Dia dos mortos
Dia dos mortos
O cemitério estava lotado. Vez enquanto um lamento cortava o ar e interrompia as conversas e orações.O sol decidiu não aparecer e o dia nublado combinava com o ambiente.
Muitos espíritos estavam presentes.
Alguns felizes por rever familiares, e por estarem recebendo boas energias.
Alguns guardavam em si grande mágoa e ódio. Não raro algum visitante pisava em falso e torcia o pé. Outro escorregava e caia .Tudo obra de alguém falecido tentando machucar um ente vivo. Ali os sentimentos estavam misturados.
Genivaldo era um desses mortos com más intenções. Passeava no meio do povo cheio de despeito. Não aceitava estar morto e odiava a todos por isso.
Naquele dois de novembro, pelo menos duas pessoas morreram de forma estranha enquanto visitavam alguns jazigos. Uma senhora teve um acesso de tosse, perdeu o fôlego e morreu. Um rapazinho tropeçou em algo invisível, bateu a cabeça na quina de um túmulo e veio a óbito. Outros saíram dali com dor de cabeça forte.
No final do dia quando os portões foram fechados, Genivaldo estava contente. Não podia sair dali para cometer maldades, mas os vivos é que foram até ele. Agora era esperar pacientemente pelo próximo dia dos finados quando alguém fraco e sugestionável apareceria para a derradeira visita.