O LOBISOMEM DE LONDRINA (PRIMEIRA PARTE )

O LOBISOMEM DE LONDRINA (PARTE 1)

Raquel viu algo horrível, monstruoso, saltar sobre o muro dos fundos de sua casa.

Seu olhos se abriram ao máximo. Arregalaram-se. Não piscaram. Lacrimejaram. Não acreditou no que viu.

Sua pele empalideceu e todos os pelos do seu corpo se eriçaram. Gelou-se toda. Começou a tremer. Nunca tinha visto nada tão macabro em toda a sua vida.

E cada vez sentia-se mais desesperada e mortificada à medida que ele caminhava em sua direção.

André, seu namorado, fora comprar mais cerveja num barzinho ali perto, para continuar o churrasco, já que a primeira leva de bebida tinha acabado. A amiga Lia e Daniel foram para o quarto fazer amor. Raquel estava sozinha ali.

A lua brilhava resplandecente e imensa no céu daquela noite. Parecia uma bola de ouro, iluminava toda a cidade. Bem que a moça podia ter ouvido os conselhos da mãe: “hoje é lua cheia, minha avó dizia que é perigoso, não vá dormir tarde, porque noites como estas habitam seres que desconhecemos...”

Em pleno século XXI, quem daria bola para essas conversas? "Hahahaha". As pessoas riam disso.

Mas agora já era tarde demais para lamentos.

Raquel tentava gritar, mas o grito não saía. Tentava correr, mas parecia que suas pernas estavam pregadas no chão.

Gritou um grito mudo que ninguém ouviu.

A criatura se aproximava. Ela estava frente a frente com a fera. Olhos de ambos estavam a um metro. A boca imensa. Dentes pontiagudos. Da língua pingava saliva. Grande, peludo, faminto. Rescindia à carne humana, a sangue.

Vociferava. Raquel desistiu, nem rezou, apenas se encolheu e esperou que seu fim se consolidasse.

O lobisomem soltou um sonoro uivo que resplandeceu por toda a cidade. Raquel gritou.

O casal que estava no quarto ouviu os brados de Raquel. Vieram correndo para ver o que acontecia.

O lobisomem levantou o braço e as unhas pontiagudas refletiram o brilho lunar como se fossem metal, e desceu rumo ao abdomem da bela moça, rasgando-a ao meio. Depois com os dentes, arrancou o intestino, o estômago e o pâncreas.

Quando Daniel e Lia chegaram, a besta já tinha devorado a metade do corpo de Raquel.

Não acreditando no que via, extremamete horrorizado, petrificado, o casal se espremeu um contra o outro.

Os dois soltaram gritos de pavor e tentaram correr. Viraram e começaram a fugir.

A criatura, num salto macabro de uns seis metros de distância, caiu frente a frente com aqueles dois pobres humanos e num golpe rápido como um raio que corta o céu numa noite chuvosa, rasgou o corpo de Lia ao meio, e com outro golpe arrancou o pescoço de Daniel.

Depois de algumas horas, após da muitas voltas pela madrugada da cidade, André voltou ao normal e não conteve as lágrimas ao perceber que havia trucidado sua namorada e seus amigos.

Fabiano Pereira

Antonio Fabiano Pereira
Enviado por Antonio Fabiano Pereira em 04/04/2017
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