O copo
Sentaram-se todos. A escuridão era total, exceto por uma vela iluminava o ambiente. Letras do alfabeto e números, além das palavras sim e não, forravam a mesa. Um copo via-se no centro. Nina comandava a sessão e ordenou que os demais colocassem seus dedos sobre o copo.
Um breve momento de silêncio fora quebrado por ela ao perguntar se havia alguém ali. Lucas, fazendo piada, respondeu que sim. A piada não quebrara a tensão e os rostos permaneciam circunspectos sob o bruxulear da vela.
Eis que o vidro transparente se move até a palavra sim. Num primeiro momento pareciam não acreditar que algum ser incorpóreo pudesse move-lo. Nina fez questão de se certificar que ninguém empregara força suficiente para mover o copo em tamanha velocidade. Era um ser do além.
O que perguntar? Quem estava ali? Pois o copo respondeu. Era Astaroth.
- Isso é ridículo! – Disse era Felipe. – Eu vou embora. – Disse, tirando o dedo do copo e se levantando.
Todos resolveram deixar a brincadeira de lado e voltar a conversas despreocupadas naquela reunião de amigos.
Já era tarde, Felipe decidiu que iria mesmo pra casa. Pegou seu casaco e desceu as escadas da casa de Nina depois de se despedir. Chegou em casa e foi direto para cama.
Levantou-se assustado. Havia tido um pesadelo. Olhou no relógio e já eram duas da tarde. No pesadelo, um ser animalesco, montado em um felino, dizia vir e matar a todos que o perturbaram e em seguida olhava para ele, com um sorriso e um olhar arrepiantes.
O telefone toca, era Nina:
- Felipe, mataram o Lucas no caminho da casa dele.