O Tumulo de Richard Fynegan
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Era uma madrugada triste e fria de um setembro. Sentado então sobre o tumulo de Richard Fynegan Bilu observa o negro horizonte iluminado pela luz prateada da lua enquanto ouvia vozes saindo daquele sepulcro maldito. Vozes de agonia e desespero. Gritos de pavor, pânico, sofrimento que ecoavam como um fade out de um mundo distante, enfeitado por doenças, crimes, inundado por sangue inocente e povoado por humanos de vidas desgraçadas.
Mas, era na verdade apenas um jovem com olhos de um demônio que sonhava, contemplando o vazio e ouvindo as vozes de seu interior em meio a túmulos recheados de podres cadáveres em decomposição. Naquele terreno com corpos enterrados e debaixo daquele céu que carregava uma névoa úmida, aquele pobre rapaz procurava alguma coisa. E então naquele instante ele encontrou.
Curiosamente a parte superior do tumulo se abriu e Bilu devido à força peso foi atraído para o interior da cova. Rodeado por uma parede de tijolos úmidos, caiu de costas no gelado chão do inóspito ambiente. A tampa se fechou e a escuridão prevaleceu. A mesma voz carregada de fúria quebrou o silencio do tenso momento. Bilu ouvia a voz calmamente enquanto inutilmente tentava se levantar, mas em vão.
- Por que diabos veio até aqui ouvir meus pensamentos? Pryde não te avisou que é um caminho sem volta?
Nesse momento um gato siamês sentou ao seu lado e disse:
“Não se preocupe, comigo aconteceu o mesmo.” Á propósito este gato era Tuchê, um gato que Bilu tinha e vigiava as portas do cemitério, mas um dia, misteriosamente desapareceu.
Uma pequena porta, do tamanho de um bueiro se abriu e Tuchê se foi. Neste momento quatro serpentes entraram no buraco e se enrolaram sobre as pernas e braços do menino, imobilizando-o. Em seguida dois grandes escaravelhos apareceram e entraram um em cada olho de Bilu. A dor era terrível e foi assim que ele ficou sem olhos. Os Besouros saíram e uma fila de pequenos insetos surgiu de modo que um por um entravam pelo olho direito e saiam pelo olho esquerdo, cada inseto arrancava um pedaço de suas pequenas idéias nutrindo-se do farto cérebro do rapaz. As serpentes seguiram o mesmo caminho. Bilu já não se movia mais, nem respirava. Eis que então surgiu engatinhando um bebê com dentes de onça e com uma faca na mão, e a aquela voz doentia ordenou:
- Arranque todos os órgãos vitais, o demônio não precisa de sarapatel, mas não o deixe casto, as Diabas precisam de diversão.
O maldito bebê cortou uma linha na barriga e arrancou o coração, os intestinos, os rins, o pâncreas a bexiga e tudo que havia dentro naquele saudável corpinho. Com os órgãos, o bebê se alimentou e se foi e a medida que ia, crescia, por que os órgão do bilu eram muito nutritivos. O chão foi lavado com sangue. (como se sangue lavasse alguma coisa).
Depois deste fato consumado uma maquina de embalar a vácuo empacotou bilu. Um arco-iris surgiu em meio as trevas e um buraco negro sugou o corpo do expoente garoto.
Fim