No fundo da caverna, ainda na claridade da entrada, podia-se ver, seis luzes vermelhas, lado a lado rompendo a escuridão, saindo da caverna e a iluminando modestamente até chegar aos olhos de Fargo. Impulsionado por uma vontade que só a vaidade aproximaria em justificar, caminha na intenção de chegar até as luzes que queimam e cheiram enxofre. O que lhe invade é o doce, da sensação que contamina e o destina prosseguir, ambição.
Passo a passo para dentro, em um piso que parecia tremer. Paredes extremamente pastosas. Gosmentas, cinzentas impregnadas de um cheiro que só em sê-lo impediria qualquer um a prosseguir. Mas acreditando que o premio valia o desafio, Fargo aproveita as luzes do fim da caverna para continuar sem se escorar nas paredes asquerosas.
Quanto mais fundo, mais o chão se mexia. Os olhos, acostumados com a fraca luminosidade, começa a ver a fonte das luzes. Três cabeças vermelhas, com orifícios nos olhos, deixavam escapar a luz vermelha. Pequenos chifres surgiam de suas frontes, uma grande língua rasgada se entrelaçava com suas gêmeas saídas da boca das outras bestas.
Sentindo o peso de algo que se desprendera do teto e se fixara em suas costas, Fargo tenta se limpar passando a mão e logo percebe que pequenos insetos se espalhavam em seus braços, o levando ao desespero, enquanto suas pernas eram tomadas por larvas que se arrastavam no chão. Um som agudo chega-lhe ao ouvido.
Fargo acorda, com os olhos arregalados, colchão, lençol e corpo totalmente suado, demora alguns minutos para perceber que novamente mergulhara na noite em pesadelo. Levanta com o corpo cansado. Toca os pés no chão frio do quarto e rapidamente os recolhe para debaixo dos cobertores. Obseva seu quarto, como se a planejar uma limpeza que nunca se realiza. Com coragem salta da cama e caminha em direção à cozinha. Do corredor observa uma carta enfiada por debaixo da porta de sua sala, "pedindo" para ser aberta:
" De: Empresa Técnica e Instrumentos
Sr Fardo, após ler o seu currículo chegamos à conclusão que deveríamos nos reunir. Se ainda tem interesse no cargo, dirija-se ao escritório central da Empresa para conhecer nossas instalações e o trabalho que desenvolvemos.
Atenciosamente
Técnica e Instrumentos"
Fargo ficou intrigado. Não entregara currículo para nenhuma empresa. - Após terminar a faculdade seu interesse estava apenas na continuidade de seus estudos. Depois de quatro anos, Fargo se formara em Mecatrônica, com a melhor nota da turma e uma monografia elogiada. Não demorou a se trocar e seguir para o endereço na correspondência que recebera no interesse de desvendar este mistério. Manhã de quinta-feira.
O Império
Longas pilastras verticais estilo Romana sustentavam o prédio de dez andares. Uma grande porta de vidro separava o rol de entrada da rua. Fargo entrou e após ser recepcionado seguiu para o décimo andar. Uma sorridente secretária o esperava:
- Senhor Fargo, estávamos a sua espera, o diretor logo chegará.
Fargo foi colocado sentado na ponta de um sofá de três lugares. De onde se sentara podia ver uma mesa de vidro com arranjos de flores, que servia de área de trabalho para a secretária, ao lado uma porta bem identificada indicava a área de lavabos, que se abre e uma estonteante mulher adentra ao recinto, caminhando em direção a Fargo e sentando na outra ponta do sofá.
Loreta, a secretária que acomodara Fargo, após receber um telefonema, se aproxima, estende-lhe a mão e lhe entrega um bilhete comentando:
- O Sr Álvaro não conseguiu sair de casa, ele pede que o senhor o encontre o mais rápido possível neste endereço.
Fargo cumprimenta a secretária e segue para o elevador. Antes que a porta do elevador se fechasse uma mão pequena, unhas bem cuidadas a segura. Com um olhar tímido, chegando de uma cabeça abaixada como a reverenciar uma voz se precipita:
- Desculpe, vou te acompanhar no elevador, tenho que descer.
- Tudo bem. - Fala Fargo um tanto que constrangido pela surpresa na entrada da mulher e pela sua beleza refletida nos espelhos que enfeitavam o elevador.
- Eu sou Magda, também estava esperando o Sr Álvaro. Se desejar posso te acompanhar. - Com um sorriso de lado de boca Fargo aceitou a companhia de Magda, sem muito saber as suas intenções, mas grato por estar em tão bela companhia.
Na toca da raposa
Um terreno que poderia abrigar um condomínio. Um jardim gramado que continha em suas extremidades um conjunto de pinheiros, no centro um chamariz deixava gotas de água saltarem no ar saciando pássaros que rondavam as belas estátuas de arlequim.
Magda estacionou o seu carro logo ao lado do muro que circundava a propriedade, - Fargo ficara impressionado com o belo carro de Magda, ele que não tinha uma condução para chegar até o endereço que recebera - o casal desceu do carro e começou a caminhar no terreno em direção à casa. Uma construção moderna de bela arquitetura que chamava a atenção pelo estacionamento com três carros de luxo. A porta se abriu e um funcionário os convidou a entrar.
Sentados no sofá de uma grande sala, tendo à sua frente uma poltrona estilo colonial, o casal percebem a entrada de uma figura simples, baixa e vestida com uma roupa de saída de banho, que senta e começa um dialogo:
- Sr Fargo, é um prazer recebê-lo. Vejo que veio acompanhado. Tive a oportunidade de ler o seu trabalho na página da faculdade. Sou ex aluno e sempre leio o que acontece de rotina e fiz questão de conhecer o autor e estou pronto para lhe oferecer uma posição em minha empresa.
Magda se precipita a falar:
- Sr Álvaro, eu o estava esperando em sua empresa e pretendia entregar o meu currículo, sou formada em mecatrônica. - Fargo se sentiu traído, olhou rispidamente para Magda que lhe serviu com um terno sorriso. A pessoa que os recepcionara continua sua locução:
- Que bom que temos duas pessoas interessadas! Na verdade eu não sou o Sr Álvaro, sou o administrador, ele se encontra em um quarto da mansão muito adoentado devido a sua idade avançada, logo vocês o irão encontrar. Devido estarmos no fim da tarde eu os convido a um jantar e a dormirem em nosso quarto de hóspedes. Apenas teremos um inconveniente, esperávamos uma pessoa então preparamos apenas um quarto. - Magda se precipitou:
- Não me incomodo! - Percebendo que estava diante de uma concorrente Fargo não hesitou em concordar.
Hector, quem os recepcionara, mostra a casa e no fim de um corredor uma porta se apresentava, ao seu lado se encontrava uma estante com alguns livros e em seu centro três podes em forma de cabeças de demônio com línguas soltas entrelaçadas. Fargo pergunta:
- Que são estes potes Hector?
- São os últimos presidentes da empresa, suas cinzas.
Fargo ficou assustado, os potes lembravam o seu pesadelo corrente. Magda pegou em seu braço e o empurrou para dentro do quarto enquanto Hector abria a porta.
Um quarto que cheirava a éter. Uma leve lembrança do cheiro da caverna de seu pesadelo lhe chegou à mente. No fundo do quarto um homem deitado na cama, rodeado de aparelhos sorria com dificuldade. Fargo, Magda e Hector se aproximaram. Ao lado da cama uma enfermeira cuidava do moribundo. Uma empregada chegou com copos de água e serviu aos visitantes. Nestes poucos segundos, dentro do quarto, frente à morte um frio tomou o corpo de Fargo que ficou feliz ao ser convidado para sair do quarto, Hector os levou até o quarto que ficariam e comentou:
- Este é o quarto de Hospedes, nos armários vocês encontrarão roupas para dormirem. Vocês podem perceber que o quarto oferece dois banheiros, uma cama de casal e duas de solteiro, então podem combinar como irão dormir.
O casal foi levado até a sala de refeições, onde em uma grande mesa seria servido o jantar. Os convidados se sentaram acompanhados de Hector. Se serviram enquanto falavam dos benefícios que a empresa lhes traria. As horas foram passando e então resolveram se recolher.
Um quarto que tinha as medidas de um pequeno apartamento. Sofás, tapetes, TV colocadas devidamente arranjadas para o conforto de quem viesse a ocupa-lo. Magda pegou um Baby-doll e se dirigiu a um banheiro privativo. Fargo encontrou um pijama, tomou um banho, vestiu o traje e se lançou na cama de casal. A porta se abre:
- Quem são vocês?
Loreta, a secretaria da empresa, entra no quarto. Explica que nas quintas-feiras dorme na casa. Magda sai do banheiro e se inicia uma longa discussão que termina em um acordo onde Fargo dormiria na cama de casal e as mulheres nas camas de solteiro. Loreta pega um Baby-doll e segue para o banheiro, não demora e todos estão na cama e Fargo adormece.
Um cheiro doce chega ao nariz de Fargo. Ele abre os olhos e vê Loreta nua sobre ele. Magda circulava em trajes mínimos pelo quarto a cantarolar uma música desconhecida. Loreta sorria, se mexia enquanto a sua face parecia retorcer até atingir uma forma bem conhecida por Fargo. Pele vermelha, olhos que lançavam uma luz vermelha, chifres se despontavam de sua fronte enquanto uma língua partia de sua boca. No fundo do quarto Magda se desnudara mostrando os belos contornos de seu corpo que se transformavam até chegar ao formato que despontara em Loreta. Ao seu lado outra figura demoníaca se aproximava falando aos gritos. A sua voz não era estranha a Fargo, Hector.
O sol despontava pela janela. Da cama Fargo podia ver Magda, em um vestido transparente olhando pela janela. De onde estava Magda gritava para fora. Aparentemente cumprimentando Hector, - Hector estava polindo o carro da família. Fargo sentia-se preso. Em sua boca um tubo chegava até o seu estomago, em sua face uma máscara de ar tomava o seu nariz. Deitado em uma cama podia ver aparelhos que sustentavam sua vida. A porta do quarto se abriu, Fargo viu uma figura conhecida que abraçou Magda, a apalpou, a beijou e se aproximou. Quanto mais se aproximava se pavor aumentava. Ergueu seu braço para retirar a máscara de oxigênio e viu seus braços enrugados e manchados. A figura se aproximou e ele reconheceu a sua própria face. Os aparelhos são desligados ao som de poucas palavras:
- Não se preocupe caro Fargo, você não ficara muito tempo nesta cama e nos acompanhará eternamente.
Sábado, em uma cerimônia rápida a despedida de um falecido terminou. Três figuras tristes, depois de entrar em uma grande casa, caminhou em um corredor que em seu final tinha uma estante com três potes horrendos. Fargo ergueu os braços e ao lado dos três potes colocou um quarto pronunciando algumas palavras:
- Obrigado Fargo!
Fim ...
Passo a passo para dentro, em um piso que parecia tremer. Paredes extremamente pastosas. Gosmentas, cinzentas impregnadas de um cheiro que só em sê-lo impediria qualquer um a prosseguir. Mas acreditando que o premio valia o desafio, Fargo aproveita as luzes do fim da caverna para continuar sem se escorar nas paredes asquerosas.
Quanto mais fundo, mais o chão se mexia. Os olhos, acostumados com a fraca luminosidade, começa a ver a fonte das luzes. Três cabeças vermelhas, com orifícios nos olhos, deixavam escapar a luz vermelha. Pequenos chifres surgiam de suas frontes, uma grande língua rasgada se entrelaçava com suas gêmeas saídas da boca das outras bestas.
Sentindo o peso de algo que se desprendera do teto e se fixara em suas costas, Fargo tenta se limpar passando a mão e logo percebe que pequenos insetos se espalhavam em seus braços, o levando ao desespero, enquanto suas pernas eram tomadas por larvas que se arrastavam no chão. Um som agudo chega-lhe ao ouvido.
Fargo acorda, com os olhos arregalados, colchão, lençol e corpo totalmente suado, demora alguns minutos para perceber que novamente mergulhara na noite em pesadelo. Levanta com o corpo cansado. Toca os pés no chão frio do quarto e rapidamente os recolhe para debaixo dos cobertores. Obseva seu quarto, como se a planejar uma limpeza que nunca se realiza. Com coragem salta da cama e caminha em direção à cozinha. Do corredor observa uma carta enfiada por debaixo da porta de sua sala, "pedindo" para ser aberta:
" De: Empresa Técnica e Instrumentos
Sr Fardo, após ler o seu currículo chegamos à conclusão que deveríamos nos reunir. Se ainda tem interesse no cargo, dirija-se ao escritório central da Empresa para conhecer nossas instalações e o trabalho que desenvolvemos.
Atenciosamente
Técnica e Instrumentos"
Fargo ficou intrigado. Não entregara currículo para nenhuma empresa. - Após terminar a faculdade seu interesse estava apenas na continuidade de seus estudos. Depois de quatro anos, Fargo se formara em Mecatrônica, com a melhor nota da turma e uma monografia elogiada. Não demorou a se trocar e seguir para o endereço na correspondência que recebera no interesse de desvendar este mistério. Manhã de quinta-feira.
O Império
Longas pilastras verticais estilo Romana sustentavam o prédio de dez andares. Uma grande porta de vidro separava o rol de entrada da rua. Fargo entrou e após ser recepcionado seguiu para o décimo andar. Uma sorridente secretária o esperava:
- Senhor Fargo, estávamos a sua espera, o diretor logo chegará.
Fargo foi colocado sentado na ponta de um sofá de três lugares. De onde se sentara podia ver uma mesa de vidro com arranjos de flores, que servia de área de trabalho para a secretária, ao lado uma porta bem identificada indicava a área de lavabos, que se abre e uma estonteante mulher adentra ao recinto, caminhando em direção a Fargo e sentando na outra ponta do sofá.
Loreta, a secretária que acomodara Fargo, após receber um telefonema, se aproxima, estende-lhe a mão e lhe entrega um bilhete comentando:
- O Sr Álvaro não conseguiu sair de casa, ele pede que o senhor o encontre o mais rápido possível neste endereço.
Fargo cumprimenta a secretária e segue para o elevador. Antes que a porta do elevador se fechasse uma mão pequena, unhas bem cuidadas a segura. Com um olhar tímido, chegando de uma cabeça abaixada como a reverenciar uma voz se precipita:
- Desculpe, vou te acompanhar no elevador, tenho que descer.
- Tudo bem. - Fala Fargo um tanto que constrangido pela surpresa na entrada da mulher e pela sua beleza refletida nos espelhos que enfeitavam o elevador.
- Eu sou Magda, também estava esperando o Sr Álvaro. Se desejar posso te acompanhar. - Com um sorriso de lado de boca Fargo aceitou a companhia de Magda, sem muito saber as suas intenções, mas grato por estar em tão bela companhia.
Na toca da raposa
Um terreno que poderia abrigar um condomínio. Um jardim gramado que continha em suas extremidades um conjunto de pinheiros, no centro um chamariz deixava gotas de água saltarem no ar saciando pássaros que rondavam as belas estátuas de arlequim.
Magda estacionou o seu carro logo ao lado do muro que circundava a propriedade, - Fargo ficara impressionado com o belo carro de Magda, ele que não tinha uma condução para chegar até o endereço que recebera - o casal desceu do carro e começou a caminhar no terreno em direção à casa. Uma construção moderna de bela arquitetura que chamava a atenção pelo estacionamento com três carros de luxo. A porta se abriu e um funcionário os convidou a entrar.
Sentados no sofá de uma grande sala, tendo à sua frente uma poltrona estilo colonial, o casal percebem a entrada de uma figura simples, baixa e vestida com uma roupa de saída de banho, que senta e começa um dialogo:
- Sr Fargo, é um prazer recebê-lo. Vejo que veio acompanhado. Tive a oportunidade de ler o seu trabalho na página da faculdade. Sou ex aluno e sempre leio o que acontece de rotina e fiz questão de conhecer o autor e estou pronto para lhe oferecer uma posição em minha empresa.
Magda se precipita a falar:
- Sr Álvaro, eu o estava esperando em sua empresa e pretendia entregar o meu currículo, sou formada em mecatrônica. - Fargo se sentiu traído, olhou rispidamente para Magda que lhe serviu com um terno sorriso. A pessoa que os recepcionara continua sua locução:
- Que bom que temos duas pessoas interessadas! Na verdade eu não sou o Sr Álvaro, sou o administrador, ele se encontra em um quarto da mansão muito adoentado devido a sua idade avançada, logo vocês o irão encontrar. Devido estarmos no fim da tarde eu os convido a um jantar e a dormirem em nosso quarto de hóspedes. Apenas teremos um inconveniente, esperávamos uma pessoa então preparamos apenas um quarto. - Magda se precipitou:
- Não me incomodo! - Percebendo que estava diante de uma concorrente Fargo não hesitou em concordar.
Hector, quem os recepcionara, mostra a casa e no fim de um corredor uma porta se apresentava, ao seu lado se encontrava uma estante com alguns livros e em seu centro três podes em forma de cabeças de demônio com línguas soltas entrelaçadas. Fargo pergunta:
- Que são estes potes Hector?
- São os últimos presidentes da empresa, suas cinzas.
Fargo ficou assustado, os potes lembravam o seu pesadelo corrente. Magda pegou em seu braço e o empurrou para dentro do quarto enquanto Hector abria a porta.
Um quarto que cheirava a éter. Uma leve lembrança do cheiro da caverna de seu pesadelo lhe chegou à mente. No fundo do quarto um homem deitado na cama, rodeado de aparelhos sorria com dificuldade. Fargo, Magda e Hector se aproximaram. Ao lado da cama uma enfermeira cuidava do moribundo. Uma empregada chegou com copos de água e serviu aos visitantes. Nestes poucos segundos, dentro do quarto, frente à morte um frio tomou o corpo de Fargo que ficou feliz ao ser convidado para sair do quarto, Hector os levou até o quarto que ficariam e comentou:
- Este é o quarto de Hospedes, nos armários vocês encontrarão roupas para dormirem. Vocês podem perceber que o quarto oferece dois banheiros, uma cama de casal e duas de solteiro, então podem combinar como irão dormir.
O casal foi levado até a sala de refeições, onde em uma grande mesa seria servido o jantar. Os convidados se sentaram acompanhados de Hector. Se serviram enquanto falavam dos benefícios que a empresa lhes traria. As horas foram passando e então resolveram se recolher.
Um quarto que tinha as medidas de um pequeno apartamento. Sofás, tapetes, TV colocadas devidamente arranjadas para o conforto de quem viesse a ocupa-lo. Magda pegou um Baby-doll e se dirigiu a um banheiro privativo. Fargo encontrou um pijama, tomou um banho, vestiu o traje e se lançou na cama de casal. A porta se abre:
- Quem são vocês?
Loreta, a secretaria da empresa, entra no quarto. Explica que nas quintas-feiras dorme na casa. Magda sai do banheiro e se inicia uma longa discussão que termina em um acordo onde Fargo dormiria na cama de casal e as mulheres nas camas de solteiro. Loreta pega um Baby-doll e segue para o banheiro, não demora e todos estão na cama e Fargo adormece.
Um cheiro doce chega ao nariz de Fargo. Ele abre os olhos e vê Loreta nua sobre ele. Magda circulava em trajes mínimos pelo quarto a cantarolar uma música desconhecida. Loreta sorria, se mexia enquanto a sua face parecia retorcer até atingir uma forma bem conhecida por Fargo. Pele vermelha, olhos que lançavam uma luz vermelha, chifres se despontavam de sua fronte enquanto uma língua partia de sua boca. No fundo do quarto Magda se desnudara mostrando os belos contornos de seu corpo que se transformavam até chegar ao formato que despontara em Loreta. Ao seu lado outra figura demoníaca se aproximava falando aos gritos. A sua voz não era estranha a Fargo, Hector.
O sol despontava pela janela. Da cama Fargo podia ver Magda, em um vestido transparente olhando pela janela. De onde estava Magda gritava para fora. Aparentemente cumprimentando Hector, - Hector estava polindo o carro da família. Fargo sentia-se preso. Em sua boca um tubo chegava até o seu estomago, em sua face uma máscara de ar tomava o seu nariz. Deitado em uma cama podia ver aparelhos que sustentavam sua vida. A porta do quarto se abriu, Fargo viu uma figura conhecida que abraçou Magda, a apalpou, a beijou e se aproximou. Quanto mais se aproximava se pavor aumentava. Ergueu seu braço para retirar a máscara de oxigênio e viu seus braços enrugados e manchados. A figura se aproximou e ele reconheceu a sua própria face. Os aparelhos são desligados ao som de poucas palavras:
- Não se preocupe caro Fargo, você não ficara muito tempo nesta cama e nos acompanhará eternamente.
Sábado, em uma cerimônia rápida a despedida de um falecido terminou. Três figuras tristes, depois de entrar em uma grande casa, caminhou em um corredor que em seu final tinha uma estante com três potes horrendos. Fargo ergueu os braços e ao lado dos três potes colocou um quarto pronunciando algumas palavras:
- Obrigado Fargo!
Fim ...