Tranplantando o mau
Transplantando o mau
A dor veio muito forte, diferente das outras vezes. Rinaldo tinha um grave problema no coração. Desde criança convivia com o medo de morrer a qualquer momento. Estava na fila de transplantes apesar do médico não lhe dar garantia de cura. Seu tipo sanguíneo era raro, por isso a dificuldade de achar um doador potencial. Ia completar vinte anos no próximo mês. Duas coisas importantes aconteceram no dia em que Rinaldo teve o pior dos ataques. Os médicos o diagnosticaram como morto. Seu coração parou por quase dez minutos e de repente voltou a bater. Forte, saudável. A segunda coisa importante é que Rinaldo ao morrer por alguns minutos esteve do outro lado. Ele não avistou nenhuma luz como alguns que passaram pela mesma experiência disseram. Ele esteve em lugar enfumaçado , sombrio e lá encontrou o seu doador. Um homem perverso morto pela polícia horas antes. O sujeito parecia a sua espera e assim que o viu surgir propôs ao jovem uma chance de voltar à vida. Dessa vez com um coração saudável. Tudo o que o rapaz tinha a fazer era concordar. Aceito o acordo o tal facínora rezou uma espécie de oração e Rinaldo voltou á vida.
Semanas se passaram. O moço cheio de vitalidade em nada lembrava o enfermo de outrora. Agora estava saudável e cruel. Passou a espancar os irmãos mais novos, A maltratar os pais. Tornou-se usuário de droga e para manter o vício passou a roubar. Ninguém entendia a brusca mudança. Logo estava enturmado com os piores bandidos locais. Era temido por todos. Matava pelo simples prazer de matar. Com requintes de crueldade.
Uma manhã estando sua mãe sozinha em casa, ele chegou. Queria dinheiro. A pobre senhora que guardava no bolso um dinheiro para as compras, disse não ter. Ele que ficara de tocaia e vira quando o pai entregara á ela a quantia, ficou furioso. Derrubando a mulher no chão começou a espanca-la, e só parou quando notou que ela estava morta. Um vizinho ouviu os gritos e chamou a polícia. Quando os policiais chegaram depararam com a horrível cena. A mãe uma massa sangrenta no chão e o filho sentado ao lado do corpo, fumando tranquilamente. Uma arma estava ao seu lado e ele tentou pega-la, mas vários disparos o atingiram nesse momento. Os soldados estavam preparados e não vieram com a intenção de levá-lo preso. No necrotério os legistas ficaram confusos e aterrorizados. Haviam feito à autópsia há algum tempo atrás de um homem com aquela mesma fisionomia.