PRAZERES DA VIDA
Conto participante da 28ª edição do DTRL - Desafio de Terror Rascunhos Literários e durante o certame ficou hospedado na escrivaninha da escritora Catarina Cunha, sem menção ao meu nome, conforme as regras da edição.
PRAZERES DA VIDA
Se você acha que é fácil viver, você é um filho da puta mentiroso! Hehe!
Mas a gente pode deixar as coisas um pouco mais prazerosas, né não? Carrego comigo essa filosofia desde criança. São poucos os momentos que fazem minha vida valer a pena, mas quando acontece é como chegar inteiro no lance e fazer aquele golaço, tá ligado!
Sabia que você ia perguntar. Quer mesmo saber?
Matar. Matar o que fará falta para alguém.
Ficou chocado? Então paro por aqui. Tem certeza? Não quero ninguém vomitando no tapete da minha sala.
Tudo bem então, acho que dá tempo de contar. Não, não; tranquilo! Meu voo só sai às cinco da manhã. Tá muito frio aqui; vou em busca do sol. Nordeste né, abestado! Onde mais faz sol o ano inteiro? Quer ouvir a história ou não? Tranquilo, você está na quinta cerveja; acho que vai aguentar. Então vou contar algumas coisas que matei quando era criança, para que você não se choque tanto.
A primeira coisa que matei, e que fez falta para alguém, foi o gato da minha prima. Gosto de gatos; quem não gosta? Não gosto é da minha prima.
Foi legal, saca só:
Essa prima tratava todo mundo como lixo, mas aquele gato vira lata ela tratava como se fosse um rei. Um gato preto, de sapatos brancos, cara gorda e já era velho quando foi morar lá no apartamento na minha tia, no sétimo andar daquele prédio chique.
Ninguém podia chegar perto do bicho que minha prima rodava a baiana. Ofendia mesmo a pessoa. Comigo aconteceu uma vez e num cheguei perto do Frajola nunca mais. Não, mentira; cheguei perto só mais uma vez. Hehe!
Ela tinha arrumado um namoradinho e quando ele chegou e ela foi abrir a porta, toda saltitante, olhei para o Frajola deitado na poltrona e ele ficou visivelmente incomodado comigo. Fui até o meio da sala e ele pulou para o chão. Dei mais um passo e ele andou até a varanda, me olhando desconfiado. Dei mais um passo e ele pulou para cima do parapeito da varanda.
Sorri para ele e, enquanto minha prima e seu namoradinho davam risadinhas assanhadas perto da porta, fui em direção ao Frajola. Ele andou rápido pelo parapeito, olhou para mim, deitou as orelhas para trás, rosnou, mostrou as garras e parei de sorrir. Caralho, como aquele momento foi maravilhoso!
Assim que parei de sorrir, ele pulou na direção da varanda do vizinho e quase alcançou. Suas unhas foram deslizando pela parede lisa, fazendo barulho de giz chiando no quadro negro. Hehe! E o Frajola voou, se esperneando, se ajeitando para cair de pé, miando, chorando e, por fim, se espatifando.
Que pergunta idiota! É claro que não jogaria o gato lá pra baixo! Mas eu sabia que ele já estava velho demais pra conseguir chegar na varanda do vizinho como fazia antes.
Ah, essa foi a melhor parte: a falta que aquele gato velho e feio fez para a minha prima. Nem o namoradinho dela aguentou! Hehe! A melhor aluna da oitava série repetiu de ano, foi pega fumando e bebendo enfiada num fliperama. E olha que isso é só o ficamos sabendo, heim.
Eu ainda estava na terceira série; isso foi antes de nos conhecermos, meu amigo. E vou te dizer uma coisa: aquele ano de 1.980 foi muito foda!
Não, é claro que não para por aí. Mas você aguenta ouvir mais? Tem certeza? Vou pegar mais uma cerveja pra você relaxar um pouco. O quê? Fala mais alto que daqui da cozinha não estou te ouvindo... Pronto. Voltei, fala de novo.
Você acha mesmo que eu era muito novo pra saber discernir o que faria falta para alguém? Sabe de nada inocente!
Tínhamos uma inquilina, já de idade, que gostava de me apertar e beijar no rosto, só que sua boca fedida a cachimbo escorregava até a metade da minha. Todo dia ela sentava na soleira da porta da cozinha da minha casa e ficava falando pra minha mãe sobre a falta que coisas e pessoas faziam pra ela. Ser obrigada a abandonar o quase nada que tinha lá no norte e fugir da desgraça da seca. Filhos que morreram ainda criança, outros com um pouco mais de idade, o marido que veio pra cá tentar a vida com a promessa de voltar para busca-la e ela que cansou de esperar e veio procura-lo. Claro que num achou ele e, ainda por cima, a única filha que sobrou morreu atropelada. Pra falar a verdade, eu gostava de ouvir aquela mesma ladainha detalhada, dia após dia, aí passei a entender alguma coisa sobre o assunto, né!
Que tipo de detalhe você quer saber? O que mais faz falta pra alguém? Uai! O que a pessoa ama, caralho!
Deixa eu encher seu copo. Você já tá bêbado, amigo, então vou continuar.
Tinha uma menina na escola, na mesma classe que eu, que era uma florzinha, um docinho, boazinha demais e com a saúde frágil. A mãe dela sofria pelo simples perigo de ver a filha com crises de bronquite. A coitadinha adorava bichos e não resistia aos filhotinhos; queria pegar no colo, beijar, fazer festinha e depois ficava com uma falta de ar da porra. Eu já havia visto uma dessas crises fortes e fiquei fascinado por vê-la se afogar fora d’água.
Acontece que a mãe dela não ia com a minha cara, na verdade me odiava e me humilhava na frente das pessoas, me chamando de “pobre nojento” em diante. Você sabe que sou bem tolerante, mas não me ofenda na frente dos outros. Hehe! Sabe, né?
Sabe de nada, inocente! É meu melhor amigo, mas tem coisas que você nem faz ideia. Posso continuar?
Não sei. Não faço ideia porque ela me tratava desse jeito, afinal a filha tinha amigos mais pobres do que eu. Já o pai da menina era gente boa e me dizia pra num ligar, que a esposa andava nervosa por causa da filha doente. Poizé, mas ela só despejava a raiva sobre mim.
Numa das crises de bronquite da filha ela se desesperou de um jeito que eu não imaginava que ela fosse capaz. Como assim, por quê? Medo de perder a filha, porra! Tá prestando atenção no que tô falando? Hehe! Tá bêbado, né. Deixa eu encher seu copo de novo. Presta atenção agora:
Aí tive uma ideia brilhante no dia do aniversário de nove anos da menina: brinquei a manhã toda com o cachorro da vizinha, um vira lata peludo e fedido que soltava pelo para todo lado, não troquei de roupa e fui para a escola. Quando a vi, toda delicadinha, meiga, educada com todo mundo, feliz da vida, corri até ela e a abracei apertando seu rosto na minha blusa cheia de pelos do cachorro da vizinha.
Como assim, o que aconteceu com ela? Porra! A menina quase morreu sem ar e ninguém sabia como socorrer. Hehe! Ela ficou até uns dias internada no hospital e a mãe, nesse período, não dormia, não comia, não nada; só ficava rezando, rezando, rezando e rezando para salvar a filha.
Pra dizer a verdade, penso que ela nem sabe que a culpa foi minha. A família mudou-se para um sitio no interior, por recomendação do médico da menina, e eu não soube mais nada deles.
É verdade; essa não morreu. Nessa época eu ainda não matava gente. Hehe! O quê? Se eu já matei alguém? Vou pegar mais uma cerveja enquanto você vai mijar, seu bêbado filho da puta! Mira direito essa merda aí! Hehe! Mais duas cervejas e ele nem vai lembrar do que contei.
Pronto? Num mijou pra fora não, né? Estica o copo aí que essa tá trincando de gelada. Vou contar mais maldades pra você, se bem que na época eu não matava ninguém porquê era muito mirrado. Hehe! Não, mentira; matei sim.
Se bem que era um bebê; não sei se conta...
Tínhamos um vizinho muito cuzão; grandalhão e cuzão. Acho que você não vai lembrar dele, mas para não correr o risco nem vou falar quem é. E esse cuzão gostava de ofender meu pai, que sempre foi da paz e por isso até atravessava a rua para não passar por ele. Mas o filho da puta gritava do outro lado da rua que meu pai era porco e que num tomava banho, só porque era palmeirense. Poizé, nem ofende tanto assim, mas o viado pegava pesado quando dizia que meu pai não era homem porque não tinha tamanho para isso e, o mais foda, que ele não merecia a minha mãe. Caralho, como isso magoava meu pai!
Minha mãe, coitada, alheia a tudo isso, tinha amizade com a esposa do filho da puta. Trocavam receitas, paravam para conversar na rua, até iam juntas à feira. Acho que meu pai não queria estragar essa amizade bonita delas e sofria calado. Poizé, aí nasceu o filhinho deles, com cara de joelho, mas todo mundo jurava que era a cara do pai. Mãe realizada, pai coruja, e cuzão também, eram só felicidade. Mas o viado num deixava de xingar meu pai.
Numa das visitas que minha mãe fez, quando o menino já tinha uns três meses, pedi para ir junto. Lembro que até deixaram que eu segurasse o menino no colo. De boa! Posso falar? Hehe! Num tinha a cara do pai porra nenhuma! Dá o copo aqui que já tá vazio. Era um bebê muito bonzinho, quase num chorava, sorridente, rosadinho. Coisinha fofa mesmo.
A visita foi até rápida, mas antes de irmos embora pedi para ir ao banheiro. Passando pelo quarto do bebê, tive uma ideia. Ele dormia, aí puxei bem devagar a ponta do cobertorzinho, cobri sua carinha e enganchei a ponta debaixo dele mesmo e fui ao banheiro.
Que merda você tá falando! Tá bêbado que nem consegue mais falar! Hehe! Nem vai se lembrar do que tô falando quando acordar. Deixa eu encher seu copo. Péraí que vou pegar mais uma. Relaxa, amigo. É só a saideira. Tá bom, vai lá mijar. Num mija no chão, seu bêbado da porra!
Pronto? Então, como ia dizendo, quando voltei do banheiro... Ô abestado! Tô falando do bebê que eu matei, lembra? Quando eu era criança, caralho! Lembrou? Hehe! Lembrou porra nenhuma! Mas, enfim...
Quando voltei do banheiro, ele estava se mexendo e resmungando, tentando tirar o cobertorzinho da cara, mas não conseguia. Fui para a sala e, enquanto minha mãe se despedia da amiga, fingi que havia esquecido de dar descarga e voltei ao banheiro. Esperei um tempinho, dei descarga, esperei mais uns segundos e voltei. Quando passava pelo quarto do bebê, vi que ele não se mexia mais, então fui lá e tirei o cobertorzinho de cima da carinha dele. Ele olhava para mim com olhinhos brilhantes e parados e não sorria mais com a boquinha roxa, que antes era vermelhinha.
Acorda, porra! Agora vem a melhor parte! Hehe! Enquanto saíamos da casa, vi lá longe na esquina o pai dele chegando com um embrulho colorido debaixo do braço. Acenei e ele não respondeu. Deixa eu encher seu copo. Num tô entendendo mais nada que você tá falando. Hehe!
Num deu nem vinte minutos depois de sairmos de lá, chegou a notícia que a polícia estava na casa deles. Minha mãe saiu correndo em socorro da amiga e do bebê e eu fiquei em casa, assistindo o desenho do Gasparzinho, o Fantasminha Camarada, esperando meu pai chegar do trabalho. Hehe, seu bosta! Você também gostava do desenho, porra! Agora vem querer dar uma de esquecido, seu bêbado! Hehe! Num dorme ainda não! Acorda, viado!
Nem vi o tempo passar, aí meu pai entrou amparando minha mãe que chorava muito. Enfim, quando ela se acalmou um pouco, contou a seguinte história: o cuzão chegou todo feliz com um presente e foi pegar a criança no colo, mas o bebê não se mexia. O cara ficou possuído de desesperado quando viu que a criança estava morta e apertou o pescoço da mulher, berrando que ela havia matado seu filho. Até tentaram socorrê-la, mas ninguém conseguiu tirar as mãos dele do pescoço dela. Foda, né? Hehe!
Tá maluco! Agora chega de beber que já contei o que tinha pra contar. Isso, boa ideia; dorme mesmo. Vou pegar uma coberta pra você e ligar pra sua secretária vir te buscar de manhã. Caralho, como você dá trabalho pra ela!
Alo? Sou eu. Sei sim; são três horas da madrugada. Para de resmungar e ouve o que tenho pra te dizer. Acorda, abestada! Não, num te chamei de nada não; você é que tá sonolenta. Ouve o que vou dizer, pelamordideus! Seu patrão tá aqui em casa, um pouco bêbado, e vai dormir aqui. Você precisa vir busca-lo de manhã que eu vou viajar de férias. Eu sei que você não tem a chave da minha casa, abestada! Não, coração; te chamei de abençoada. Escuta, a chave está debaixo do vaso ao lado da porta. Na boa, dorme até mais tarde que antes do meio dia ele num acorda nem a pau. Num esquece de fazer um café forte e sem açúcar pra ele acordar e manda o fedorento tomar banho, peloamordideus! Entendeu, né? Meu uber chegou, fui!
NOTAS DO(A) AUTOR(A):
1-existem casos de gatos que caem de varandas, alguns pulando para pegar passarinhos e outros porque são bestas mesmo. Antes que seu gato tente voar ou seu filho invente de brincar de Super-Homem ou outro herói que voe, gaste um dinheirinho e proteja sua varanda e suas janelas com telas ou algo do tipo.
2-bronquites e asmas representam um sofrimento pesado para o doente e a família. Respirar é 100% da vida e só sabe do que falo quem passa por isso. Hoje existem tratamentos e remédios bastantes eficientes que melhoram demais a qualidade de vida de todos. Não pense que a falta de ar vai passar logo; procure um médico antes que pare de respirar de vez.
3-bebês morrem sufocados ou estrangulados em berços. É mais comum do que possamos imaginar e é melhor nem imaginar mesmo. Procure saber dos cuidados necessários para que isso não chegue nem perto de acontecer com seu bebê. Existem sites e blogs na internet com orientações e trocas de experiências entre quem mais entende do assunto: as mães. Nossos bebês de hoje podem ser as pessoas que mudarão o destino de toda a humanidade no futuro.
TEMA: PEQUENOS PSICOPATAS/CRIANÇAS MÁS
COMENTÁRIOS RECEBIDOS
Comentários
01/08/2016 18:24 - André Rocha Gonçalves
Olá autor. Como eu já tinha percebido o DTRL 28 não é o melhor para ser um gato kkk. Olha, sobre o conto. Gostei da forma como utilizou o discurso em primeira pessoa, dando ao leitor apenas a possibilidade de criar o diálogo do interlocutor do protagonista, o que na verdade, nem sei se existe mesmo, pensei em algum momento do texto que podia ser um alter ego falando. O conto começa bem, mas do meio pro fim a história vai chegando em.... lugar nenhum. Você não levou o conto ao clímax, não criou uma reviravolta ou uma crise/conflito capazes de prender a respiração do leitor. Concordo com o Sidney quando ele diz que foi um conto descompromissado, apesar de restar para mim a clara sensação de que o autor poderia ter escrito algo muito melhor mas não o fez por algum motivo que não posso sondar na instância de um comentário. Achei que as notas explicativas ao final deram um tom de novela das oito, ou daquele texto politicamente correto que quer passar uma mensagem específica e no final o autor cogita o fato de que alguns leitores eventualmente não entenderam sua mensagem e então mastiga essa nota final, terminando, em uma visão muito particular de minha parte, por subestimar de certa forma a capacidade intelectiva do rrrrrespeitáveel público. Não se chateia com esse comentário chato meu, pq como eu disse deu pra perceber que você escreve muito bem, tem estilo e bagagem. Boa sorte no desafio.
01/08/2016 15:03 - Leonardo SS Neri
Saudações autor, Acho que sei quem é você! Bom, gostei da história, do modo como conduziu, só que esperava mais das revelações do personagem boca suja e um final não tão abrupto como este. Quem sabe quando o uber demorar mais, né? Boa sorte no desafio!
31/07/2016 16:39 - Sidney Muniz
Um conto de cat na página da Cat... risos... Bem, essa foi uma aposta que não me agradou dado o excesso de regionalismo, que na verdade me pareceu uma mescla de várias regiões, o que prejudicou a identidade do narrador/personagem. O senso de humor é algo que está muito presente aqui e isso foi bem empregado, por exemplo quando o personagem diz abestado e logo em seguida engana o outro dizendo que havia dito "abençoado"... haha, lembrei da praça é nossa, e com isso lembrei do início do nosso grupo de whats quando o JP brincava com a iniciativa praçadores. Voltando ao texto, e um conto descompromissado, escrito sem o objetivo da vitória, mas com aquele gostinho, penso eu, do autor procurar a satisfação pessoal e escrever sobre o que quiser e da forma que achar melhor. Mesmo não dando meu carimbo de aprovado, preciso dar os parabéns e desejar muita sorte no desafio.
30/07/2016 21:59 - Maddox
Olá! Sou sincero em dizer que o conto não me agradou. Primeiro porque tive dificuldades em relação a estrutura que foi adotada... Please... use travessão ou aspas porque caso contrário confunde o leitor. As notas finais, não entendi o motivo de você ter feito isso, eu sou a favor de notas apenas para revelar algum fato realmente importante, e mesmo assim é arriscado, é como um balde de água fria. O autor(a) apresenta algumas passagens que demonstram qualidade narrativa, o que me incomodou realmente foi o mote e não a falta de talento. Um abraço e boa sorte no desafio.
30/07/2016 16:00 - Annita Pinheiro
Amigo(a), esse seu conto me deu prazer de ler de cabo a rabo, como se diz aqui no Nordeste, abestado. O cinismo e o senso de humor do assassino psicopata me cativaram de pronto. Até mesmo os erros, que tenho certeza, são propositais, dão um certo charme ao texto. Terminou rápido demais. Eu estava gostando tanto! Quero ler mais histórias com esse personagem. Parabéns!!!
30/07/2016 08:37 - Crowvox
Mais um gato sofredor nesta edição. A menina com bronquite me fez lembrar da amiga do Norman Bates no seriado Bates Motel. Essa narrativa meio "moderninha" com um linguajar informal não me agradou muito, mas entendi o que o autor quis passar. Alguns erros de português achei que são parte do estilo "despojado" do escritor.
29/07/2016 22:01 - Carlos Henrique Fernandes Gomes
Cat, esse é um hóspede que eu gostaria de ter no meu hotel! Adoro esse tipo de conto e gostaria de ter escrito ele; na verdade gostaria de ter escrito uns cinco até agora. Engraçado como chegando até aqui depois de ver tanto gato morrer e até um tanto de bebês, a gente chega até a pensar: "Putz, outra vez! Que gente mais sem criatividade!", mas estamos falando de crianças. Gostei da narrativa "como se fala" e, principalmente, do jeito de falar. Ainda bem que o cara tem certeza que o amigo vai esquecer tudo com a bebedeira, senão teria de matá-lo. E por falar em matá-lo, notei umas faltas de hífens que podem ter sido assassinados no lugar do amigo do psicopata. E veja só que legal: o moleque não fala de sua criação, de maus tratos, de outras coisas que possam ser causas para matar, mas ele matou e sabe-se lá o que mais matou. E mesmo parecendo avançado para a idade do menino, seu modus operandi me cativou. Falando do jeito do cara falar, li um trechinho em voz alta, inclusive com a risadinha sinica, e me pareceu bastante acreditável uma pessoa falar desse modo e ainda dar aquelas risadinhas ridículas. No final, quando o cara liga, no meio da madrugada, para a secretária do amigo ir buscá-lo de manhã, mostrou duas coisas: ele gosta do amigo, que parece nem saber de nada que o amigo é, e seu desprezo pelo bom senso. Até cheguei a pensar que secretária é essa, mas sabendo que muitas delas são como babás de seus chefes e que se não fossem elas, esses chefes sairiam com um pé de cada sapato e um pé em cada sapato. As notas de roda pé podem parecer tipo um pedido de desculpas ou coisa assim, mas para mim foram úteis; eu nem imaginava que bebês morriam daquele jeito! Enfim, Cat, quando encontrar com esse escritor aí no seu hotel, e tenho certeza que é um ator e não uma, peça um autógrafo para mim, por favor.
29/07/2016 21:19 - Maya Kandinsky
Olá, tudo bem? Foi uma leitura divertida e eu gostei da ideia do amigo bêbado, mas achei meio repetitivo em algumas partes e fiquei esperando que acontecessem mais coisas. Ele meio que age por, digamos assim, vingança pelo que entendi... Achei legal o fato das maldades serem justificadas. Parabéns e boa sorte no desafio.
29/07/2016 21:10 - Ana Carol Machado
Olá. Gostei da narrativa. Ela fluiu de forma bem natural, como se fosse realmente uma pessoa contando para outra. Uma coisa que achei interessante é que no fim fica a ideia que o narrador contou apenas alguns de seus crimes, que ainda haviam muitos outros que ele cometeu depois que não era mais uma criança. A morte do bebê foi muito triste, principalmente porque no fim de tudo acabou destruindo uma família. Nesse DTRL os bebês e os gatos estão sendo as maiores vítimas das crianças más. Desejo boa sorte no desafio. Abraços
29/07/2016 18:57 - Agnaldo Souza
Olá, Autor(a)!Interesante a narrativa em forma de conversa com o amigo bêbado. O narrador se revela amoral e cínico. Além de ter uma crueldade a toda prova. Curioso que esse traço de crueldade tenha sido comum a todas as crianças más do desafio. Mas é natural. Sem grandes experiências de vida, uma criança má só pode mesmo ser cruel e cínica. Ela raramente teria a "justificativa" de que sofreu muito na vida. Lembrei doi gato de uma amiga, ele dormia na janela, em uma placa estreita de mármore... No décimo andar. Um dia, soube que ele caiu. Não gosto nem de pensar. Infelizmente vi muitos ataques de falta de ar na moinha famíla, quando criança, realmente é deseperador. Autor(a) parabéns e boa sorte!
29/07/2016 01:25 - Melisas Ribeiro
Olá autor!Você escreve bem e podia ter caprichado mais no desafio. A trama é fraca. A narrativa coloquial ficou muito repetitiva e pouco convincente. Faltou imaginação nas malvadezas. Narrou o terceiro assassinato de bebe do desafio e fez morrer mais um gato, que ainda por cima tem o nome de Frajola. De qualquer forma, te desejo boa sorte no desafio. Um abraço.
28/07/2016 22:23 - Vanessa Honorato
Olá autor(a)! Fala mano, que conto da hora!! Hehehe. Gostei do conto em primeira pessoa com apenas uma voz. Primeiro pensei que ele estava falando ao telefone, depois pensei que o seu ouvinte estava amarrado numa cama, amordaçado. Mas era só amigo de váááááárias cervejas mesmo rsrsrs. Se o conto fosse um pouco além, com o final um pouco mais detalhado, ficaria ainda melhor. As notas finais achei um pouco deslocadas, desde que se tenha um psicopata dentro de casa, não será uma tela que o impedirá de agir hehe. Imaginei muita coisa que não aconteceu no conto, e ainda continuo imaginado: a secretária vai chegar e vai encontrar o patão morto por coma alcoólico. :P Boa sorte ao autor(a) e para a Catarina Cunha. Abraços.
28/07/2016 20:30 - Edinardo Saraiva Jr
Olá, como vai, autor. Mas que coisa! Essa edição está barrando o clássico "Sonâmbulos" de tantas mortes de gatos. O seu conto é um pouco chato no inicio com o diálogo com o leitor. O personagem parece um cara alucinado e fala pelos cotovelos. A narrativa das torturas são bem ruins (no bom sentido) isso, na minha opinião, você explorou bem. Boa sorte no desafio!
28/07/2016 19:13 - Pedro T
Olá,autor(a)! Gostei do conto, é divertido e despretensioso. A técnica do monólogo funcionou bem, num texto coloquial,claro e leve, e a sequência de fatos se mostrou crível. Esperava algo com mais impacto no fim, uma reviravolta, talvez, o que não se cumpriu, e isso me frustrou um pouco, mas no geral é um texto bacana. Com exceção de alguns pronomes colados nos verbos, não notei erros. Parabéns e boa sorte no desafio!
28/07/2016 18:10 - Alexandre Royg Machado
Olá, tudo bom. Então, temos um conto leve e muito divertido. O jeito que escolheu para contar a história foi super legal. Cheguei a pensar que o amigo que ouvia tudo na verdade era uma vítima prestes a ser assassinada, mas não, era só o amigo bêbado mesmo. Se pararmos para pensar,e nos imaginarmos na pele desse amigo que ouve o relato, então dá pra sentir medo. Já pensou! Melhor não lembrar de nada mesmo depois! Tenho um forte palpite sobre o autor deste conto. Parabéns pelo conto, abraços!
27/07/2016 16:34 - Anorkinda
Olá! Olha vc veio com uma proposta interessante, este diálogo de uma só voz. Eu gostei. O que decepcionou foi a trama mesmo ou a falta dela. Aparentemente ele iria confessar coisas horríveis, mas apesar da consequência de seus dois atos narrados serem a morte, ele mesmo não fez muito, apenas conduziu o gato a pular e tapou o rostinho do bebê. Eu vinha pensando que o bêbado estaria fingindo e ser um policial, alguém q estivesse gravando suas confissões. Ou qualquer outra coisa, mas esperei que algo acontecesse. Por isso frustrou, mas vc fez um bom conto. Gostei das notas estilo He-man no final hahaha achei divertido. Abração
27/07/2016 16:18 - Felipe TS
Olá autor(a)! Bem, o narrador tem um estilo, parece ter sido bem pensado, porém a história me soou meio chato e com um fim frustrante. O perfil construído para o personagem saiu um pouco do controle, ele soa superficial em vários momentos, principalmente no uso das suas expressões típicas e nas pausas que ele faz da história para continuar dando bebida ao convidado. No geral achei bem bobinho, não vi muita segurança em relação á história. Enfim, os colegas já deram várias dicas importantes, a minha é que você pense mais na história do que em quem está contando. rs Sorte e parabéns pela participação!
27/07/2016 15:58 - Janaina Caixeta
Olá! É um conto legal. O cara conta algumas de suas maldades para um amigo em um bar. O amigo capaz que ficou bem acabado pela quantidade de cerveja que deve ter bebido. O final não me surpreendeu. Faltou algo aí...Ficou previsível demais. Percebi também algumas palavras erradas como: bucala = buscá-la, procuralo = procurá-lo. É isso... Boa sorte no desafio.
27/07/2016 13:37 - Jorge Aguiar
Alguma coisa desse conto me lembrou o jeito do Sidney. Será? hehe. Bom, é um monólogo bem interessante. É um clichê isso de um psicopata começar matando gatos, mas aqui está feito de uma forma muito inteligente. Todas os assassinatos, ou tentativas de assassinato, estão, aliás. O menino fazia com que tudo parecesse um acidente.Acho que a linguagem coloquial deu um ritmo bom para a leitura, mas eu esperava algo no final. Cheguei a pensar que ele estava torturando o bêbado e dando um discurso vilanesco, mas o conto acabou por isso mesmo, o que prejudicou o terror a meu ver. Não gostei das notinhas finais. Pareceu a moral da história ao final dos episódios do He-Man. Nota-se que algo semelhante está presente em outros contos desse desafio, como se os autores pedissem desculpas pelo que é contado, apesar de se tratar de um terror. Se todo esse escrúpulo veio para ficar, e se é bom, fica a reflexão. Parabéns e boa sorte!!
27/07/2016 10:35 - Fheluany Nogueira
O monólogo é um recurso interessante, a primeira pessoa deixa o narrador à vontade para escrever o texto com linguagem própria da fala, justifica os deslizes gramaticais, admite as repetições e as risadinhas irônicas e aceita até os palavrões. O desfecho ficou meio frustante, pensei que acabaria com a morte violenta do calado interlocutor e vieram cuidados com ele e até recomendações para os leitores. As maldades foram bem descritas, se bem que se tornaram padrão essas vítimas: gatos e bebês. Não entendi se a falta do hífen nas formas verbo+pronomes (buscala, procuralo, socorrêla, etc) foram intencionais para mostrar oralidade ou falta no corretor na digitação. No todo é um bom conto. Parabéns pela participação. Abraços.
27/07/2016 09:18 - Cíntia Hussar
Olá Autor, um bom conto, flui muito bem, um tom de causo gostoso de se ler, o vocabulário empregado casou bem com o estilo escolhido. Achei que repetiu muitas vezes que estava embebedando o cara para ele não se lembrar, e para ele não sujar o banheiro, fora isso ficou muito lega. As notas no final trazem avisos de fundamental importância. Parabéns e boa sorte.
26/07/2016 10:51 - ANTONIO STEGUES BATISTA
Gostei dos diálogos, da linguagem, mas não entendi por que o sujeito está contando a historia dele para alguém e quem é esse alguém que tem uma secretária. Faltou referencias do outro personagem. A escrita é boa, o enredo não é lá tão surpreendente. As notas ao pé da página como que explica o motivo do conto. Acho que não precisava. A autora tem potencial só falta uma imaginação mais abrangente,direcionada a outros universos, explorar novos campos, novas terras, culturas, etc.
24/07/2016 14:48 - Davenir Viganon
Olá autor(a), seja lá quem for! A proposta é interessante, um psicopata que confessa os crimes para uma pessoa bêbada. Até estes tipos precisam desabafar com alguém. Mas tem duas coisas que não desceram bem durante a leitura. Uma é o uso da risada e que a cada parágrafo você ter que lembrar que ele está embebedando alguém de propósito para que o álcool "apague sua memória". Isso criou uma expectativa que haveria uma tortura em andamento ou algo tão interessante quanto (dado os temas disponíveis do desafio) mas o final ficou broxante. Acredito também que o peso das revelações do narrador ficaram prejudicados pela enorme quantidade de gatos e bebês mortos por crianças no desafio até então, tento em vista que seu texto é o 23º da lista que leio religiosamente na ordem. Contudo este último é um fator externo e não caberia prejudicá-lo na avaliação. Enfim, a falta de uma boa surpresa no final (e a risada) me fez não gostar do conto. De ponto positivo é a proposta na narração e ela se passar no Brasil.
23/07/2016 10:09 - Gilson Raimundo
Este interessante monologo parece de um mineiro querendo imitar o Tiririca. Cheguei a pensar que ele estava torturando o amigo ou falava com sua outra personalidade, sei lá... trocaria?coisas que matei? por vidas que tirei, pois mesmo o personagem sendo um psicopata, coisas são objetos que não tem vida... o corretor ortográfico te sacaneou em algumas palavras: buscalo, socorrêla, procuralo estão escritos juntos, ou pode ser que o Tiririca fale assim...
21/07/2016 23:45 - Luciano Silva Vieira
Gente sem coração, não polpam nem bebês e nem gatinhos! E agora? Quem esses autores vão maltratar, cãezinhos?? Então autor, o conto conseguiu me prender, mas sei lá, acho porque esperava mais e não aconteceu. Do jeito que ele contava a história para o colega parecia que este, mesmo bebâdo, também curtia uma tortura e assassinato, senão não faria sentidi contar, a não ser que fosse uma vitima futura. Bem, é isso, parabéns e boa sorte.
21/07/2016 19:41 - Maria Santino
Olá, autores! Então, cara, vc inseriu alguns micro-clímax e estruturou o conto de uma forma despojada, despretensiosa, que apresenta e promete, mas não fecha redondo. Todas as ações são boas, a linguajem, o equilíbrio em não apresentar nada que fuja da idade... Tudo certinho, bom de ler, crível. Só que parece que o cara vai matar o amigo dele também (o que seria previsível, mas cíclico). Em resumo, o conto me foi muito agradável pela narrativa e ações bem descritas, mas meio que interrompeu o coito, sabe? Em todo caso, foi diferente e divertido. Boa sorte no desafio e aquele abraço.
21/07/2016 14:20 - Mr Belzebu
Apesar da ideia ser interessante, o narrador do texto não funcionou comigo. A leitura foi chata e as repetições de ideias e discurso não contribuíram para a fluência da história. Acredito que um dos maiores problemas aqui foi a tentativa de uso da informalidade e expressões típicas do personagem. Isso no fim acabou deixando o mesmo sem personalidade, porque as vezes adota um tom mais agressivo, outras calmo demais e outras quase infantil, não seria um problema se tudo isso tivesse uma ligação de linguagem, mas não é o caso aqui. Recomendo o autor que pense melhor também na questão do uso de alguns recursos, como por exemplo a risada. Detalhe bobô mas que na minha leitura se mostrou como um amadorismo sem tamanho. Porem as cenas de ataque do seu psicopata são bem escritas, mostrando que provavelmente o problema aqui não é a escrita do autor, mas sim esse narrador. Sorte no desafio.
21/07/2016 11:41 - Glau Kemp
Acho que todos podemos aprender com essa edição é que: o estereótipo do psicopata que tortura animais já está muito gasto. São tantas crianças matando gatos que fica difícil saber de qual conto falamos. Se alguém te perguntar de qual conto você gostou e a resposta for ? aquele que a criança mata um gato ? isso vai ser cruel e engraçado. Mas tem alguns autores bem sacanas que pegam aquilo que está gasto e faz você achar que não é. Esse aqui fez isso, como aquela amiga que pega sua jaqueta que era pra doação, transforma em uma coisa maravilhosa e você morre de inveja porque agora é dela. Pois é, esse personagem aqui foi uma criança que matou um gato, mas gente o gato reagiu rsrsr. Alguém já tentou fazer algum procedimento em gato? Dar vacina ou algo assim? Gente o bicho luta. E o garoto não queria machucar o bicho pela violência gratuita, ele queria ferir a prima, olham vejam só como esse diabinho é inteligente. O texto como um todo não está muito no terror pra mim, ta bom ele mata as pessoas, mas eu sou insensível e preciso de mais. Só a violência não é o bastante pra mim. Gostei do trabalho, boa sorte e parabéns.
20/07/2016 17:32 - Catarina Cunha
Tem um fluxo muito bom. Um pouco prejudicado pelo excesso de separação de parágrafos e diminutivos. Por mais forte que seja o tema, não senti emoção ou clímax. Talvez seja a técnica empregada; não sei. PIOR MOMENTO: Essa explicação didática politicamente correta no final foi muito despropositada para um conto. Matou a arte em si. MELHOR MOMENTO: A descrição do assassinato do bebê foi muito bem construída, adequada ao vocabulário "fofo" de uma criança sem maldade. Fica intrínseco ser o ato parte da natureza do assassino.
20/07/2016 14:46 - Juliano Marques
Não gostei do narrador, muito enrolado. não chega em lugar nenhum. A história é boa. A forma de narrar deve ser o estilo do autor e respeito isso. Autor eu lhe desejo uma boa sorte no desafio.
20/07/2016 07:59 - Iolanda Pinheiro
Olá. Gostei do seu conto. Achei muito fluido, fácil e gostoso de ler. Percebi duas coisas na sua linguagem, ou você é um cearense mais urbano, pois usa expressões típicas de um, ou você imita um corretamente. O erro das pessoas que querem imitar um cearense mas não são cearenses é exagerar na dose de palavras do dialeto cearensês. O verdadeiro cearense solta um abestado aqui, um macho véi, ali. Não tenta colocar numa mesma sentença várias palavras desta linguagem. Para resumir, você acertou. Outra coisa que destaco foram os erros de gramática. Eram pontuais e não disseminados pelo texto, o que me levou a imaginar que fossem parte da composição do personagem, ou seja, propositais, então não vou avaliá-los. Você fez uma coisa que não aprecio: colocou o seu narrador para entabular um diálogo com um personagem que não respondia, então o narrador meio que respondia por ele. Cheguei a pensar que o cara seria a próxima vítima. Achei estranho um assassino confessar seus crimes e deixar a testemunha à solta. Por outro lado, a conversa com o interlocutor não aparente, deu menos mecanicidade ao texto, porque não ficou só um relato linear. É isso, abestado. Gostei do teu conto. Faltou emoção, suspense, terror, mas e daí? Gostei mesmo assim. Ah, parem de matar gatinhos. Cada vez que isso acontece eu sofro. Abs e boa sorte.
18/07/2016 20:20 - Ricardo de Lohem
Olá como vai? Vamos ao conto! O protagonista, antes de ser mau ou psicopata, é um sujeito chatíssimo: tive que lutar muito pra conseguir chegar ao fim do conto. Alguns pensam que o tema assassinato & serial killers seria intrinsecamente excitante, algo que sempre causa emoção, nem que seja de repulsa. Bom, iso é um erro: há infinitas formas de se narrar os crimes de um psicopata, e no presente conto, a coisa foi feita de modo a causar mais tédio que qualquer outra coisa. As notas finais são totalmente desnecessárias. Até parece que o autor queria deixar bem claro que não é seu personagem, que é do bem na vida real, o que mostra um medo da reação alheia que não deve ter lugar na mente de um escritor. Enfim, talvez alguns se afinizem com o conto, desejo para você muito Boa Sorte no Desafio.