As aparências enganam
Sabrina caminhava sozinha pelas ruas à noite. Sua aparência era frágil e os passos apressados. Pouquíssimas pessoas passavam por ela, alguns homens a olhavam, mas ela não os olhava de volta. A lua cheia brilhava intensa no céu salpicado de estrelas.
Cortou por uma rua à esquerda e teve a impressão de que estava sendo seguida. Olhou para trás, mas não havia ninguém. Ela apressou ainda mais os passos, parecia nervosa. Escutou o barulho de algo caindo e fitou ao seu redor. Nada!
Intrigada, continuo a caminhar, no entanto a sensação de estar sendo seguida retornou, obrigando-a a parar. Seus instintos a alertavam sobre algum perigo e ela confiava cegamente neles. Estreitou os olhos e analisou cada centímetro cuidadosamente.
- Não sabe que é perigoso andar por aí sozinha a noite. - Disse um homem de meia idade, saindo das sombras.
- Sei me cuidar.
- Garota corajosa.
- Por que estava me seguindo?
- Não estava te seguindo.
Ele pareceu ofendido com a acusação.
- Só estava caminhando como sempre faço.
Sabrina deu-lhe as costas e continuou caminhando.
- Não quer companhia?
- Não.
Escutou os passos do sujeito seguindo em sua direção.
- Meu nome é Teodoro, mas pode me chamar de Teo.
- Já disse que não quero companhia. - Irritadiça.
- Garota brava. - Sorrindo. - Eu gosto disso.
- Que bom para você. Agora me deixe em paz! - Sua voz era quase um grito.
- Te deixar em paz?
O sujeito bloqueou o caminho, olhando-a com malícia.
- Eu vou te deixar em paz, mas só quando eu conseguir o que eu quero.
- O que você quer. - Soltando uma gargalhada debochada.
- O que eu quero.
Ele a agarrou com força e começou a beijar seu pescoço. A jovem tentou se desvencilhar, mas o rapaz a apertou com ainda mais força.
- Vem cá vem. - Beijando-a afoito. - Se tentar resistir vai ser pior para você.
- Pior para mim? - Afastando-o com um empurrão.
O sujeito desabou no chão e a olhou perplexo. De onde vinha tamanha força?
Sabrina soltou uma risada escabrosa. Se aproximou do rapaz, seus olhos estavam amarelo- dourados.
- Tolo! Nunca te ensinaram a não julgar um livro pela capa?
O rapaz ficou boquiaberto. Caninos apareceram na boca delicada da garota, deixando-a com uma aparência assustadora.
- Você não deveria andar sozinho pelas ruas, é perigoso. - Em tom debochado.
- Você... O que você é?
- Não sabe o que eu sou? - Agachando-se ao seu lado. - Eu sou. - Acariciando seu queixo. - Uma licantropo, mas pode me chamar de seu passaporte para o inferno.
O golpeou no peito, cravando suas garras. O sujeito soltou um berro pasmo. A jovem sorria, sentindo seus músculos rasgarem entre os dedos. Agarrou seu coração e o puxou com um movimento brusco. Esmagou o órgão com força, olhou para o cadáver em sua frente e abriu um sorriso torpe.
- Idiota.