MARATONA HALLOWEEN MALDITO
COMO UM OSCAR, MAS DE ARREPIAR OS CABELOS!
O verdadeiro terror vai começar.
Histórias para ler de luz acesa e os olhos bem abertos!
Sete noites...
Sete autores...
Sete histórias de terror de fazer gelar o sangue.
Maratona Halloween Maldito
de 25 a 31 de outubro
Aqui o medo é apenas o melhor detalhe!
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COMO UM OSCAR, MAS DE ARREPIAR OS CABELOS!
O verdadeiro terror vai começar.
Histórias para ler de luz acesa e os olhos bem abertos!
Sete noites...
Sete autores...
Sete histórias de terror de fazer gelar o sangue.
Maratona Halloween Maldito
de 25 a 31 de outubro
Aqui o medo é apenas o melhor detalhe!
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Atendendo ao convite para a abertura da Maratona Halloween Maldito, aí está. Divirtam-se com os próximos contos também, porque tem gente boa no que faz vindo aí.
SÃO PAULO EM CHAMAS
Estava a caminho da Galeria do Rock para buscar meu disco novo: The Book of Souls, do Iron Maiden, em vinil. Juntei dinheiro e encomendei. Chegou. Não via a hora de tocar bem alto o meu disco novo.
Na plataforma da estação Santa Cruz do metrô, eu esperava o trem chegar. Nos fones de ouvido rolava Iron Maiden bem alto, com o celular na mão eu via o que estava pegando no facebook.
Mas desgraça não liga dizendo que está chegando. Fomos todos pegos de surpresa: o chão tremeu, as paredes racharam e várias luzes se apagaram. De muito longe ouvimos um estrondo abafado. Senti que algo muito mais errado do que um tremor de terra estava acontecendo em São Paulo.
Em poucos segundos todos estraram em pânico, passando por cima uns dos outros. Precisávamos sair da estação, ir para a rua, para a superfície. Não havia tanta gente como num horário de pico, mas as rotas de fuga eram estreitas. Eu fiquei por certo tempo sem saber o que fazer, vendo gente ser pisoteada ou cair nos trilhos.
Gritos misturados com estrondos, concreto e poeira caindo. O elevador, entre o piso de cima e a plataforma, tombou caindo nos trilhos. Ouvi barulho de um trem chegando, vinha do sentido oposto, do centro da cidade. Olhei para o túnel e vi um clarão alaranjado aproximando-se.
O trem em chamas passou em alta velocidade pela estação. Fogo saindo pelas janelas quebradas, deixando um rastro de fumaça preta. Logo um estrondo ecoou do outro lado dos túneis. Um silêncio de meio segundo encerrou o pânico e deu início à bestialidade. Uma bola de fogo invadiu a plataforma, desfazendo-se em seguida. Pessoas pegavam fogo, caíam nos trilhos ou jogavam-se na aglomeração de quem tentava subir as escadas. Gritos e mais gritos que nunca pensei em ouvir antes.
Eu estava sem reação, apenas um espectador. As pessoas voltavam à plataforma como se fossem empurradas e outras corriam pelos trilhos vindas da estação vizinha. Senti um calor muito intenso soprando como um vento cada vez mais forte pelo túnel, vindo dos lados do centro da cidade. As pessoas que caminhavam pelos trilhos desequilibraram-se com a força desse vento e, em pânico, começaram a correr e gritar ainda mais.
O ar tornou-se irrespirável e sem ar num fico nem fudendo! Saí do torpor com uma descarga de adrenalina. Escalei o que sobrou da estrutura do elevador e fui na direção da superfície, rumo à salvação, em busca de ar. Cortei as mãos nos vidros estilhaçados, rasguei a perna na armação retorcida da porta do elevador no piso superior e um pedaço de concreto caiu no meu ombro. Corri para as escadas que levavam à rua. Havia um carro capotado no meio da escadaria, pessoas atingidas por ele. Umas esmagadas, mortas, outras, ainda vivas, presas sob o carro.
Muito barulho de batidas de carros na rua, barulhos incessantes. Olhei para trás, pensando seriamente em voltar. Talvez pelo outro lado conseguisse algum abrigo no Shopping Santa Cruz, mas uma multidão vinha em minha direção. Corri o máximo que pude escada acima.
Os ventos lá fora pareciam da velocidade de furação! A temperatura era muito alta, muito mesmo, e o dia havia escurecido um tanto. Carros rolavam pela avenida, pessoas e árvores voavam como papéis. Protegi-me atrás do muro do Colégio Marista, construção do século XIX. Enquanto isso, do outro lado da avenida, o shopping era levado aos poucos pelo vento alucinante. As pessoas que saíam correndo como loucas da estação também eram carregadas como jornal velho.
O muro começou a rachar, mais e mais pessoas saíam correndo de dentro da estação, algumas estavam em chamas. Uma bola de fogo subiu as escadas, medindo forças com o furacão. Uma parte do muro veio abaixo, atingido por um carro; havia pessoas dentro! Eu não podia mais respirar perto daquela batalha entre fogo e ar.
Segurando-me no carro, com toda força que ainda tinha, ferindo ainda mais as mãos para segurar-me, entrei no colégio pelo buraco do muro. O vento me derrubou e arrastou, sem controle, até que parei no canto do jardim, numa pilha de escombros e cadáveres. Atordoado, procurei por algum modo de entrar no prédio do colégio, mas as janelas eram altas. Foi nessa hora que vi a torre da Igreja da Saúde tombar.
Tudo que é lindo na minha selva de pedra desmoronando sem motivo. Tudo o que amo deixando de existir sem explicação. Meu lar, as pessoas que amo, meus discos do Iron Maiden! São Paulo, a cidade que amo...
Olhei com mais atenção e não acreditei no que vi!
Para os lados da Praça da Sé expandia-se em proporções indescritíveis um...
Na plataforma da estação Santa Cruz do metrô, eu esperava o trem chegar. Nos fones de ouvido rolava Iron Maiden bem alto, com o celular na mão eu via o que estava pegando no facebook.
Mas desgraça não liga dizendo que está chegando. Fomos todos pegos de surpresa: o chão tremeu, as paredes racharam e várias luzes se apagaram. De muito longe ouvimos um estrondo abafado. Senti que algo muito mais errado do que um tremor de terra estava acontecendo em São Paulo.
Em poucos segundos todos estraram em pânico, passando por cima uns dos outros. Precisávamos sair da estação, ir para a rua, para a superfície. Não havia tanta gente como num horário de pico, mas as rotas de fuga eram estreitas. Eu fiquei por certo tempo sem saber o que fazer, vendo gente ser pisoteada ou cair nos trilhos.
Gritos misturados com estrondos, concreto e poeira caindo. O elevador, entre o piso de cima e a plataforma, tombou caindo nos trilhos. Ouvi barulho de um trem chegando, vinha do sentido oposto, do centro da cidade. Olhei para o túnel e vi um clarão alaranjado aproximando-se.
O trem em chamas passou em alta velocidade pela estação. Fogo saindo pelas janelas quebradas, deixando um rastro de fumaça preta. Logo um estrondo ecoou do outro lado dos túneis. Um silêncio de meio segundo encerrou o pânico e deu início à bestialidade. Uma bola de fogo invadiu a plataforma, desfazendo-se em seguida. Pessoas pegavam fogo, caíam nos trilhos ou jogavam-se na aglomeração de quem tentava subir as escadas. Gritos e mais gritos que nunca pensei em ouvir antes.
Eu estava sem reação, apenas um espectador. As pessoas voltavam à plataforma como se fossem empurradas e outras corriam pelos trilhos vindas da estação vizinha. Senti um calor muito intenso soprando como um vento cada vez mais forte pelo túnel, vindo dos lados do centro da cidade. As pessoas que caminhavam pelos trilhos desequilibraram-se com a força desse vento e, em pânico, começaram a correr e gritar ainda mais.
O ar tornou-se irrespirável e sem ar num fico nem fudendo! Saí do torpor com uma descarga de adrenalina. Escalei o que sobrou da estrutura do elevador e fui na direção da superfície, rumo à salvação, em busca de ar. Cortei as mãos nos vidros estilhaçados, rasguei a perna na armação retorcida da porta do elevador no piso superior e um pedaço de concreto caiu no meu ombro. Corri para as escadas que levavam à rua. Havia um carro capotado no meio da escadaria, pessoas atingidas por ele. Umas esmagadas, mortas, outras, ainda vivas, presas sob o carro.
Muito barulho de batidas de carros na rua, barulhos incessantes. Olhei para trás, pensando seriamente em voltar. Talvez pelo outro lado conseguisse algum abrigo no Shopping Santa Cruz, mas uma multidão vinha em minha direção. Corri o máximo que pude escada acima.
Os ventos lá fora pareciam da velocidade de furação! A temperatura era muito alta, muito mesmo, e o dia havia escurecido um tanto. Carros rolavam pela avenida, pessoas e árvores voavam como papéis. Protegi-me atrás do muro do Colégio Marista, construção do século XIX. Enquanto isso, do outro lado da avenida, o shopping era levado aos poucos pelo vento alucinante. As pessoas que saíam correndo como loucas da estação também eram carregadas como jornal velho.
O muro começou a rachar, mais e mais pessoas saíam correndo de dentro da estação, algumas estavam em chamas. Uma bola de fogo subiu as escadas, medindo forças com o furacão. Uma parte do muro veio abaixo, atingido por um carro; havia pessoas dentro! Eu não podia mais respirar perto daquela batalha entre fogo e ar.
Segurando-me no carro, com toda força que ainda tinha, ferindo ainda mais as mãos para segurar-me, entrei no colégio pelo buraco do muro. O vento me derrubou e arrastou, sem controle, até que parei no canto do jardim, numa pilha de escombros e cadáveres. Atordoado, procurei por algum modo de entrar no prédio do colégio, mas as janelas eram altas. Foi nessa hora que vi a torre da Igreja da Saúde tombar.
Tudo que é lindo na minha selva de pedra desmoronando sem motivo. Tudo o que amo deixando de existir sem explicação. Meu lar, as pessoas que amo, meus discos do Iron Maiden! São Paulo, a cidade que amo...
Olhei com mais atenção e não acreditei no que vi!
Para os lados da Praça da Sé expandia-se em proporções indescritíveis um...