Amor, Eterno Amor

Após discutir com seu amado, foi para a cozinha se distrair e fazer o de costume, lavar as louças. Já estava cansada de brigas e de ouvir que só servia para cozinhar e fazer as demais tarefas de casa. Era formada em psicologia, porém não exercia a profissão, então ficava a mercê do marido. Tinha tudo em casa, do bom e do melhor, porém não tinha o amor de seu amado. Seu sonho era ter filhos, constituir uma família grande e feliz, já ele gostava mesmo era de ter várias mulheres ao seu redor. As brigas eram constantes por conta de ciúmes e traição, mas o amor por ele era tanto que não havia coragem para dar um fim no relacionamento.

Enquanto lava a louça, chega a fechar os olhos enquanto a água cai em suas mãos, segurando uma faca e a esponja, apreciando aquele silêncio bom, o marido parou de reclamar e a briga cessou. Sentiu-se nos céus naquele momento. Largou a faca na pia, secou as mãos e foi em direção à vitrola. Colocou sua música favorita, a que tocou em seu casamento.

Saiu cantarolando pela casa, até chegar na suíte de casal, o quarto todo arrumado e decorado em tons de bege e branco, a cama com edredom em tom cru, todo sofisticado. Despiu-se, tirando a camisola branca de cetim, porém com as manchas vermelhas, e abriu a porta do banheiro. Entrou, ainda cantarolando a música, e cuidadosamente se acomodou ao lado do marido, olhou bem para ele, deitados naquela banheira encharcada de sangue, sentiu-se a única na vida dele. “Você está um doce, querido.”

E ficou ali, apreciando o momento..

Juliana Anselmo Fernandes
Enviado por Juliana Anselmo Fernandes em 24/11/2017
Reeditado em 24/11/2017
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