Aviso fúnebre
Aviso fúnebre
Alguma coisa estava errada. Não sei se premonição definiria aquela sensação. Acordei de repente com o coração disparado, a boca seca, e um calor intenso. Olhei o relógio em cima do criado mudo. Faltava pouco para as três horas. Não recordava de ter tido algum pesadelo,mas um misto de medo ocupava a minha mente. Era muito Forte.Era quase palpável.
Um barulho de arrastar de cadeira veio da cozinha. Meu coração acelerou. Quem poderia ser se eu estava sozinha? Meu marido trabalhava a noite e só voltava para casa às sete da manhã. Trêmula decidi ir ver o que era. Entrei na cozinha. Meu companheiro estava sentado de costas. Antes mesmo que ele se virasse eu soube que o havia perdido. Aquele jeito ereto de sentar, era diferente do dele. A mancha avermelhada nas costas manchando a camisa branca,era sangue. Chamei seu nome. Por alguns segundos pensei que não tinha escutado, mas então ele se virou sorrindo. Gritei alto e desmaiei.
Recobrei os sentidos no chão gelado. Eu estava só. As cadeiras estavam no lugar de sempre. Nenhum vestígio de que outra pessoa estivera ali. Voltei para a cama, mas não consegui conciliar o sono. Eu continuava certa de que alguma coisa ruim acontecera.
O sol começava a invadir o quarto quando bateram na porta. Era um policial avisando que de madrugada ,assaltaram a agência bancária onde meu marido trabalhava e que infelizmente ele fôra assassinado.