7ª Zona Morta Uberaba - Em Busca De Suprimentos Parte 2.
Dia 7 de Setembro de 2004, quarta feira 9:00 AM – Em Busca De Suprimentos Parte 2
Jones: Caralho!!! Sabia que tinha deixado algo sem trancar!!!
Todos: AAAAHHHH!!!
O Zumbi que já estava entrando pelo porta-malas se debatia todo e derrubou as armas no asfalto, foi em direção ao pessoal que estava sentado atrás. Rapidamente sai, corri até o porta-malas pelo lado de fora, enquanto os outros saíram e ficaram em volta da Blazer. Puxei o zumbi que tinha a fisionomia de um idoso quando vivo, bem velho, com uma bengala presa em uma das pernas, barba branca corada de sangue, roupas sujas de quem talvez tivesse caído na terra, e rasgões de mordidas, tinha os olhos totalmente brancos. Quando caiu no chão, se levantou rápido por estar tão perto, caiu sobre mim, os outros estavam espantados e continuaram totalmente paralisados vendo a cena que aconteceu muito rápido. Tentei detê-lo empurrando sua cabeça para trás segurando o seu pescoço, quando ele agarrou minha mão e abriu a boca como se fosse um leão atacando uma presa, desceu logo uma mordida que seria dilacerante em minha mão, quando me vi paralisado com aquilo fechei os olhos e pensei que morreria contaminado, porém não senti dor, somente um aperto em minha mão, ao abrir a boca daquele jeito, as suas dentaduras caíram, por ser idoso já havia perdido os dentes a muito tempo, senti somente uma mordida de gengivas, o que bastou que eu ficasse atordoado. Consegui alcançar sua bengala, e dei com ela na cabeça dele, à mesma quebrou no meio como se fosse um graveto, mas deu a ela uma forma pontiaguda, que me serviu de lança, enfiei a mesma em seu olho, o que bastou para paralisá-lo. Levantei-me tremendo pelo meu descuido pensei: “Caralho, porra, se os dentes fossem dele teria sido contaminado, desgraça tenho que tomar mais cuidado”. Tudo foi muito rápido mesmo, coisa de segundos, estava completamente perturbado. Fiz um sinal, sem palavras, para que todos entrassem dentro da Blazer, e foi o que fizeram, peguei a M16, 12 e a Glock 25, e sai correndo como um louco, mas sabia que os outros estariam protegidos, a Blazer é blindada, não há como os Zumbis chegarem até eles, e eles sabem disso, é só ficarem quietos. Ao chegar em uma das esquinas trombei com um zumbi que caiu no chão, me olhou e soltou um gemido horrível, continuei correndo, perto daquela rua havia um posto. “ Como sou burro e descuidado, quase morri hoje”, esse pensamento não saia de minha cabeça e outro também começou a martelá-la, “ Como não prestei a atenção no medidor de gasolina”, mas agora não é hora de deixar meus pensamentos tomarem conta de mim, preciso chega até o posto. Ao sair correndo sem nenhum cuidado não percebi a pequena legião que se formava atrás de mim, e que estava crescendo. Parei umas 6 ruas de onde estava a Blazer, a rua de trás desta está o posto. Quando me viro vejo de 25 a 30 mortos correndo lentamente atrás de mim, e se aproximando. Pensei rápido, na minha frente a uma casa velha e baixa, talvez consiga passar por cima dela e de outras. Subi nas grades e esperei que viessem até mim, quando chegaram puseram-se a balançá-la, desci pelo outro lado. Porém calculei errado, não conseguiria chegar ao telhado, a solução seria entrar. Como não tinha esperança de encontrar ninguém, empunhei a Winchester 12 e dei um tiro somente, o que foi suficiente para quase arrancar a porta, ela por si só se abriu. Entrei em uma casa simples com poucos móveis chão de vermelhão, passo correndo pela sala, entre um vão onde fica cozinha, olho para o lado e vejo um vulto, mas passo correndo, chego em uma porta verde de ferro enferrujado, empunho a 12, engatilho e me preparo para tirar, quando lembro do vulto, do alguns passos para trás para olhar novamente, e olho atrás de um fogão velho um garotinho com no mínimo 6 anos de idade me olhando com um olhar de terror, tremulo, bastante apavorado, quando abro minha boca para falar algo as mesmas são interrompidas pelo ranger do portão e o gemido de vários zumbis famintos. Olho para ele novamente, agora ele parece menos tenso, saiu de trás do fogão.
Jones: Tem mais alguém aqui?
Garoto: ... – Fez que não com a cabeça
Jones: Muito bem.
Faço um gesto para que viesse comigo, as poucas palavras que disse saíram com muita dificuldade, pois continuo muito perturbado. Ele me seguiu e viu arrebentar a porta dos fundos com um tiro da 12. Lá fora e um corredor cimentado corremos mais um pouco até chegar-mos a uma parte mais baixa, olho para certificar-me que não a perigo e levanto o garoto para cima do muro. De repente os zumbis começam a sai pela porta arrebentada como água em uma torneira, o portão havia ruído, com certeza estão por toda casa não há mais volta. Subi no muro rapidamente, de lá dava para ver o posto, mas onde estávamos os mortos também podiam nos ver, e nos alcançar. Peguei o garoto e coloquei-o no ombro, ele não tinha reação, ficou quieto. Sai andando em direção aos zumbis, mas em cima do muro, que ficava mais alto conforme andava até chegar a um ponto em que não poderíamos ser mais alcançados, os zumbis ficaram eufóricos e gemiam alto. Parei e comecei a prestar a atenção em volta, dava para chegar a rua do posto passando por mais uma casa que tinha acesso de onde nós estávamos pelo telhado. Saltei e cai em um telhado que afundou, felizmente a casa tinha laje, e as telhas estavam frágeis, não me feriram. Sai do buraco e tentei andar pelas telhas, todas foram quebrando até chegar a frente da casa, olhei e não havia nada por lá, desci segurando a calha. Chegamos a rua sem problemas, felizmente ela estava deserta, corri a passos macios até o posto, encontrei um galão perto da bomba, havia vários carros parados, uns até com as chaves. Empurrei um celta até perto da bomba e enchi o tanque dele, peguei o galão com capacidade para 20 litros e enchi até a borda, coloquei no banco de trás, acomodei o garoto no banco do passageiro e liguei o carro. Quando comecei a andar o garoto começou a chorar, perguntei o que havia acontecido. Ele somente apontou um zumbi distante do carro e tirou uma foto dentro da camisa, havia um homem, uma mulher e ele no meio deles, certamente ele queria dizer que seus pais viraram uma coisa daquelas. Uma tristeza grande abateu-se sobre mim, tive vontade de chorar, mas não consegui, poucas coisas me deixam assim a ponto de querer chorar, porém tudo que aquele garoto deve ter passado naquela idade não deveria ter sido fácil, e tudo de uma hora para outra. Voltei minha atenção para a rua, parece tranqüila, mas quando chego na rua onde está a Blazer, vejo que a muito zumbis em volta dela, porém permanecem somente olhando, como se estivessem curiosos com aquela grande coisa preta parada no meio da rua. Alguns arriscam algum movimento em relação a ela, mas nada acontece, o que será que pretendem com aquilo, bom não me pus a pensar nessa questão, só penso em chegar na casa do Jan ileso. Acelero em direção a Blazer, todos os olhares brancos se voltam para o celta ainda buzinei umas duas vezes para me certificar de que todos me seguiriam, reduzi com a brusca batida em alguns deles, desviei e os fiz seguir-me desta vez, eles seguiam encostando os dedos na traseira do carro, dobrei a esquina de vagar e eles juntos.
Na Blazer...
Ângela: Deve ser o Jones.- Falou sussurrando dentro da Blazer
Gabriel: Com certeza, pude vê-lo.
Matheus: Mas afinal o que ele tem na cabeça para sair assim correndo sem falar nada?
Leila: Tinha um grande galão nos bancos traseiros, na certa buscou gasolina.
Ângela: Espero que não demore muito, estou ficando nervosa com isso tudo, apesar do carro ser blindado tenho medo de que entrem aqui como fizeram no porta-malas
Matheus: Calma ele não irá demorar, e não há como entrarem mais aqui dentro, fechei o porta-malas antes de entrarmos, e peguei as armas.
No Celta...
Jones: Não se assuste garoto, vai ficar tudo bem. – Falei olhando o garoto que se escondia dentre os braços.
Desci umas três esquinas morro abaixo, e virei a direita em uma rua larga e aparentemente deserta, andei mais um pouco com os zumbis logo atrás e acelerei com tudo, no retrovisor vejo eles sumindo, viro muitas esquinas depois a esquerda novamente e volto pelo menos caminho na rua de cima, aqui não há sinal de vida nem de “morte”, o caminho até a blazer é tranqüilo se é que se pode dizer assim. Alterei meu trajeto subindo o morro antes da rua onde deixei a Blazer, e deixo o Celta descer na banguela para não fazer barulhos excessivos. Quando cheguei reduzi e virei sem problemas, estacionei bem ao lado da Blazer, antes de descer olho para os dois lados, não a sinal de zumbis. Desço do carro sem fazer barulho, retiro o galão e o garoto de lá, Matheus e Gabriel saem e me ajudam a carregar o galão até o tanque da Blazer, com um pouco de dificuldade conseguimos por toda gasolina. Agora estamos todos acomodados na Blazer, o garotinho é tranqüilizado pelas garotas, com o tanque cheio fomos em direção a casa do Jan.
Matheus: Cara o que você fez? Onde foi? Quem é ele? Onde o achou? Como conseguiu o carro? Com... Foi interrompido por mim
Jones: Calma cara, longa história...
Tudo aquilo levou exatamente 2 horas e 12 minutos de acordo com o relógio digital da Blazer, Jan devia estar preocupado, peguei meu celular e joguei para o Matheus enquanto dirigia (os zumbis estão bem dispersos pelas ruas), falei para ele ligar para o Jan e explicar o que estava acontecendo. Mas ele me mostra o celular com a seguinte mensagem no visor (Fora de Serviço). Como imaginei, não iria demorar muito para os tradicionais meios de comunicação parassem de funcionar, principalmente os celulares, não tem ninguém no controle das torres de transmissão. Inda tenho de resolver isso, mas antes os alimentos.