O que é a morte? Como é morrer?

Você está vivo agora. Em seus termos, você vive. Uma consciência

sabedora de si mesma, cognitivamente brilhando entre escombros de células mortas e outras que estão morrendo; viva enquanto os átomos e moléculas de seu corpo morrem e renascem. Você está vivo, portanto, no meio de pequenas mortes. Porções de sua própria imagem se esmigalham momento a momento e são substituídas e você, raramente, dá atenção ao assunto.

Assim, até certo ponto, você está vivo agora, no meio da morte de si mesmo – vivo a despeito disso e, ainda, por causa das numerosas mortes e numerosos renascimentos que ocorrem em seu corpo, em termos físicos.

Se as células não morressem e não fossem preenchidas, a imagem física não continuaria a existir; portanto, no presente, como você o conhece, sua consciência chameja sobre sua imagem corpórea em constante mutação.

De muitas maneiras, você pode comparar sua consciência, como você a conhece agora, a um vaga-lume, pois embora ela lhe pareça contínua, ela não é. Ela também acende e apaga. Porém, seu foco não é quase tão constante quanto você supõe. Assim como você

está vivo no meio de suas próprias pequenas mortes numerosas, embora você não perceba, você está frequentemente “morto”, até mesmo no meio da vida cintilante de sua própria consciência.

Estou usando seus próprios termos aqui. Por “morte”, consequente- mente, quero dizer “completamente desfocado da realidade física”.

Agora, sua consciência, bastante simplesmente, não está fisicamente viva, fisicamente orientada, exatamente na mesma quantidade de tempo em que ela está fisicamente viva e orientada. Isso pode parecer confuso, mas, esperançosamente, podemos fazer isso

mais claro. Há pulsações de consciência, embora, novamente, você possa não estar atento delas.

Considere esta analogia. Por um momento sua consciência está "viva", focada na realidade física. Agora, no próximo momento, está focada em outro lugar completamente, em um sistema diferente de realidade. Está não-viva, ou “morta” para seu modo de pensar. No próximo momento, está novamente "viva", focada em

sua realidade, mas você não está atento ao momento do instante não-vivo interveniente. Seu senso de continuidade, então, é construído inteiramente em outra pulsação de consciência.

Lembre-se de que isso é uma analogia, assim a palavra “momento” não deve ser encarada muito literalmente. Há, então, o que chamamos de um “sub lado” da consciência. Em outras palavras, ela

chameja desligando-se e ligando-se e, em certo ritmo, como, por assim dizer, o ritmo da respiração.

Há ritmos globais e, dentro deles, uma infinidade de variações individuais - quase como um metabolismo cósmico. Então, entenda, que nesses termos, o que você chama de “morte” é simplesmente a inserção de uma duração mais longa daquela pulsação, da qual você não está ciente, uma longa pausa naquela outra dimensão, por assim dizer.

Como mencionado anteriormente, tudo, durante toda a sua vida, porções do seu corpo, morrem; e o corpo que você tem agora não contém uma partícula da matéria física que teve, digamos dez anos atrás. Seu corpo é completamente diferente

agora, então, do que era há dez anos atrás. O corpo que você tinha há dez anos atrás, está morto. Ainda, obviamente, você não sente que está

morto e você é bastante capaz de ler essas letras com os olhos que são compostos completamente de nova matéria. As pupilas, as pupilas “idênticas” que você tem agora, não existiam dez anos atrás e, ainda, parece que não houve um grande intervalo em sua visão.

Esse processo de renovação, como você vê, continua tão suavemente que você não está atento a ele. As pulsações, mencionadas anterior-mente, são tão curtas em duração que sua consciência salta sobre elas alegremente.

E, ainda assim, sua percepção física tem pavor, e parece não poder atravessar o intervalo quando o ritmo mais longo da pulsação

ocorre. E assim, esse é o tempo que você percebe como morte.

Agora, o que acontece quando sua consciência está dirigida para além da realidade física e quando, momentaneamente, ela parece não ter imagem para usar?

As idéias que você tem envolvendo a natureza da realidade colorirão fortemente suas experiências, pois você as interpretará à luz de suas crenças, como agora você interpreta a vida diária de acordo com suas idéias sobre o que é possível ou não.

Sua consciência pode se retirar de seu corpo lentamente ou rapidamente, de acordo com muitas variáveis.

Em muitos casos de senilidade, por exemplo, as porções fortemente organizadas da personalidade já deixaram o corpo e estão conhecendo as circunstâncias novas. O medo da morte em si pode causar tal pânico psicológico que, no sentido da auto preservação e defesa, você diminui sua consciência, de forma que fica em um estado de coma e partir, antes medo da vida celular se exinguir.

Você pode, ou não, perceber imediatamente que está morto em termos físicos.Você se achará em outra forma, uma imagem que se parecerá fisicamente com você em um grande grau, contato que você não tente manipular o sistema físico com ela. Então, as diferenças entre ela e o corpo físico se tornarão obvias. Se você acredita firmemente que sua consciência é um produto de seu corpo físico, então você pode tentar agarrá-lo. Porém, há uma ordem de personalidades, uma

guarda honorária, por assim dizer, que já está pronta para emprestar ajuda e ajudar.

Você, em sua cultura, baseado em seus livros e contos, está habituado a pensar que a morte é sombria. Os ambientes pós-morte não são sombrios. Ao contrário, eles são geralmente muito mais intensos e alegres do que a realidade que você conhece agora.

Agora, você pode, ou não, ser saudado por amigos ou parentes imediatamente após a morte. Essa é uma questão pessoal, como sempre. Além do mais, você pode estar muito mais interessado nas pessoas que você conheceu em vidas passadas do que naquelas próximas a você na vida presente, por exemplo.

Seu sentimento verdadeiro em relação aos parentes que também estão mortos será conhecido para você e para eles. Não há hipocrisia. Você não finge amar uma mãe que fez pouco para ganhar seu respeito ou amor. A telepatia opera sem distorção nesse período de pós-morte, assim você tem que lidar com as relações verdadeiras que existem entre você e todos os parentes e amigos que esperam você.

Você pode achar que alguém que você meramente considerou um inimigo, na verdade, merecia seu amor e respeito, por exemplo, e você o tratará, então, adequadamente. Seus próprios motivos serão cristalinamente claros. Você reagirá a esta clareza, porém, de seu próprio modo. Você não será automaticamente sábio se não era assim antes, mas nem haverá ali uma forma de esconder-se de seus próprios sentimentos, emoções ou motivos.

Você examina o tecido da existência que você deixou e aprende a entender como suas experiências foram o resultado de seus próprios pensamentos e emoções e quanto eles afetaram os outros. Até esse exame esteja terminado, você não está ainda ciente das grandes porções de sua própria identidade. Quando você percebe

a significação e significado da vida que você acabou de deixar, então você está pronto para o conhecimento consciente de suas outras existências.

Você se dá conta, então, de uma consciência expandida. O que você é começa a incluir o que você tem sido em outras vidas e você começa a fazer planos para sua próxima existência física, se você se decidir por uma.

Então, como dito, e é preciso que seja lembrado. A existência trabalha em ritmos globais. Vida e morte são fases desse ritmo, e a existência engloba os dois. Observe, você vive compassos e pulsações. Respira e inspira, seus corações batem em sístole e diástole, você dorme e acorda, noite e dia... maré alta, maré baixa... E a sua consciência sobrevive a todos esses maravilhosos e doces ritmos. E assim você vive e morre.

A morte não é uma punição. A vida também não. Ambas foram dadas a vocês como presentes. Formas variadas de existir e experimentar a grande validade e vitalidade da criatividade do que chamam de alma. Quando entenderem isso irão celebrar ambas. A existência se tornará mais espontânea e leve. E deixarão para trás todas as bobagens e limitações que restringem o seu atual "mundo" na fase em que ele se encontra.

Dance. A vida é um palco. Sinta o ritmo...

London
Enviado por London em 19/07/2017
Reeditado em 19/07/2017
Código do texto: T6058648
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