SINOS DO INFERNO
Ouçam todos
Os sinos do inferno estão tocando
A carruagem negra se aproxima
Batem os sinos do inferno
Seu som é irresistível
O sangue escorre de seus ouvidos
Aprisionado em sua cama
Um demônio sobe lentamente por seus pés
Ele tem o corpo todo coberto por feridas
Um odor fétido domina o ambiente
Suas feridas possuem o formato de pequenas bocas doentias
Gritando em desespero
Ele se senta em cima de seu tórax
Dificultando a sua respiração
Ele olha em teus olhos de criança apavorada
Lambe seus lábios com sua língua negra
O hálito da morte penetra suas narinas
Corroendo seus sonhos e esperanças pueris
A primeira batida fez seu peito doer
O segundo toque fez suas tripas se contorcerem em sua barriga
Sinta o amargor hepático em sua boca
Um beijo molhado com sabor biliar
Quando a terceira batida soar em seus ouvidos e entranhas
Sua alma fugirá de seu corpo
Ela adormecerá nos braços de Lilith
Com uma canção de ninar Luciferiana
Ela oferecerá o seu seio doentio para amamentar a sua alma
Que chorará como um bebe assustado
Um seio azulado e gangrenado
Envolto em um sutiã de arames farpados
Surgirá em seus lábios um mamilo violado por um prego
E você sugará a cabeça do prego velho
Mamando desesperadamente o leite de barata
Produzido com amor nas mamas infernais de Lilith
Depois da terceira batida
Sentarás no colo de Lúcifer
Enquanto os sinos do inferno tocarem pela terceira vez
Sua alma assistirá a decomposição gradual de seu corpo
Em uma cama repleta de serpentes e escorpiões negros
O lodo esverdeado escorrerá pelas paredes de seu quarto
E enquanto sua alma estiver sentada no colo de Lúcifer
Verás a orgia das almas malditas
Velhas enrugadas com as pernas estraçalhadas
Bebês comedores de placenta
Crianças psicopatas
Anões vestidos de enfermeiras sensuais
Freiras utilizando utensílios sado masoquistas
E em roupas de látex de um sex shop barato
Verás as criaturas cruzando a ponte da morte
Numa dança frenética
Sob os olhos da grande lacraia sagrada
Beberás no cálice negro de Lúcifer
O vinho amargo das lágrimas da esperança
Lúcifer sorrirá em seu trono negro
E sua alma irá observar os amaldiçoados
Caminharem lentamente
Numa marcha maldita
Rumo ao grande moedor de carne humana
Que os aguarda com suas presas brilhantes e enormes
E os sinos tocarão
Uma,duas
E na terceira
Você irá querer fugir
Tentará correr
Mas seus pés estarão pregados no chão
Lúcifer e Lilith irão copular na sua frente
Pequenos chimpanzés crucificados gritarão escandalosamente
Pigmeus com cabeça de elefante irão lhe encarar
Olharão em teus olhos
Verás que eles vão segurar as vísceras nas mãos
Pois suas barrigas estarão abertas
Se você for um homem
Terá uma ereção
Se for uma mulher
Sua vagina ficará molhada
E se fores velho
Defecarás em suas calças
Mariposas negras pousaram em sua testa engordurada
Lamberão o suor que escorrerá pelo seu rosto
E um coral de crianças enguias suínas doentes
Cantarão uma canção diabólica de uma note só
Você vai querer despertar desse pesadelo
E no momento em que você se der conta de que tudo
Nunca foi um pesadelo e que sempre estivera acordado
Vai desejar loucamente pela terceira e última batida
Pelo último toque dos sinos do inferno
E quando ouvir os sons
Um sorriso doentio tomará conta de sua face
Pois verá que a orgia dos amaldiçoados estará apenas começando