A BRUXA
A BRUXA
by:Johnathan King
(...)
No céu tingido de um vermelho escuro e sem estrelas, com uma lua gigante cor de sangue, a bruxa flutuava no ar em sua vassoura voadora, a cima das copas das árvores e emitia uma gargalhada típica das feiticeiras. A noite estava com aspecto nebuloso, raios cortavam as extremidades do céu clareando a escuridão, enquanto os trovões soavam alto, como o brandir de espadas em uma luta sangrenta.
Dentro da velha cabana de madeira, no interior da densa floresta, ao escutar as gargalhadas da bruxa, a mãe abraçou o filho e lhe disse em um sussurro angustiado:
- Entre aí dentro e não faça nenhum barulho, meu filho. - a mulher colocou a criança dentro de um porão e lhe deu um beijo no rosto. - Ela está vindo!
A mulher fechou a porta do porão e puxou uma mesa bem pesada, selando a entrada do lugar com o filho lá dentro. Era o dia da " Lua de Sangue ", aniversário das bruxas e nessa noite elas sempre rodeavam o mundo em busca de pegar crianças para o banquete delas. Ainda meio confuso e amedrontado, o menino se arrastou até o fundo do esconderijo, mantendo-se oculto nas sombras.
Do lado de fora, sua mãe, ainda assustada e trêmula mirou a gaveta do armário que estava na cozinha. Ela correu até lá e a abriu, retirando uma faca. Ela voltou para a sala e ficou ao pé da porta, atenta ao que estava acontecendo do lado de fora da casa.
As gargalhadas da bruxa haviam cessado, e o único som que vinha lá de fora eram os latidos raivosos do cão da família, afim de intimidar a invasora. O animal soltou um granito angustiado, uma mistura de medo e dor.
Ao correr até a janela, afim de ver o que estava acontecendo, a mulher foi tomada pelo espanto. Seu cão estava pendurado na entrada da casa, e o sangue pingava no chão, formando um pequeno lago vermelho. Ela levou as mãos até sua boca, prendendo um grito de terror na garganta.
A bruxa desceu e depositou sua vassoura na entrada da cabana e foi até a porta, lá parando. Nesse momento, a mulher se afastou da janela e se escondeu atrás de uma parede.
A bruxa tocou na maçaneta e girou. A porta estava trancada.
- Abra à porta, mulher. - disse a bruxa. - E me entregue o menino.
A mulher não dizia nada, apenas apertava a faca sobre o peito.
- Eu não vou falar outra vez, abra essa maldita porta!
E após um grito estrondoso, a criatura colocou a porta no chão. Ela entrou na sala e ficou parada, fitando todo o ambiente.
- Saia de onde você estiver.
A mulher surgiu das sombras, se projetando na frente da outra como um espectro e lhe cravou a faca no peito. A bruxa soltou um berro horroroso, misturado com dor e sangue. Ela saiu cambaleando e tombou para trás. Mas ela não estava derrotada, e lançou um golpe contra a inimiga, lhe deixando nocauteada no chão.
A bruxa pulou sobre a outra, como um felino saltando sobre uma presa indefesa.
- Me entregue o menino e eu prometo não matá-la.
- Eu nunca vou te entregar meu filho, sua bruxa.
A feiticeira achou graça das palavras da outra. Quando estava se preparando para matar a mãe do menino, a bruxa ouviu um barulho vindo de baixo dela.
- Você escondeu o menino no porão, que estupidez.
Ela soltou a mulher e começou a procurar pela entrada do esconderijo onde o menino estava sendo mantido.
- Encontrei! - disse a bruxa, empurrando a mesa onde estava a entrada do porão.
Quando ela abriu a porta do lugar, um monstro peludo e de olhos flamejantes pulou sobre ela, e num golpe certeiro arrancou a cabeça da bruxa. A besta ficou parada olhando para a outra mulher jogada no chão, e quando aproximou-se mais perto dela, já não tinha mais a forma de um grande cão negro.
- Mamãe, acorda. A bruxa já foi!
FIM