MARATONA HALLOWEEN MALDITO #7 - CORPOS SANGRENTOS

Estou aqui pra encerrar a MARATONA HALLOWEEN MALDITO, e espero que todos gostem.

Dedico este conto a todos os meus amigos do RL, e por todos esses longos anos de parceria e amizade.

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Qual a última memória que podemos ter antes de morrer?

Alguns dizem que a nossa vida inteira passa diante dos nossos olhos segundos antes do abraço da morte...

No meu último momento de vida, tudo o que passou diante dos menus olhos foram sangue, muito sangue... E frio!

Abri os olhos para o que seria a semana do terror. É isso que acontece quando se aceita trabalhar em uma peça de Halloween,numa cidade minúscula e tradicional, mas afinal o que eu poderia exigir, ninguém emprega uma garota de 25 anos se nenhuma recomendação anterior e sem talento algum para o mundo de Hollywood. Você acaba numa cidadezinha de merda, fazendo teatro de merda, pra crianças de merda virem assistir com suas fantasias de merda.

A minha vida toda estava parecendo uma grande merda; Eu só não sabia que podia piorar.

A semana passou num piscar de olhos, ensaio a maior parte do dia e bebedeira a maior parte da noite. Sábado era a estreia da peça e íamos apresentar por três dias. Me juntei ao resto do elenco para comemorar a noite de estreia.

Um dos atores nos contou sobre as fofocas da cidade, e da lenda urbana que assombrava a cidade nas noites que antecipavam o Halloween. Dizia que um velho açougueiro da cidade havia enlouquecido desde que sua filha morrera afogada no lago no dia das bruxas, e que ele havia desaparecido há uns 30 anos. Mas então todos os anos seguintes em dias próximos ao Halloween ele reaparecia e caçava vítimas para seu frigorífico, arrancava todos os órgãos vitais das vítimas e as degolavam como animais.

Senti um arrepio percorrer minha espinha me despertar do transe do Uísque barato, era hora de ir pra casa.

Cheguei em casa por volta das duas da manhã e encontrei a janela do quarto aberta, passei o trinco e fechei a porta do quarto, me lembro de ter caído na cama, um pouco bêbada ainda pra variar.

Acordei com uma luz forte e artificial na minha cara, não poderia ser o sol me lembro de manter as janelas sempre fechadas. Pisquei algumas vezes e de repente entendi, aquele não era o meu quarto e a luz não estava vindo da janela. Eu estava presa numa maca hospitalar num lugar frio, as paredes metálicas e o teto baixo me deixaram apavorada e eu comecei a gritar.

O som do meu grito foi interrompido por uma dor lacerante abaixo da minha costela direita, chorei apavorada quando vi a cena. Um corte na transversal atravessava meu abdome e acabava nas minhas costas, uma linha marrom grossa costurava a minha pele como um retalho de pano, minha pele estava inchada e vermelha, o frio vinha da banheira de gelo que eu estava.

Que pesadelo de merda era esse, fechei os olhos e gritei de dor pedindo que minha mente maldita parasse com seus joguinhos e me acordasse. Mas a dor era profunda demais e real demais com certeza aquilo não era um pesadelo.

Ouvi passos vindo na minha direção e meu coração gelou, quando a porta metálica se abriu, minha garganta secou e um nó se formou instantaneamente.

Um homem de máscara vermelha e avental branco sujo de sangue veio na minha direção e me puxou violentamente pra fora da banheira. Eu gritei ainda mais de dor e pavor, minha carne se rasgando ao redor da linha fez meu corpo encolher.

Eu gritava, implorava e chorava ao mesmo tempo. Sentindo meu corpo ser arrastado pelos corredores deixando uma trilha de sangue, pude observar a cena mais horripilante de toda minha vida. Corpos pendurados, abertos e sem nenhum vestígio de vida, estavam por toda parte. Sangue e restos faziam parte do cenário de horror, o fedor de podre ardeu em meu nariz, fazendo o medo tomar conta de mim.

Me debati e tentei alcançar algo para me agarrar, mas um aperto em minha ferida recém aberta me fez perder todas as forças. Fui arrastada até uma grande sala escura, cabeças estavam espalhadas formando um semicírculo no meio da sala, velas acesas cobriam uma parte do chão, o homem de avental se aproximou de mim e disse.

- Quais são suas últimas palavras?

O medo e horror me consumiu... Eu gritei,

- Por favor, não faça nada comigo. Por que está fazendo isso? Por favor n...

Minhas palavras foram interrompidas por uma grande lâmina que cortou a minha garganta em apenas um golpe, e meu sangue jorrou sobre mim, fazendo meu corpo se debater e meus últimos suspiros deixarem meu corpo.

Scarlet Pisces
Enviado por Scarlet Pisces em 31/10/2016
Código do texto: T5809116
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