Cemiterio Macabro



 - Rodolfo... Eu tô com medo – Disse Cris, agarrada no braço do namorado, no cemitério municipal, próximo a meia-noite – Acho que a idéia de vir ao cemitério em uma sexta feira 13 pouco antes da meia-noite não foi tão boa assim!
 - Relaxa, Cris! Quero te provar de uma vez por todas que essas coisa de fantasma não existem!
 Rodolfo tentava engolir o medo, apertava cada vez mais forte a mão da namorada, até chegar as covas recém cobertas:
 - Ficaremos aqui, pela manhã você acordara uma nova mulher! Uma mulher sem medos!
 Cris fechou os olhos, sentiu no ar o cheiro de podridão. Olhou um barulho suspeito por de trás de um tumulo e viu um cão enorme rosnar, com um braço humano na boca:
 - Hááááá!!!!! – Gritou ela em desespero, Rodolfo se aproximou do cão enorme e falou tentando acalmar a namorada:
 - Relaxa ai, minha gata! Esse cão deve ter desenterrado algum defunto pra lhe comer a carne! Fica calma!
 Cris não ficou, pensou no corpo desenterrado e se apavorou ainda mais. Rodolfo girou a lanterna nas proximidades e viu a cova aberta pelo cão:
 - Como este desgraçado conseguiu fazer isto – Se perguntou, visando o morto com a metade do corpo pra fora, com o braço decepado.
 A namorada gritou quando o cão se aproximou raivoso dela. Rodolfo mirou o farolete nos dois e espantou o bicho, que deixou o braço pra trás:
 - Venha – Disse estendendo a mão para Cris – Quero que veja isto!
 Olharam de mãos dadas ao tumulo, em direção ao cadáver meio fora da cova. Quando bateu o farolete no buraco feito pelo cão, teve uma surpresa, o corpo já não estava mais lá.
 Seu coração disparou... Cris não entendeu. Ele mirou a lanterna em um vulto e viu o defunto, de pé, segurando o próprio braço que o cachorro havia mastigado.
 Cris desmaiou, Rodolfo tentou correr mais as pernas amoleceram. Se deitou ao lado de Cris, em trauma, gaguejando...
 
 O cão inesperadamente avançou contra o morto, com os dentes afiados em sua jugular. Rodolfo recobrou os sentidos e acordou Cris:
 - Cris, é serio... Temos que sair daqui!
 Cris acordou ainda em desespero. Sentiu a terra tremer e engoliu o grito... Rodolfo pensou em correr, mas não teve forças, acompanhou em medo extremo os defuntos levantarem de suas covas, sedentos por sangue.
 O cão saiu de cima do defunto abatido e pulou sobre um outro. O defunto com uma força sobre-humana, agarrou o pescoço do cão enorme e lhe esganou, até as bolas de seus olhos saltarem pra fora. Rodolfo segurou nas mãos de Cris, se prepararam para correr, quando Rodolfo foi agarrado por um dos defuntos e mordido no braço... 
 Cris finalmente gritou, indefesa de toda aquela situação... Viu quando a cabeça do namorado foi arrancada o sangue jorrar na boca dos defuntos famintos, que também devoravam a carne do rapaz abatido... Correu desvairada pelo cemitério, aonde as covas e túmulos se rompiam, trazendo a tona mais cadáveres sedentos por carne viva!
 Em desespero, chegou até o portão principal, estava trancado e o muro era alto. Ela olhou para os lados em desespero e nada avistou, se sentou no chão conformada, esperando o ataque eminente da corja sanguinária... Um deles se aproxima e deu uma dentada em seu braço, girando a cabeça para levar consigo um pedaço de carne sua carne...
 De repente, em meio a uma catacumba, sai um sujeito armado e dispara contra as cabeças do exercito de mortos-vivos. Eles se voltam ao sujeito vestido de padre. Pede perdão a Deus e arranca da bolsa duas pequenas espadas. Vaga velozmente em meio aos mortos, os cortando ao meio, até chegar a doce Cris, a segura pelo braço, aponta para a igreja e diz:
 - Estaremos seguros lá!
 Eles correm desengonçados em direção a igreja, sobem os 12 degraus da escada até chegarem a entrada, então entram e trancam a porta.
 Lá fora, os mortos tentam derrubá-la, mas o esforço é inútil. Lá dentro, o braço ferido de Cris começa a latejar e ela sente que vai perder os sentidos, o padre feliz da vida, joga as armas no chão e diz, se glorificando aos céus:
 - Mas um dia de vitoria, aleluia, meu senhor!
 De repente, Cris com os olhos vermelhos, avança sobre sua jugular, se agacha sobre seu corpo e o corrói com os dentes fortes, totalmente dominada pela maldição dos mortos-vivos...
Julio Dosan
Enviado por Julio Dosan em 30/06/2016
Código do texto: T5683242
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