Unidade 731: Experimentando o mal
- Heil Hitler!
- Heil Hitler. Por favor Capitão Skorzeny, fique à vontade. - o superior disse enquanto indicava uma poltrona à frente de sua mesa.
- Obrigado Reichsführer Himmler. Sinto-me horando com seu convite para estar com o senhor está manhã. - Respondeu o oficial, que não podia disfarçar o orgulho em estar diante do comandante supremo de sua tropa e provavelmente o segundo homem mais importante do Reich. Himmler sorriu:
- A honra é toda minha senhor Skorzeny, você é o mais puro exemplo da superioridade ariana! Uma linhagem sem máculas, herói de guerra! Diga-me é verdade o que dizem sobre o senhor ter matado vinte soldados inimigos com as próprias mãos após sua unidade ter sido derrotado? - A todo instante o general sorria, mas por de trás dos bons modos, cordialidades e dos óculos de armações redondas o seu olhar era frio.
- Si-sim, senhor. Na verdade não eram vinte e eu também não estava sozinho mas... - foi interrompido.
- Mas nada, Capitão. O senhor sabe o quanto é difícil criar um legado?
- É que... - novamente foi interrompido por Himmler que levantou-se e caminho até uma janela que dava vista à cidade.
- Senhor Skorzeny, um legado caiu em seu colo e você o agarrou. Não à motivos para se envergonhar, muito pelo contrário, a forma como o conduziu toda a situação o fez ser promovido aos 32 anos e o destacou. Um feito e tanto numa tropa com mais de um milhão de homens.
A sala do general era impecável. Muitas obras de arte e livros decoravam todo o cômodo e a mobília constitua harmônicamente um ambiente austero e fino. Havia um escrivaninha com ares de antiguidade próxima à porta, por sobre ela pastas e documentos estavam alinhadamente organizados. Himmler pegou uma das pastas e a entregou à Skorzeny.
- Reichsführer, o senhor está me dando uma missão? - a pasta era parda e nela estavam gravados os SS rúnicos da Schutzstaffel, dentro de um círculo negro, abaixo vinha o lema da unidade Meine Ehre heißt Treue. A capa da pasta também tinha um lacre vemelho para impedir sua abertura.
- Senhor Skorzeny, estou aqui dando-lhe a oportunidade de torna-se de fato grande. Escrever seu nome na história como um dos responsáveis pela vitória do Reich, sobretudo após a entrada americana no teatro da guerra. Eles avançam a cada dia e em breve nós não teremos força para lutar em tantas frentes.
- Meu senhor fico lisonjeado, mas o Führer diz que a vitória é iminente, eu não entendo...
- Major, o Führer tem toda razão, sempre, e o que estamos fazendo aqui é justamente fomentar o ambiente propício para seus planos.
- Sim, senhor! - Skorzeny levantou em posição de sentido e com a pasta parda na mão esquerda, fez a saudação mais uma vez. - Sieg Heil! Cumprirei minha missão!
- Diga-me o que o senhor conhece do Exército de Guangdong?
- Sei que é a maior unidade do Exército Imperial Japonês, responsável pela região de Manchukuo. Nossos aliados dão muita importância a ele. - Skorzeny ficou confuso com aquela pergunta. - Posso perguntar o porquê, senhor?
- Major, o senhor viajará para lá hoje a noite. Deverá visitar uma unidade de pesquisas de nossos aliados, produzir relatórios acerca dos avanços conseguidos por eles. Caso sejam satisfatórios, iniciaremos uma cooperação entre a SS e a unidade japonesa. Qualquer outra informação que necessite, encontrará nesta pasta. - Himmler sorriu e indicou a porta. - Por hora é só. Não é preciso dizer da natureza sigilosa de sua missão, certo?
- Sim senhor, mein Reichsführer Himmler! - Skorzeny, inflado de orgulho dirigiu-se até a porta do gabinete do general, mas antes de ir embora disse mais uma coisa, dessa vez enrubrecido de vergonha. - Senhor, longe de mim querer corrigi-lo mas sinto-me obrigado a dizer que por duas vezes o senhor me chamou de major.
Himmler ajeitou os óculos em seu rosto com o dedo indicador e sorriu:
- Não há engano algum Otto Skorzeny, a partir de agora o senhor faz parte do comando de minha Einsatzgruppen e para tal se faz necessária a promoção. - Com um aceno de cabeça indicou a porta.
Para Skorzeny, fazer parte da unidade de elite da SS era uma realização. Fascinava-se pela históricas que por vezes ouvira de agentes infiltrados ou dos extermínios de inimigos. Finalmente a sorte lhe sorria e o melhor de tudo, agora seria major.
Antes das dezenove horas ele já havia embarcado em uma aeronave militar, no aeroporto de Berlim, dirigindo-se à selvagem China. Era impossível esconder o entusiasmo, mas era preciso pois sua missão era de grande importância e poderia mudar os rumos da guerra.
[CONTINUA EM UMA SEMANA]