Anna

Quando Anna entrou na água para se livrar daquele calor causticante, não podia imaginar que quase morreria afogada. Por sorte, foi salva por um rapaz que surgiu das profundezas e lhe empurrou até à margem arenosa.

Daquele dia em diante os dois jovens passaram a se encontrar à beira do rio e não demorou para que se apaixonassem.

Jairo tinha traços indígenas e estava sempre com os longos cabelos molhados. Os dois amantes corriam pela areia morna da praia e o riso de ambos se misturavam ao canto dos pássaros.

Anna contava para a mãe e os irmãos sobre o belo índio que vivia no fundo do rio, e queria casar-se com ela.

Todos riam entristecidos, afinal, Anna não era certa da cabeça e, vez ou outra, confundia sonho com realidade.

Anna continuou com seu romance imaginário, até que um dia saiu e não mais regressou.

A intuição da mãe levou todos da aldeia à beira do rio, e, depois de vários homens mergulharem, o corpo da menina foi encontrado abraçado aos restos mortais de um jovem índio, que havia se afogado há mais de quarenta anos.

Luiz Cláudio Santos
Enviado por Luiz Cláudio Santos em 26/02/2017
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