Criatura do sótão
La fora, escuridão
densa, fria e vazia.
O homem, no sofá,
folhas de um livro lia.
O silêncio benfazejo
por toda casa sortia,
menos no longínquo sótão,
onde algo lá mexia.
Curioso e com medo,
o homem se coloca de pé,
foi vagando devagar
com leveza no pé.
Com ouvido na porta,
escutou atentamente;
pensou ser um maquinário,
nada vinha à sua mente.
Com dedos delicados
a porta abriu, com cuidado;
olhando pelo lugar
avistou algo curvado.
Era uma criatura pequena,
o homem podia ver,
mostrava seus grandes dentes
pretendendo lhe morder;
Bateu a porta rápido,
arranho do outro lado ouvia,
discou o número da polícia
descendo a escadaria.
A polícia chegara depressa
para com lanterna e arma vasculhar;
no sótão haviam entrado
nada tinha, bastava olhar.
"O senhor está sonolento
vejo isto em seu olhar,
teve um sonho horrendo
não precisa preocupar".
O homem fora pra cama,
algo ainda o intrigava;
no sótão, barulho manso
a criatura o espiava.