Na noite densa
Os moradores de rua:
Indiferença.

Bêbados tardios,
Prostitutas seminuas
Nos bares vazios.

Um cão sem dono
Cobertores puídos
Só abandono.

A vida cansada
Desabou na sarjeta
De madrugada.

A morte não falha,
Toda a cidade dorme
Só ela trabalha.

Constrangimento:
Um corpo atrapalha
O movimento.

Espetáculo.
Rabecão removendo
Um obstáculo.

Desponta o dia.

Outro mendigo ocupa
A marquise vazia.

            





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