O Gato Branco

- É incrível a quantidade de pessoas que associa um gato preto a coisas diabólicas. Não é mesmo meu amigo ?

- Concordo. - disse edgar alan poe

- Veja segure esse admirável gato branco raquítico - O mago da barba azul passou para edgar alan poe um gato totalmente branco.

- Admirável ! Exclamou o escritor

- Serve-se ? Disse mostrando a coleção de vinhos em seu casebre situado na ilha do diabo.

- Óbvio! por favor duas doses! melhor me de um litro.

- É um péssimo habito beber! Fiquei também muito triste quando te encontrei aquele dia. Aquele dia lembra-se? "Lord, please, help my poor soul" e depois viemos a ilha do diabo e ca estamos! ótima sua companhia! a melhor de todas. Mas desejaria te ver pelo menos rico!

- As vezes a um escritor, não resta muita coisa a não ser contar com inspiração de algumas doses. Disse dando boas goladas no litro de vinho com mais de 1000 anos de fabricação.- Muito bom!

- Mas voltando ao assunto dos felinos. É aceitável dizer que gatos pretos podem conter uma áurea de mistério ou esconder em parte um poder sobrenatural. Mas. Disse levantando-se e acendendo seu cachimbo. Esse gato branco passou por uma situação digna de um gato preto! gostaria de ouvir a historia dessa doce criatura que esta em seu colo?

- Acredite, gostaria muito! gosto de historias, qual escritor que não tem ouvidos atentos! conte-me caro amigo.

- Vou conta-la da mesma forma que eu ouvi...nas mesmas palavras. Após ouvir entrei num mangue, não para pegar caranguejo e sim um gato. Esse gato, um admirável gato branco.

O gato branco

Ah algum tempo eu me mudei da cidade para uma casa no interior. O sitio era muito bem equilibrado, contando com inúmeras arvores frutíferas. Com uma bela paisagem de frente com bancos de madeiras e um celeiro. De fundo dava para um mangue. Mas isso não me causava nenhum um tipo de problema afinal sei admirar todo tipo de paisagem e como o dinheiro que eu tinha era pouco para fazer a mudança me contentei em comprar um meridiano sitio.

A casa do sitio estava bem desgastada pelo tempo, mesmo assim comprei. E como me sobrou pouco do dinheiro, só me restou pra comprar alguns moveis. Mas mesmo assim sendo viúvo e morando sozinho. Acostumei-me a pedir pouco da vida. De fato por mais de 70 anos nunca fui exigente! Passei pela morte da minha mulher. Na ocasião fui forte. Minha mulher começou a passar mal pela madrugada, arrumei um carro e dei partida a leva-la ao pronto socorro no caminho do meu lado ela gemeu forte! um grito horrível de morte, pós a mão sobre o peito e repousou. Cheguei e contei pro meu filho ``você precisa ser forte, tenho uma noticia ruim´´ Assim que falei que a mãe tinha morrido ele caiu desmaiado com o baque. As pessoas morrem mesmo e sempre fui acostumado com fato. Ao ponto de aceitar essa ocasião da vida de no máximo de bom animo.

Mas na casa do sitio eu fiquei frente a um outro aspecto da morte se assim posso dizer. O pior de todos! Ah pessoas que ficam cabreiras em morar sozinhas num lugar deserto como um sitio, nunca foi o meu caso, ate então. Ate conhecer esse maldito sitio! Sim maldito por ter me tirado a paz. A paz de um velho que trabalhou a vida inteira, como operário de uma firma de costura. A paz que se procura! e só se pode achar longe de tudo e de todos, eu mesmo prefiro que seja assim.

A casa se constituía de uma sala central, com uma escada que levava há dois quartos superiores. A aparência confesso é a mesma que conservou o ultimo morador, uma casa surrada pelo tempo. Eu gostava dela, apesar de tudo. Ate começarem a acontecer certos fatores dos quais vou relatar.

Durante meu repouso noturno, numa noite, acordei com a leve impressão de ter ouvido um baralho, adormeci logo em seguida e acordei repentinamente com um forte estrondo. Fiquei em silencio por algum tempo, pensando em se tratar de um assalto. Ouvi a porta do guarda-comida bater, forte. Outras duas vezes ouvir. Me apoderei de um candelabro e desci as escadas. Fui ate a cozinha e acendi a luz. Não tinha ninguém!

Mais eu ouvi claramente um barulho, algo de errado deveria ter acontecido. Talvez a pessoa tinha fugido ao ouvir os ruídos dos meus passos. talvez! tantos talvez, e já estava ficando louco.

Por algumas noites foram seguidas de barulhos. Panelas que caiam, portas batendo. Numa noite ouvi passos, subiram as escadas, se dirigiram ate minha porta, ouvi ruído do girar da maçaneta. Nesse momento fiquei estático. Meu corpo paralisou, minha mente paralisou e meu coração disparou. Fiquei atônito!

A porta se abriu e ouvi passos em minha direção, ate se aproximar de minha cama. Acendi a luz rapidamente e não vi absolutamente ninguém. Ninguém! Pensei se tratar de algum tipo de delírio de minha parte. Porem no consultório que eu fui, ficou claramente atestado minha lucidez.

Numa noite após não aguentar mais tantos sons de tormentas eu me levantei, já tinha decidido parar com isso. Fui me dirigindo ate a escadaria e comecei descer. Quando liguei a lanterna e joguei sobre o começo da escada um gato branco! Estava ali o meu problema. Um maldito gato branco.

Porem tal gato estava realizando algo inesperado. Estava cavando junto ao pé da escada, quando me viu se assustou e pulou pela janela. Eu desci e analisei onde o gato estava cavando, já tinha rasgado o assoalho e chegado em terra preta.

Deixei como estava e fui me deitar. Julguei todos os fatos e resumi no seguinte: Todo a tormenta de barulhos não passara daquele gato infeliz em busca de alimentos ou caçando um rato. De fato estava ate cavando o possível ninho do rato. Fiquei tranquilo por alguns dias. Nem os ruídos e baralhos se escutavam mais. Por fim aquele infeliz gato deveria ter tomado medo e sumido.

Dias e mais alguns dias fiquei em paz. Como já mencionei pensei se tratar do gato, pura e simplesmente do gato! o restante das ocasiões coisa da minha cabeça ate mesmo o medico do consultório disse se tratar de algum absurdo de minha parte e nada mais.

Ate que por fim, numa noite a trégua foi quebrada e novamente ao dormir acordei de súbito, já assustado com barulhos, vidro quebrando, porta batendo com maior força e minha janela estava aberta com as cortinas soltas ao vento. E a luz da lua deixava amostra sobre o peitoral o espectro do maldito gato! como pudera estar ali tranquilamente me observando! como pudera quebrar louças e estar ali ao mesmo tempo! Como, como e como? maldito. Me levantei de devagarinho agarrei um bastão e acertei ele em cheio eu o vi despencar ate o chão de fora da casa. rapidamente desci a escada, descalço e por consequência acabei por cortar o pé num lasco de vidro. Maldito gato branco!

Peguei seu corpo, do qual o crânio estava estourado remeti num saco e arremessei dentro do lodo do bosque ao fundo do sitio. Depois disso tinha certeza de que nada mais poderia me atormentar a não ser minha consciência de matar um gato. Mas! um gato infeliz que resolveu atormentar a paz de um velho. Merecida morte, e confesso ter me sentido bem no momento que o matei. Bem mesmo! mas mesmo assim um fio de remorso surgia, coisa que não me fazia nem sequer tecer uma lágrima, ele mereceu poxa! mereceu mesmo.

Após 1 mês, evidentemente 1 mês, eu ouvi novamente ruídos de passos na escada. Não podia ser, não tem cabimento! Os passos se dirigiram ate minha porta, a maçaneta girou. Algo entrou no quarto! tinha certeza. Apavorei-me. Um medo me subiu pela espinha misto com o remorso que batia em ter matado o gato que agora ficaria comprovada sua inocência. medo e temor e os passos se dirigiram ate a janela, lentamente, maldita e lentamente a janela foi se abrindo. E aberta ficou, obra do mal! coisa medonha e meu coração gelou. Acendi a luz e me preparei para um indivíduo ou cabresto. Mas! nada. nada e nem ninguém e minha janela aberta. Da janela tinha visão privilegiada ao fundo do sitio. Fui ate a janela para fecha-la e nesse momento quando olhei para o bosque. Terrivelmente existia fogo sobre agua. Leve mais era fogo e a iluminação terrível! Não resisti e cai desmaiado. parecia eu desfalecido.

Acordei pela manha, e fui ate o bosque e vi claramente as patas do infernal animal que lá depositei. Estava em direção a minha casa, a casa velha que sabia ser assombrada. Outra vez o temor. Tinha decido dormir pela ultima noite naquela casa e na manha seguinte a venderia. Já não aguentava mais 1 minuto se quer. Apenas mais uma noite e passaria o dia posterior em busca de vende-la a todo custo. Mesmo se barato, foda-se.

E a noite chegou...

Continua em : Serie Desmascarando Os Heróis

A Brancato
Enviado por A Brancato em 04/03/2017
Reeditado em 05/03/2017
Código do texto: T5930555
Classificação de conteúdo: seguro