O PESADELO!

(...)

Meu pai brigava com a minha mãe, o que parecia acontecer fora de casa. Uma casa? Um tipo de barraco ou choupana. Eles brigava, nisso meu pai ficava agressivo e de repente meu irmão saia do barraco ou somente aparecia. Então numa espécie de tronco como uma ponte de madeira acima de um rio que também parecia agressivo, o barulho de água de cachoeira descendo forte, tudo real, mas o mais real era o medo. Orlando de costa para meu pai e ele lhe causando dor como um monstro que se aproveita do tamanho para assustar...vencer... ganhar o que quer pelo medo. Ele estava chorando por uma dor mas sentimental do que física, não conseguindo fazer tanta força pelo equilíbrio emocional. E eu? Numa mistura de raiva e de tristeza não lembro, não me recordo se lá eu sabia que estava num sonho. A atitude e todas atitudes agressivas me lembraram o passado e de até onde foi capaz de chegar meu pai.

_Ele vai jogar meu irmão na água, no rio cachoeira-agressivo, em desbotado dando a ser raso.

Acho que meu irmão gritava o que um dia já gritei, meus irmão e eu já gritamos, com raiva da situação, na hora dizendo que não iríamos o perdoar. Jamais! Nunca mais e lembrando também gritamos..._Pai, não faça isso. Será que você não está vendo que está agindo como um monstro? _Um monstro! Que agride seus filhos e mulher. Você é homem! Poxaaaa! Soluçando devia está gritando isso, mesmo que parece-se baixo com o som da cachoeira, meu coração sentia... sofria...e interpretava.

Meu pai não entendia, achava que estávamos fazendo o mesmo que achava que minha mãe fazia com ele. Errando! Como não conseguiu o que quis...o que quer... o que quer ser, ele só se defendia... gritava...xingava. Vou te matar...! Empurrava meu irmão na água e ficava para o fundo o pressionando. Eu pulava e me agarrava por traz dele também com medo..também chorando. O Orlando gritava:_Por Deus se eu tiver que da minha vida pela minha mãe eu vou dar. E eu pensei também, falei com lágrimas em meu pensamento:_ Mesmo que eu venha morrer ajudando meu irmão eu vou tentar.

Depois estava tipo o mantendo acima da água...das águas. Ainda com medo eu, eu e ele somos levados. Eu via a traz e a frente de outra casa abeira do rio mas de tijolo, o que era um quarto...uma sala com um boxe...um banheiro. Lembro que só eu gritava por uma outra minha irmã...nervosa...acho que tremendo e ainda com medo. Entrava e ela parecia também assustada e em silêncio mexendo em coisas ou na cortina do que parecia banheiro, entendia que precisava de silêncio...de ficar em silêncio.

Depois contava para uma outra minha irmã que parecia ter vindo de carro..entrado com o carro e sabendo já do caso. Acho que eu contava...acho que eu a contei. Meu pai estava lá fora e parecia nos vê, à está nos olhando...vigiando. Passava em mente. Eu acho que pensei de que forma iriamos nos livrar...salvar...ajudar. Pensava com menos medo...mais concentrada e ainda, talvez...ainda com raiva. Sei que o olhei e me despertei...despertei! Despertei contristada e dormi, mais pensando nisso e em mais nada.

ADRIANA ANDRADE
Enviado por Adriana Andrade Afonso em 25/05/2017
Reeditado em 26/05/2017
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