Reflexos de Uma Outra Vida.........
Assim como dito outras vezes, a humanidade está conectada, no fundo, a uma única consciência universal, por assim dizer. Consciência esta, é claro, fora do tempo, fora de todos os conceitos humanos atuais. Explicar isso é assaz difícil, considerando sempre a noção de tempo, espaço, localização, em que estão engessados agora, por sua cultura, ciência, e mesmo razões universais de escolha.
Uma pista desta profunda ligação é aquilo que todos vocês, independentemente de cultura, fronteiras, fenótipos, e qualquer conceitos falsamente apartadores, trazem em comum e bastante perceptível. São conceitos psíquicos profundos, trazidos de um outro "tempo", manifestados atualmente na sua forma de ver e viver o mundo. Esses conceitos são sempre únicos, carregados de simbologia, interpretados por vocês de uma memória ancestral há muito esquecida, mas não abandonada, e que resume, em última análise, a personalidade de cada um sobre a terra, esteja ele temporariamente alheio a isso ou não. Falamos do que um dos seus psicólogos mais inspirados já falou, e que já foi dito também por outros antes, afinal, como visto, no fundo dividimos a mesma psique, e logo, todas as "informações" são acessíveis a todos, se procuradas devidamente.
Observe que determinadas figuras simbólicas sempre tiveram, e sempre terão lugar em sua sociedade. Seja de forma contada, escrita ou cantada, em todas as civilizações de todas as eras, se procurar por um deles irá encontrá-los, porque são ecos de sua memória ancestral, de coisas que você sabe que sempre existiu e sempre existirá. Estão guardados em memórias além do tempo. Retratos da humanidade enraizados no espírito humano. São aquelas figuras, que sem saber porquê, vocês trazem do fundo de suas almas, e as fazem se manifestar em seu mundo, na forma de símbolos. Dentre os mais conhecidos:
A Árvore da vida. Uma árvore gigante, geradora de tudo o que há. Sempre vertical, buscando o céu, com as suas imensas e grossas raízes retorcidas a lançar-se nos ares. Transmite a ideia da geração da vida enquanto orgânica.
O Herói: a figura da redenção humana sobre todas as dificuldades, aquele que luta pelos outros em nome do que é correto, e sem esperar nada.
O Mártir: o que se sacrifica, o escolhido, o número um que surgirá e expurgará o mal da humanidade.
O Profeta: o portador da verdade e dos segredos divinos, aquele que traz uma novidade aos homens do mundo.
A Grande Mãe: a figura máxima da mulher, geradora dos homens, simbolo da fertilidade.
O Ladrão: o que configura a esperteza frente as dificuldades da vida, o criminoso ingênuo e carismático, que mesmo errando, não faz verdadeiro mal a ninguém.
O Rebelde: o eterno questionador, o insatisfeito, aquele que quebra as regras do sistema e não aceita autoridades fabricadas.
O Explorador: o aventureiro, o destemido, aquele que se entrega ao descobrimento, aquele que não encontra fronteiras.
O Vil: O antagonista, o vilão, que não faz nada a não ser ser contrário aos melhores princípios aceitos.
O Poeta: Aquele cujo encantamento o faz tentar traduzir em palavras e sons os segredos da vida e conceitos mais abstratos da natureza.
O Mago: o manipulador da natureza, o cientista, o bruxo, o poder humano sobre a matéria.
O Gigante: a barreira frente ao homem, a figura que representa os muros intransponíveis, e pela sua dificuldade, a glória de vencê-los.
O Louco: a perda da razão frente as dificuldades da vida, as tolices humanas.
O Cômico: a capacidade de rir de si mesmo, e de rir da própria existência.
O Amante: o que viverá e morrerá por amor, que terá a sua vida guiada por esse sentimento.
O Déspota: a representação da fúria humana por dominação, a capacidade do ser humano em conquistar e destruir em nome do poder.
O Ceifador: a figura encapuçada, aquele que retira a vida, como se ceifa o trigo, o medo da humanidade de ser retirada do seu seio de convivência.
O Sofredor: aquele que suporta todas as agruras da vida, o sem sorte, aquele que é digno da pena humana.
A Mulher sensual: a dominatriz, a que desperta os desejos carnais mais secretos, a beleza tocável e impura.
A Virgem: a inocência feminina, a mãe desejada por todos, a beleza intocável e pura...
Estes são, entre outros, símbolos adormecidos nos seus inconscientes, que um dia emergem sem percebê-los. São significativos para todos os seres humanos, são personagens constantes de seus dramas reais e fictícios, em todas as culturas, raças, países, ideais e estilos, em seus termos. Um exemplo de que o interior humano tem uma única origem e um único papel. O de viver e entender que Tudo é uma coisa só.