ATAQUE NUCLEAR
Uma a uma nossas almas
Vão deixando nossos mortos
Anti-Cristo, anti-corpos
As malditas antirrosas,
Minha sorte, e minha morte
Já pairam por mim ansiosas
A guerra tomou a cidade
imponente e impiedosa
espalhando terror e maldade
em chama de calamidade
a onda de lava surgia, cruel e caudalosa
Rasga o céu cinzento
não restará vencedor
quem morre vira o tormento
corpos, almas, pensamentos
o odor de podre envolvia o resto que ali sobrou
Uma a uma nossas almas
Vão deixando os seus mortos
Anti Cristo, anti-corpos
As malditas antirrosas,
Minha sorte, e minha morte
Já pairam por mim ansiosas
Ardendo em carne crua
casas, pocilgas, coletivos
o cheiro que toma as ruas
do vento letal que flutua
que mata à revelia não quer deixar um só vivo
Sinto a iminente morte
enfim a se descortinar
meu corpo todo contorce
jamais pensei que a sorte
ceifasse a luz dos meus dias num ataque nuclear