SUSSURROS 21 TERROR DE PAULO FOG E IONE AZ
25
Edileuza ali sem vida no caixão, flores, velas, alguns participes da socialyte paulistana, fora alugada uma sala vip de um teatro para velar a filha de Pedro e Cida.
Aos choros a mãe vez por outra trazia á tona lembranças da única filha que agora jaz naquele espaço de madeira, pano e riquissimo ornamento.
- Boa noite.
- Boa noite. Os presentes ali responderam a Mauro e José.
- Vocês vieram? Pedro abre os braços para recebe-los, abraços em gratidão a um tempo em que Mauro tomara a incumbência de ser o protetor de Edileuza, ser o esposo do mimo dos olhos daqueles pais zelosos.
- Que bom, estão aqui, Mauro quer ve-la?
- Sim dona Aparecida.
- Cida por favor, não sou mais tua sogra mais...
- Tudo bem Cida.
Mauro é levado a beira do caixão onde vê sua ex ali jazindo.
- Você como sempre um fiel cavalheiro.
- Sou muito grato a esta família, ao sr Pedro.
- Nada, fiz o que fiz por que vi em você um futuro brilhante.
- Obrigado.
- Eu é que tenho de lhe agradecer e muito.
- Meus sentimentos.
Pedro abaixa a cabeça, Cida ali chora copiosamente.
Os irmãos ficam até o enterro que ocorrera por volta das 9 manhã, dali seguiram de volta a Maringá, ao chegarem na fábrica foram recebidos com uma peixada completa encomendada por Laura, todos fizeram a refeição, José e Mauro foram para a casa da mãe descansar um pouco e depois seguirem cada qual para destino de vida.
Celso ali na mesa da calçada frente a uma sorveteria, uma taça sabor morango cobertura de chocolate, refri e alguns waffles de acompanhamento.
- Deve estar muito bom?
- O que faz aqui?
- Achei que ficaria feliz.
- Por que fez tudo aquilo?
- Aquilo o quê, enviar os perdidos?
- Você não é boa.
- Ah e você é?
- Vamos para outro lugar.
- Quero sorvete.
- Tudo bem.
Em uma praça afastada próxima a um prédio abandonado onde fora há muitos anos uma tecelagem, sentados em um banco de concreto Celso e a garota infernal.
- Vai diz ai tudo que esta preso neste teu ser débil.
- Débil, você que és louca.
- Será, eu faço aquilo que você tem vontade.
- Mentira.
- Acha mesmo que consegue lidar com tudo sem se sujar.
- O que diz?
- Celso, no fundo, sabe que temos de sujar nossas mãos.
- Não sei de nada.
- Como foi no hospital?
- Sua louca.
- Olha aqui, me cansei de seus acessos de bondades, você sabe bem por que estou aqui, sou tudo que você odeia e aprecia, sou um anjo ou demônio, como queria.
- Vai embora.
- Posso ir, mais será que é realmente isto o que você quer?
- Vai.
- Adeus.
- Não. Celso grita.
- Viu só, temos um laço maior que tudo dessa vida, do universo, planeta, somos o cosmo.
- Você enlouqueceu.
- Junto de você, somos loucos unilateralmente.
- Por que faz isso, por que mexe com meu coração?
- Por que você me ama, odeia, venera e quer ter a mim, ser eu.
- Não quero.
- Será, não vejo deste jeito, vejo você ai morrendo de tédio ao ver a vida normal e monótoma circular por você, mais quando uma certa ação fatal acontece, vejo teu despertar, sinto teu coração, corpo, cabelos, não vê eu sou você Celso.
- Louca.
- Posso ser.
- Por que a Pietra, por que a gaqrota que eu...
- Amava, pare com isso, você nunca a amou, ficou com ela por piedade, você nem sabe o que é amor, não existe estes sentimentos toscos em seu coração.
- Eu gostava dela.
- Ai eu acredito, muito pouco, mais acredito.
- Você também me abandonou.
A garota passou a mão nos cabelos dele, trouxe a cabeça dele para seu peito ele sente um forte odor de flores, uma paz preenche o lugar.
- Fique comigo.
- Eu estou com você.
- Você entende o que digo.
- Não posso, não quero.
Ela sai dali e ele sente um ódio lhe percorrer as entranhas.
- Vagabunda.
- Esta vendo, eu faço você ser você.
- Cretina.
- Diga mais.
- Te odeio.
- Ás vezes sim, mais na maioria o que quer realmente é coexistir.
- Louca.
- Acho que já ouvi.
Num lanca rápido, Celso se atira nela e cai ao chão, bate a testa em uma pedra o sangue escorre ela ali perto dele deixa cair um lenço vermelho com cruzes brancas.
- Me ajude.
- Odeio o fracasso e seus fracassados.
- Por favor.
Ela desaparece na frente dele, ali caído chora tendo em mente as lembranças com Pietra e a garota infernal, um rapaz passa por perto e vem até ele.
- Senhor, aconteceu algo? Ele vê o sangue no rosto de Celso e o ajuda a levantar-se logo ele liga para a fábrica e vem Laura com Áurea e Francisco.
- Meu filho o que houve, tá tudo sujo, sangrando?
- Passei mal, cai e bati a cabeça.
- Meu Deus.
06122017 .............