A última Porta
Ruan era um renomado escritor de Poesias que amava o que fazia. Dedicado e talentoso, sempre ocupava seu tempo escrevendo, criando e publicando seus textos em Editoras.
O único problema era que onde ele morava, não tinha sossego, pois o lugar era muito movimentado e a vizinhança fazia muito barulho a todo momento impedindo assim dele de concentrar e terminar alguns de seus trabalhos.
Cansado de tudo aquilo, resolveu tirar algumas semanas de férias e se hospedar em um Hotel que ficava em outra cidade vizinha.
O que ele não imaginava é que esse Hotel era mal falado por todos que ali ficavam, tendo fama de mal assombrado.
Assim, ele chegou na Recepção e foi pedir um quarto.
O homem que ali trabalhava, o atendeu surpreso, como se não esperasse que ninguém iria até lá.
- O que o senhor faz aqui? - Perguntou o Recepcionista.
- Bom dia, meu nome é Ruan. Quero saber se tem algum quarto sobrando por algumas semanas...
O homem o encarou estranho. Não estava entendendo o motivo do escritor ter escolhido aquele Hotel.
Ruan estranhou a reação daquele homem, mas pensou ser apenas o jeito dele.
- Irei te levar até o quarto e te explicar como funciona. - Disse o recepcionista.
- Como funciona o que?
- Perguntou ele, que estava ficando desconfiado, pois percebia cada vez mais um ar de mistério.
Quando chegaram no corredor, o Hotel estava vazio. Haviam 6 portas, uma ao lado da outra de cado lado do corredor. Porém havia uma última porta que ficava no fundo do corredor.
- Você poderá escolher qualquer uma dessas portas para entrar no seu quarto, menos aquela última do fundo.
- Por que? O que há nela? - Perguntou curioso.
- Aquele último quarto tem algo estranho. Todas as pessoas que entraram nele, de alguma forma se suicidaram misteriosamente. Por isso eu tranquei a porta para que ninguém se hospede nele. Todos que entraram lá, nunca mais saíram.
O rapaz ficou horrorizado mas aceitou as regras.
Passados 2 dias no Hotel, tudo parecia tranquilo. Ele estava escrevendo suas Poesias livremente, até que uma goteira começou a cair o deixando incomodado. Queria ver da onde vinha essa goteira, mas resolveu ir falar na recepção.
Chegando lá, não havia ninguém e o Hotel estava fechado, ficando sozinho no local.
Ele tentou abrir as portas de saída, mas estavam trancadas. Começou a ficar com receio.
Decidiu pegar suas coisas e sair de alguma maneira do local.
Quando estava no corredor, começou a ouvir uma risada maléfica e macabra. Se aproximou mais e percebeu que o som vinha da última porta.
Corajoso e curioso para saber do que se tratava, quebrou um pedaço de madeira e começou a tentar abrir a porta secreta de onde vinha aquele som.
Depois de algumas tentativas, conseguiu abrir e entrar no quarto.
O cheiro repugnante e a bagunça tomavam conta do lugar, tanto que Ruan não podia ficar ali pelo mau cheiro que era insuportável. Pegou um pano e tapou o nariz para entrar novamente.
No momento que entrara, a porta se fechou abruptamente assustando o rapaz, que nesse momento foi jogado violentamente contra a parede, perdendo a consciência em seguida.
Quando acordou, estava meio tonto. Tentou se levantar mas foi impedido por algo que estava o segurando no chão.
Ele começou a ouvir de perto a risada macabra, e agora vê sombras em formato de fantasmas voando pelo quarto, quando de repente, todas de uma vez entraram em seu corpo o deixando possuído naquele momento.
Assim que se levantou, sua aparência mudou por completo, deixando-o com um aspecto sombrio em sua face. Seus olhos negros como a noite, e seu rosto desfigurado.
Então ele caminhou lentamente até ao banheiro, arrancou o espelho da pia e cravou a ponta em cada um de seus olhos afundando. Em seguida, cravou o espelho em sua cabeça, atravessando do outro lado, logo caindo morto.
O Recepcionista do Hotel apareceu de repente no local do suicídio.
- Pobre sujeito. Mais um que insiste em entrar nesse quarto. - Disse o homem dando uma risada contínua macabra.