Beleza Mortal
Patrícia Weiss tinha descoberto ser portadora do vírus da Aids há pouco tempo, mais precisamente um mês. Quem lhe passou o vírus foi Juvenal, um homem casado e promíscuo, com quem ela tivera um pequeno “affair”.
Patrícia sabia que estava condenada, mas antes de morrer levaria muitos homens bonitos com ela (homens com a beleza de um Tom Cruise ou de um Brad Pitt), pois ela era exigente, mas apesar de belos, eram todos iguais, ou seja, não prestavam e, por isso, mereciam morrer.
Patrícia Weiss era uma jovem mulher de apenas 19 anos de idade, possuidora de uma beleza europeia que chamava a atenção: loira, olhos azuis, corpo de modelo com uma bundinha arrebitada que fazia qualquer homem babar, ou seja: ela era um verdadeiro “mulherão”.
Enquanto os efeitos da Aids não se manifestassem, Patrícia usaria sua beleza para se vingar. Ela faria aidéticos a torto e a direito, sem o menor remorso por sua sinistra conduta.
Sua primeira providência foi passar a frequentar boates da moda, seduzindo incautos, que fascinados pela sua beleza, eram presas fáceis de sua vingança.
Patrícia Weiss só aceitava transar se fosse sem camisinha (preservativo) o que era uma verdadeira roleta russa, mas a maioria dos homens aceitava correr o risco pelo prazer de possuir aquela “deusa loira”.
Essa brincadeira durou aproximadamente dez anos. No dia 30 de agosto de 2008, Patrícia foi a mais uma boate, como fazia sempre, buscando mais um incauto para se vingar.
Ao chegar ao balcão para pedir uma bebida, uma senhora aparentando cerca de 50 anos se aproximou dela e começou um diálogo:
— Olá, você vem sempre aqui? — perguntou a senhora.
— Sim, mas a minha praia é homem e não mulher! — disse
Patrícia Weiss com raiva.
— Oh! Não se preocupe, não sou lésbica, quero apenas conversar um pouco com você.
— Qual é o pó, coroa? — O que você realmente quer comigo?
— Antes tome um pouco desse uísque 30 anos, disse a senhora oferecendo o copo ainda cheio.
— Patrícia pegou o copo e o engoliu numa só tragada.
— Gostou? — perguntou a velha senhora.
— Sim. É muito bom! — disse Patrícia Weiss.
— Então fique com ele! A velha senhora jogou a garrafa e todo seu conteúdo bem no rosto de Patrícia que, com o rosto coberto de sangue pelos estilhaços de vidro, começou a gritar de dor e de raiva, mas o pior viria em seguida: não satisfeita com o que tinha feito a velha senhora jogou um fósforo aceso bem na cara ensanguentada da “deusa loira” que urrando de dor perdia a beleza diabólica de sua face para as chamas.
Patrícia Weiss foi socorrida a tempo e por isso não morreu, mas sua carreira de mulher fatal tinha definitivamente acabado: seu rosto ficara irremediavelmente deformado e a partir daquele momento seria difícil para ela fazer com que os homens bonitos (segundo seu rigoroso grau de exigência) aceitassem seu pedido impertinente de não usar preservativo, visto que agora ela não era mais uma deusa, mas sim uma baranga!
A senhora que acabara definitivamente com a “carreira” da “deusa loira” era apenas uma mãe sofrida que perdera seu único filho para uma mulher bela e sem escrúpulos que o seduzira e o contaminara com o vírus mortal da Aids.
Patrícia Weiss ainda viveria mais alguns anos antes de morrer e ir para o inferno encontrar-se com Juvenal, o homem que a fez mulher e cruel.
“Aqui se faz, aqui se paga.”