixe-nos leva-lo para nosso mestre. Sua carne é dos animais. Desejamos apenas sua alma. Entregue-se enquanto há tempo, não haverá dor se o fizer.
— Pare por favor. Em nome de Deus. Jeová está comigo.
Quando evoquei o nome de Jeová, ouvi um grito horrendo estremecer a terra e tudo ao meu redor tremeu como um terremoto. Percebi que algo estava se aproximando e notei que eram passos, vários passos emaranhados e lá próximo de algumas arvores secas, vi três sombras macabras e descarnadas, vindo minha direção. Corri o máximo que pude, mas acabei caindo em barranco, deslizei desajeitado até um declive que ficara próximo de um vale.
O mundo parecia enrolar-se em minha vista. Vi coisas saltando embasadas no mato, vindo em minha direção, silhuetas com chifres e olhos vermelhos, gritando e berrando meu nome com quem tem sede. Desciam o barranco na minha direção. Então, corri até o vale. Lá encontrei um orvalho de madeira branca, aonde havia símbolo entalhado, uma coroa e dois olhos e ao redor, vários símbolos que não me eram familiares.
Os demônios que me seguiram, não conseguiam chegar perto do orvalho. Mas, nem eu conseguia fugir. Passei dezenas de horas naquele lugar, pensando em uma maneira de escapar, mas não encontrei saída, haviam dominado todas as direções. Seres altos e baixos, com olhos vermelhos, fitando-me, ansiando-me.
— Venha Carlos... — Disse Daniel.
— Venha Carlos... — Disse Marcos.
— Venha Carlos... — Disse Nicolas.
— Venha Carlos... — Disse Dayane.
Suas vozes ressoavam da floresta. A fome tragara minha alma e a sede, meu corpo. Quando não resisti mais, pedi a deus que me levesse daquele pesadelo. Mas quando morri, voltei a encontra-los.
Estávamos a duas horas da cidade e conforme penetrávamos no bosque, sentíamos que algo estava errado. Marcos filmar tudo com sua câmera. Não entendi até aquele dia, porque queria tanto capturar os desgraçados. Diferente de mim, ele queria registrar um fenômeno, mesmo tendo o avisado que tal atitude poderia acabar por ocasionar sua morte. Os demônios do bosque não gostam de câmeras ou filmadoras. Dizem em certas culturas indígenas, que quando tiramos uma foto de alguém, subtraímos uma parcela de sua alma, gravamos a na foto para sempre.
Quando a noite se abateu sobre nós, sabíamos que deveríamos acampar, já que noite era ainda insólita que o dia e mais perigosa já que era esse período em que os demônios saiam do escuro. Dayane nossa médium previu ao redor da fogueira que encontraríamos o fim naquele bosque. Todos rimos dela. Se falar que não ri, estaria sendo mentiroso.
Nossa primeira noite no bosque foi marcado por um som tremendamente algo e monstruoso, de timbre funesto e maligno que parecia rir de nós do que estávamos buscando. Só quando o som passou que notamos que Daniel, um dos entes do grupo havia desaparecido, seu anel estava a alguns metros da fogueira ao entorno de uma poça de sangue fétida e uma pegada de bode. Criamos esperança que poderia estar vivo, mesmo diante do obvio.
De manhã, quando conseguimos nos recompor da noite, procuramos o sangue e o anel dele, mas ambos haviam desaparecido. Marcos quis voltar, mas seria um dia inteiro de viagem sozinho pela trilha e talvez não gostaria de passar esse tempo sozinho, não com os demônios do bosque ao seu encalço.
Embora Nicolas quisesse continuar, demonstrara claros sinais de medo e Dayane sabia o que estava para acontecer. Quando chegamos a gruta por volta do meio dia, achei um tipo de boneco de palha feito a mão e escondido atrás de algumas pedras. Decidi não contar a nada a ninguém, poderiam ficar ainda mais relutantes em continuar.
— Ele disse que se continuarmos, vai nos matar. Por favor, faça essa parar, faça ele parar gritar. — Falou Dayane, enquanto segurava o boneco de palha que não sei como foi aparecer em suas mãos.
— Astaroth. Ele está chegando...
Os olhos de Dayane dobraram-se dentro de suas orbitas e ela começou a golfar um liquido negro pela boca. Acordou minutos depois, sem se lembrar de nada. Uma vez, um pastor havia me dito que Astaroth era um demônio, para ser mais claro, disse que se tratava na hierarquia demoníaca, o grã-duque do inferno e disse que a ele fora dado a permissão de subverter e encher a terra de caos. E seus domínios tornaram-se como fogo e todos que o ameaçavam eram tragados pela morte.
— Não podemos continuar. — Gritou Marcos.
— Não podemos parar agora — Respondi.
— Você é louco. Se queres mesmo morrer, vá sozinho ao abismo e se jogue da beira, porque eu não quero morrer e vou sair daqui, com ou sem vocês me ouviram.
Desconfiava que Marcos havia perdido sua obsessão.
— Se você voltar. Ele vai te achar. — Disse Dayane, nos braços de Nicolas.
Marcos entreolhou ela com veemência, escarnecendo suas palavras e virando o rosto, então, sumiu de nossa visão, após cruzar o lago que havíamos passado.
— Temos que voltar... temos que voltar... temos que voltar... ele vai morrer sozinho. Ele vai morrer se não o ajudarmos.
Quando Dayane terminou, um grito de horror ecoou da mata. Os pássaros que vigiam das arvores altas explanaram fugiram para o mais que conseguiram. Ele continuou gritando e ouvíamos sons estranhos, como porcos guinchando e aves grasnando.
— Socorro! — Ouvimos num quase inaudível, vindo de perto.
Precipitei-me ao entrar na trilha de novo e Dayane berrou alto.
— Não... não... deixe. Ele já está morte.
— Socorro! — Gritou Marcos, com mais força, parecendo estar sofrendo.
— Ele está vivo, não está ouvindo. Está pedindo ajuda.
— Não é ele. São os demônios. Estão tentando nos atrair. Devemos seguir em frente.
Peguei a câmera que ele havia deixado no chão. O visor havia racho ao meio, mas ela ainda funcionava, portanto, voltei a registrar nossa incursão.
Dayane não conseguia andar direito e percebi por seus inchados e cavos que estava provavelmente doente e não conseguiria chegar até o coração do bosque, nosso destino.
A segunda noite foi marcada por eventos indescritivelmente obsoletos e de caráter ominoso. Acordei por volta das duas da madrugada e ouvi um som fraco e débil vindo do outro lado da fogueira. Daniel estava em cima de Nicolas rasgando sua mandíbula com os dentes. Nicolas não estava mais vivo. Parte da sua jugular também estava rasgada e um de seus olhos havia sido estouro, por provavelmente uma garra.
Acordei Dayane e Daniel que mais parecia um animal veio para cima de nos. Lutei contra ele, mas sua força era demasiado superior e logo conseguiu me dominar. O cheiro do seu corpo era putrefaço e via por seu semblante necrófago que estava apodrecendo. Não tenho dúvidas que estava morte.
— Saia de cima dele.
Dayane surgiu atrás de Daniel e acertou-o com uma pedra, em seguida, sacou uma arma do coldre na cintura e matou-o com um tiro na testa.
— Precisamos ir... precisamos ir...
— Mas está de noite. Eles não são mais poderosos a noite.
— Foda-se a noite. Estaremos mortos até amanhecer. Eles não nos deixaram chegar lá... eu vejo... eu vejo...
Enquanto Dayane gritava ao lado do corpo de Daniel, algo a derrubou, uma força indiscreta e invisível que a puxou para as sombras, fazendo-a desaparecer. Escondi-me com a câmera de Marcos em uma arvore oca até que a manhã seguinte chagasse. Foi difícil encarar aquela noite, tão desesperado como estava.
Quando o sol nasceu naquela manhã fria, estava morrendo de dor nas costas, por conta do jeito que havia passado a noite naquela arvore.
Tinha cerca de cinco quilômetros até o objetivo final, mas comecei a pensar que talvez não conseguiria realmente e o medo da morte me seguiram vorazmente. Ouvia o chamado de Dayane, sua voz pedindo ajuda no mato, ela e de Daniel e de Marcos, todos gritando, pedindo que o ajudavam. Que estavam morrendo...
Eu sabia que era uma armadilha, mas ouvi-los gritando, urrando de dor e sofrimento não me fora algo desejável já que tinha muito carinho por todos os meus companheiros. Comecei a chorar durante o caminho até que minhas secassem e meu rosto enrijece.
— Você não conseguir!
— Deixe-nos leva-lo para nosso mestre. Sua carne é dos animais. Desejamos apenas sua alma. Entregue-se enquanto há tempo, não haverá dor se o fizer.
— Pare por favor. Em nome de Deus. Jeová está comigo.
Quando evoquei o nome de Jeová, ouvi um grito horrendo estremecer a terra e tudo ao meu redor tremeu como um terremoto. Percebi que algo estava se aproximando e notei que eram passos, vários passos emaranhados e lá próximo de algumas arvores secas, vi três sombras macabras e descarnadas, vindo minha direção. Corri o máximo que pude, mas acabei caindo em barranco, deslizei desajeitado até um declive que ficara próximo de um vale.
O mundo parecia enrolar-se em minha vista. Vi coisas saltando embasadas no mato, vindo em minha direção, silhuetas com chifres e olhos vermelhos, gritando e berrando meu nome com quem tem sede. Desciam o barranco na minha direção. Então, corri até o vale. Lá encontrei um orvalho de madeira branca, aonde havia símbolo entalhado, uma coroa e dois olhos e ao redor, vários símbolos que não me eram familiares.
Os demônios que me seguiram, não conseguiam chegar perto do orvalho. Mas, nem eu conseguia fugir. Passei dezenas de horas naquele lugar, pensando em uma maneira de escapar, mas não encontrei saída, haviam dominado todas as direções. Seres altos e baixos, com olhos vermelhos, fitando-me, ansiando-me.
— Venha Carlos... — Disse Daniel.
— Venha Carlos... — Disse Marcos.
— Venha Carlos... — Disse Nicolas.
— Venha Carlos... — Disse Dayane.
Suas vozes ressoavam da floresta. A fome tragara minha alma e a sede, meu corpo. Quando não resisti mais, pedi a deus que me levesse daquele pesadelo. Mas quando morri, voltei a encontra-los.